Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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No Episódio De Hoje:
Neste episódio recheado falamos:
- O que comer antes de ir pra academia? É preciso “passar fome” e se exercitar? Como ter uma alimentação forte e um estilo de vida ativo ao mesmo tempo?
- Uma discussão importante sobre câncer depois da repercussão grande recente de um caso na mídia. Falamos de dieta cetogênica também.
- O que degustamos na última refeição.
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Ouça o Episódio De Hoje:
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Referências
Patrocínio Especial da B-ON e Suas Fantásticas Barras de Proteína
Matéria Sobre Marcelo Rezende no Estadão
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Olá. Bom dia para você, ou boa tarde. Bem-vindo ao episódio número 81 do podcast oficial da Tribo Forte. Sua dose semanal de saúde e estilo de vida saudável. Eu sou o Rodrigo Polesso e hoje nós vamos falar principalmente de dois tópicos. Primeiro a gente vai responder uma pergunta da comunidade sobre alimentação e malhação. Depois um tópico muito sério que tomou a atenção da mídia ultimamente, que é o câncer e terapias alternativas para a cura do câncer. Para finalizar, a gente vai falar o que a gente degustou na última refeição, como de praxe. Dr. Souto, tudo bem por aí? Pronto para o episódio número 81?
Dr. Souto: Prontíssimo. Boa tarde, Rodrigo e boa tarde aos ouvintes.
Rodrigo Polesso: Maravilha. Antes disso, veja o seguinte. Um dos grandes objetivos que eu coloquei para a Tribo Forte desde o começo… Além de popularizar a boa ciência nutricional e disseminar conhecimentos e hábitos transformadores sobre saúde, emagrecimento e estilo de visa saudável… É apoiar empresas legítimas e íntegras que provêm alternativas saudáveis aos alimentos tóxicos que a indústria alimentícia nos oferece por aí. A gente está vivendo uma era de mudança. Uma era em que as pessoas estão ficando mais cientes das balelas nutricionais que são ditas por aí e da quantidade de toxinas que ingerem diariamente nos alimentos industrializados. É uma era onde a demanda por orgânicos, por exemplo, está crescendo. Uma era onde as pessoas estão mais céticas a respeito da alimentação. Estão lendo os rótulos mais do que nunca para tentar se proteger. As pessoas estão devagarinho priorizando saúde e cada vez mais querendo viver bem, em forma e saudável. Com essa nova demanda crescente existe também o esforço grande de micro e pequenas empresas que estão nascendo e oferecendo alternativas saudáveis, ainda que nadando contra a maré, contra o poder das grandes corporações… Das grandes indústrias. No evento da Tribo Forte desde ano, por exemplo, eu abri espaço para seis expositores. Micro e pequenas empresas idôneas e legitimamente preocupadas em oferecer alternativas saudáveis à população. Algumas que talvez você que está escutando talvez já conheça. Você que vai no evento vai poder provar essas coisas e deixar seu estilo de vida mais prático e gostoso, caso quiser também. O importante é que as pessoas saibam que hoje já existem boas alternativas aos alimentos industrializados, desprovidos de nutrientes, refinados e modificados que a gente encontra por aí. Existem alternativas boas e a Tribo Forte vai fazer o possível para que você saiba quais elas são. Eu vejo tudo isso como uma parceira do tipo “ganha, ganha, ganha”. A Tribo Forte promove essas empresas que passam por nossa seleção de qualidade. Essas empresas colaboram apoiando a Tribo Forte. Você, que acompanha a Tribo, ganha também. A população toda ganha por ter alternativas verdadeiramente saudáveis para o estilo de vida saudável de verdade. Alternativas que passaram por nosso crivo restrito de controle. Aliás, eu tive que dizer não para empresas que entraram em contato querendo fazer parte do evento também, simplesmente porque eu não achei que o que elas comercializavam merecia a aprovação da Tribo. Com isso tudo em mente, vou te contar sobre uma empresa em particular que está apoiando esse podcast e me surpreendeu também. Você vai entender já o porquê. O nome da empresa é B-on. Ela também vai estar no evento, então você pode ir na banca deles e conhecer eles de perto também. A B-on é uma empresa brasileira que fabrica uma das melhores barrinhas de proteína do mundo. Como eu sei disso? Eu fiz eles mandarem uma amostra de todas as barrinhas que eles têm aqui para mim no Canadá, onde eu moro. Demoraram várias semanas para chegar, mas chegaram. Eu provei todos os sabores que eles têm. Eu li minuciosamente a lista de ingredientes. Só depois disso eu dei OK para eles. Barrinhas de proteína são uma ótima alternativa. Muito prática para aquelas horas em que você está na correria, está sem tempo, talvez no meio da tarde, ou logo depois da academia. Ainda assim, você quer matar a fome, mas prover o corpo com nutrientes de qualidade, e não chutar o pau da barraca. Está cheio de barrinha de proteína por aí no mundo. Mas eu não chego nem perto da grande maioria delas, até mesmo aqui no Canadá. A maioria é muito mais danosa do que útil. Na minha recente viagem pros Estados Unidos, logo antes do furacão Irma, eu acordei aqui em Toronto às seis da manhã. Viajei em jejum. Lá pelas quatro da tarde bateu uma fome, lá na Flórida. Eu resolvi pegar uma barrinha de proteína no mercado lá, às pressas. Eu me arrependi demais. Eu fiquei inchado e com gases por várias horas, até na hora de dormir. O que faz me impressionar com a B-on em particular… E de fato provar todas as barrinhas que eles me mandaram… Sem ter problemas de gases… As barrinhas da B-on são feitas com ingredientes espetaculares, na minha opinião. Para começar, elas são, obviamente, low carb de verdade. Então, não tem problema nesse sentido. Depois, veja que interessante. Nada de proteína de soja, como a maioria das barrinhas usa por aí. Eles usam Whey Protein, mas não qualquer Whey Protein. Ele usam Whey Protein de vaca de pasto da Nova Zelândia. Na verdade, é igual ao Whey Protein que eu consumo aqui em casa. Eu pago bem mais caro. É um Whey Protein da Nova Zelândia de vaca de pasto. Eles usam a melhor qualidade de Whey Protein de vaca de pasto nas barrinhas. Eles também usam colágeno hidrolisado também de vacas de pasto. É a única barrinha com esses ingredientes no mercado. Ele não incluem nenhuma gordura vegetal nas barrinhas. Pelo contrário, eles usam óleo de coco, mas não qualquer óleo de coco. Eles usam óleo de coco extra virgem. Quase ninguém faz isso. Quem usa óleo de coco nas barrinhas geralmente é o óleo de coco refinado e não extra virgem. Eles não usam açúcar nenhum nem adoçantes químicos artificiais, somente polióis, como xilitol e yacon. Existem alternativas veganas também para as barrinhas. Nem mesmo nessas barrinhas veganas eles usam proteína de soja, que quase todo mundo usa por aí. Eles usam proteína orgânica de arroz e ervilha. É por isso que a B-on recebe o selo de recomendação da Tribo Forte. Eu agradeço bastante o apoio deles também. Se você quer provar essas barrinhas assim como eu provei e gostei bastante… Para ter sempre perto de você quando você precisa de nutrição e praticidade… E uma proteína de qualidade… E não quer abrir mão da sua saúde, obviamente… Recomendo que você entre no site deles e experimente. O site é www.B-On-Nutrição.com.br. Não é porque você precisa de praticidade que você precisa se intoxicar ao mesmo tempo. Experimente. Existem alternativas boas sim. Vamos para o primeiro assunto quente de hoje. O primeiro assunto é uma pergunta da comunidade que talvez você se interesse em ouvir a resposta. A pergunta vem do Maurício Oliveira. “Cara, pelo amor de Deus faz um vídeo ensinando como comer alimento de verdade e malhar ao mesmo tempo. Tenho o hábito de malhar à noite. É o tempo que tenho. E é praticamente impossível ir com fome. Eu preciso sempre de um lanche antes de ir para a academia. Alguma dica para esse lanche pré-treino? Eu tenho 40 anos, 1,78. Estava pesando 90 e agora estou com 79, quase chegando no meu objetivo. Seus vídeos são muito bons.” Está basicamente perguntando como comer alimentos de verdade e malhar ao mesmo tempo. Ele menciona que fica com fome. Ele não consegue malhar com fome. Ele pergunta o que pode comer antes da academia. Dr. Souto, é claro que musculação e educação física não é o nosso foco. Mas faz parte de um estilo de vida saudável. Eu tenho certeza que pelo menos na perspectiva nutricional da coisa a gente pode tentar ajudar um pouco com umas gotas de conhecimento nosso amigo Maurício.
Dr. Souto: Com certeza. A primeira resposta, que todo mundo que me conhece já imagina é que não é verdade que ele não possa ir treinar sem comer. Se dentro do estilo de vida do nosso ouvinte é mais fácil mais prático… Uma questão de tempo deixar para comer depois… Ele não precisa comer antes. Eu vejo que as pessoas acreditam que vão passar mal se não comerem uma coisa antes da atividade física. Isso acaba gerando o efeito nocebo. O placebo é quando a gente está usando um remédio que na realidade não é remédio. É só um comprimido vazio, mas como a gente acha que vai fazer bem, faz bem. O nocebo é o contrário. A gente acredita que algo vai fazer mal e aí a gente se sente mal psicologicamente. Não é real que aquilo esteja fazendo mal. Tem o efeito nocebo. Se ele se convencer que ele não é obrigado a comer alguma coisa antes da atividade física, tranquilamente dá para fazer. Uma outra sugestão… Você acabou de citar, Rodrigo. Por que não uma barrinha de boa qualidade? Aqui vou abrir um parêntese. Eu nem sabia que o Rodrigo ia falar hoje do patrocínio, mas eu acho legal. A maioria dos podcasts de altíssimo nível que a gente escuta na internet… Norte-americanos… Podcast do Mark Sisson, podcast do Jason Fung… A maioria deles são patrocinados. Eu acho que o dia que a gente pedir para um fast food ou refrigerante patrocinar vocês podem trocar de podcast. Abandone a Tribo Forte. Mas não é o que estamos fazendo. Eu sei que uma das pessoas que está por trás dessa barrinha é o Rodrigo. Se estiver nos ouvindo, depois me mande um aviso para eu saber que ele escutou. O fato de ser uma pessoa séria, que eu conheço… Um cara que vive o nosso estilo de vida. Acho que nos dá muita segurança. Essa é uma das alternativas. Ninguém precisa de barrinha de proteína para viver. Ninguém precisa de suplemento para viver. Mas às vezes pode ser uma coisa prática numa viagem ou numa situação exatamente como essa do ouvinte. Mas existem algumas outras coisas que a pessoa pode fazer. Por que não levar uma marmita para o trabalho? Se ele tem um tempo curto para sair do trabalho e ir até o local onde ele vai fazer sua atividade física. Ele pode entrar na Tribo Forte. Tem tantas receitas… De bolo de caneca. Às vezes coisas tão simples como alguns frios, que ele possa fazer um enroladinho. Eu não vejo essa dificuldade. Ele falou em ir para a atividade física com fome. Eu vou dizer um negócio que, para quem esteja começando nesse estilo de vida pareça uma coisa muito estranha. Quando a gente come todos os dias, se a gente tem refeições todos os dias, o momento em que a gente vai sentir fome é uma coisa treinável. É pura verdade. Se eu almoço todos os dias, o dia que eu não almoçar, eu vou ficar com bastante fome naquele horário, que é o horário do almoço. O inverso é verdadeiro também. Se eu começar a não almoçar nunca, chega um momento em que eu não vou sentir fome na hora do almoço. Claro, desde que eu tenha comido um café da manhã, por exemplo. Uma coisa que algumas pessoas comentaram no Instagram quando eu falei no nosso podcast passado sobre minha viagem. Eu estava na Rússia. Em todos os dias… Foram duas semanas que eu estive viajando… Eu e minha esposa não almoçamos nenhum dia. 14 dias sem almoço. E a gente não passava fome. Ninguém estava se torturando. A gente consumia um café da manhã bem robusto e deixava para jantar depois. É uma coisa que eu tenho certeza que se nosso ouvinte/leitor… Começar a praticar o hábito de não começar nesse horário, ele vai deixar de sentir fome nesse horário. Ele tem a opção de fazer uma receita caseira, levar uma marmita. Ele tem a opção de comprar uma barrinha de boa qualidade, como essa da B-on. E ele tem a opção de simplesmente não comer nada. Low carb e jejum intermitente são alternativas que nos dão liberdade.
Rodrigo Polesso: Opção não falta. Eu fiz um vídeo recente e o pessoal me inundou com uma pergunta que pareceu ser bem comum. “Rodrigo, você fala para a gente que passar fome não é lega, que passar fome faz o metabolismo basal diminuir, mas ao mesmo tempo você promove jejum intermitente. Então, como que isso funciona?” Eu sempre falo desde o começo. Você precisa focar no elefante na sala, que é corrigir a sua alimentação. Implemente uma alimentação forte primeiro. Aí você vai ter seu corpo nutrido, acostumado já. Depois, jejum intermitente. Eu faço jejum intermitente todo santo dia, já há alguns anos. Antigamente eu tomava café todo santo dia. Se você for ver vídeo antigo meu no Emagrecer de Vez, você vai ver eu fazendo café. Hoje eu não como café mais. Eu não sinto a menor vontade de comer. Eu pratico jejum intermitente diariamente e claro que eu não sinto fome. Eu não acredito em sentir fome e se martirizar. Uma coisa antes da outra. Primeiro na alimentação forte, implementada certinho. Dá um tempo para seu corpo se adaptar. Depois você pensa na questão de jejum intermitente. Não tem porque sentir fome. Só para complementar com o que o Dr. Souto falou. Acho que foi bem embasado.
Dr. Souto: E as pessoas são diferentes. Tem gente que sente mais fome. Outras sentem menos. Tem gente que gosta de comer três refeições por dia. Tem gente que não gosta de tomar café da manhã. Eu concordo plenamente. O grande elefante na sala é a qualidade da alimentação. Jejum intermitente é um complemento. De fato, quando a gente vai fazer um esquema desses… Vamos começar a pular uma determinada refeição. No início o corpo está acostumado e sente falta. Sim, a pessoa vai por alguns dias sentir fome naquele momento. Mas essa é uma fome transitória. Não é uma fome desesperada. É como o Jason Fung diz no livro dele. Vem em ondas. Essa onda vem e passa. A pessoa não vai ficar com uma fome desesperada e cada vez maior. É uns 10 minutinhos. Depois aquilo passa. À medida que a gente vai tornando aquilo um hábito, o corpo se acostuma. É com o hábito intestinal. Tem tanta gente que têm o hábito do intestino funcionar de manhã depois que ela toma café. Isso são coisas treináveis também. A pessoa pode mudar e seu intestino vir a funcionar em outro horário. O corpo tem ciclos. Ele se adapta de acordo com aquilo que a gente oferece.
Rodrigo Polesso: Para o Maurício e para as pessoas que tiverem dúvida exatamente sobre esse ponto que o Dr. Souto falou sobre fome… Se você for no YouTube e digitar “Emagrecer de Vez como controlar a fome”, eu explico melhor sobre a fome de hábito. Para você entender um pouco mais do seu corpo antes de julgar um pouco mais do que está acontecendo e se precipitar. Maravilha. Vamos partir para o outro tópico, que é o tópico principal de hoje. É um tópico muito sério. Repercutiu na mídia bastante ultimamente a morte do Marcelo Rezende, infelizmente, que tinha câncer avançado, com metástase. Ele decidiu largar o tratamento padrão de quimioterapia para tentar algo diferente, que no caso foi a dieta cetogênica. A gente não sabe em detalhes que tipo de dieta ele tentou, como ele fez. Mas essa foi a mensagem. Dessa forma, a mídia aproveitou para crucificar essa dieta. É uma coisa totalmente injusta, na minha opinião… Focar nessa questão. Um artigo no Estadão, por exemplo, disse o seguinte. “O oncologista clínico André Sasse, coordenador do Centro de Evidências em Oncologia da Universidade Estadual de Campinas, é taxativo: esse tratamento simplesmente não funciona. ‘A dieta cetogência é totalmente anticientífica, assim como as dietas para ‘alcalinizar’ o organismo. Não faz sentido do ponto de vista biológico. O tumor vai continuar crescendo’, disse Sasse.” Primeiro, comparar dieta cetogênica com dieta alcalinizadora é o cúmulo do absurdo, na minha opinião. Pior ainda é quando ele fala que não faz sentido do ponto de vista biológico. A gente sabe que o uso da dieta cetogênica já está documentado. Fez parte de todo livro-texto sobre epilepsia, em crianças, entre 1941 e 1980. Existem mais de 2 mil estudos feitos com dieta cetogênica para tratamento dos mais diversos problemas, como epilepsia, câncer, obesidade, diabetes, autismo e etc. Chamar de anticientífica é meio ignorância dos fatos. Existem estudos mostrando que a dieta cetogênica por si só cura o câncer? Não. Não existe. E não é nisso que a gente acredita. Apesar de isso, em luz de pesquisa e experimento, fazer sentido biológico… E pode potencializar o tratamento tradicional e até reduzir esterilidade.
Dr. Souto: O único sentido que faz é o biológico. Na realidade, a gente não tem evidência, não tem ensaios clínicos randomizados. Mas há uma coisa que tenha sentido biológico…
Rodrigo Polesso: É isso que eu ia te perguntar agora. A gente sabe que tem evidência de que ele ajuda a potencializar o tratamento tradicional e também a diminuir a severidade dos efeitos colaterais. O que você acha disso tudo? Você deve receber frequentemente no seu consultório pessoas com câncer, que querem potencializar as chances delas de cura utilizando dieta. Será que o foco da mídia em crucificar a cetogênica não foi um pouco equivocado, tendo em vista a situação específica do Marcelo, por exemplo?
Dr. Souto: Tem muito para a gente acordar. Afinal, nos nossos ouvintes tem pessoas com níveis diferentes de compreensão e conhecimento sobre o assunto. Câncer é um termo amplo que inclui uma gama gigantesca de doenças completamente diferentes. Existe aquele carcinoma basocelular que é um tumor de pele muito comum que dá em áreas expostas ao sol… Assim como na região da testa dos homens mais carecas… Nas orelhas… Nos dorsos das mãos… No nariz…. Esse carcinoma basocelular, teoricamente é um câncer. Ele é um carcinoma. Mas quase ninguém morre disso. Ele é um tumor muito pouco agressivo. Cresce muito devagar. Responde muito bem aos tratamentos locais. Nós temos no outro extremo… No extremo das coisas mais malignas e incuráveis… Que é essa doença que o Marcelo Rezende infelizmente teve, que é o câncer de pâncreas. Adenocarcinoma de pâncreas. Câncer de pâncreas é um dos tumores mais malignos, mais agressivos e de mais difícil cura que tem. Especialmente no caso do Marcelo Rezende que quando foi diagnosticado… Eu estou lendo da mídia. Eu não conheço o caso. Obviamente não tratei o Marcelo. Estou lendo do Estadão também. “Diagnosticado no início de maio com um câncer de pâncreas em estado avançado – com a metástase no fígado.” Câncer de pâncreas metastático é uma doença incurável. Precisa ficar muito claro para as pessoas que o Marcelo Rezende não ficaria curado se ele continuasse fazendo quimio. Ele não ficaria curado fazendo rádio. Ele não ficaria curado fazendo nada. Ele tinha uma doença incurável. Uma doença muito grave incurável. A quimioterapia para uma doença que ele tinha, no estado em que ela estava é um tratamento paliativo. Até há alguns anos atrás, não tinha nem quimioterapia paliativa para essa doença. Mas hoje em dia existe uma quimioterapia que funciona um pouco. Aumenta em alguns meses a sobrevida da pessoa. A pessoa ia viver quatro meses e vai viver seis, por exemplo. Na realidade, são situações em que o oncologista… Qualquer oncologista que estiver no ouvindo vai concordar com isso… Deve ter uma conversa muito franca com o paciente e colocar os prós e os contras. A quimioterapia tem uma série de efeitos colaterais. Ela pode prolongar a vida alguns meses. Ela não vai curar, mas ela pode aliviar alguns sintomas de dor que o paciente esteja sentindo. Aí a pessoa vai ver se para si vale a pena enfrentar essa quimioterapia ou se o sujeito acha que talvez seja melhor não. Isso é uma decisão de foro íntimo do paciente a ser tomada junto com seu oncologista. É diferente de alguns tipos de câncer em que o sujeito tem a chance de ficar curado se ele optar por não fazer uma quimioterapia ou uma rádio… Ou seja lá qual for a combinação de tratamentos. Essa pessoa está abdicando de sua chance de cura. Só para a gente chegar até aqui. O caso específico do Marcelo Rezende era uma doença incurável. Ele ter feito quimioterapia ou não… Ele ter feito qualquer tipo de dieta ou não… Não impediria o Marcelo Rezende de morrer rapidamente. Essa é a situação específica dele. Agora vou ler um negócio que está escrito no Estadão. “O caso ganhou repercussão nacional e levantou o debate sobre os riscos de trocar a quimioterapia…” Quando se fala em eventualmente cetogênica e câncer… Vamos conversar daqui a pouco sobre isso… Ninguém sério que eu conheça… Eu e o Rodrigo não estamos falando em trocar nada por nada. Seria uma coisa não baseada em evidência, mas alguma coisa teórica. Não é um absurdo total. “Vou fazer a quimio, mas quero fazer uma cetogênica ao mesmo tempo, porque eu li um artigo que sugere que as células de câncer podem ficar mais sensíveis à quimio se eu retirar o açúcar da dieta.” Isso não chega a ser um absurdo, embora não esteja provado. Olha o que o Estadão colocou. “Sobre os riscos de trocar a quimioterapia por tratamentos sem base em evidências científicas.” Eu concordo que não tem que trocar. “Como dietas, exercícios…” Qual é o problema do sujeito que está tratando um câncer fazer exercício?
Rodrigo Polesso: Ou meditação…
Dr. Souto: Ou meditação. Tem um monte de estudos baseados em evidência… Ensaio clínico randomizado… Tem. Quem quiser pode procurar. Tem em câncer de mama, de próstata. Esses eu sei e tenho na ponta da língua. Mas eu sei que tem em outros. Quando se compara os pacientes que fazem o tratamento tradicional versus os pacientes que fazem o tratamento tradicional mas também se engaja num esquema de atividade física, meditação, alimentação saudável. Esses pacientes têm um resultado melhor. Está literalmente errado esse parágrafo. Na realidade, eu acho que a pessoa que está fazendo tratamento de câncer devem sim buscar coisas que melhorem sua qualidade de vida. Isso inclui um exercício, meditação, uma alimentação saudável. Trocar quimioterapia por exercícios seria uma bobagem. Mas ninguém falou em trocar. Eu acho meio bizarro misturar dieta, exercício com massagens e ervas. Só um pouco. Existe evidência científica de que a atividade física melhore o desempenho. Eu me lembro de um estudo e câncer de mama em que os pacientes que engajaram em atividade física tiveram uma chance menor de retorno da doença. Isso está publicado na literatura peer review. E eu desconheço qualquer estudo sobre massagens nessa situação. A frase está querendo colocar o seguinte… Que dieta ou exercício é uma coisa tão sem fundamento como massagem ou alguma outra intervenção mística. “Embora afirmem que as terapias alternativas possam mesmo ajudar o paciente a enfrentar os severos efeitos colaterais da quimioterapia, os estudos e os especialistas consultados unânimes: esses métodos podem ser usados de modo complementar, mas não têm eficácia comprovada contra o câncer e são incapazes de substituir o tratamento convencional.” Até aí ninguém está propondo substituir. Vamos seguir o roteiro da reportagem. “No caso de Rezende, a terapia alternativa escolhida foi a chamada dieta cetogênica, que se baseia em evitar açúcar e carboidratos. Desde que deixara a quimioterapia, o apresentador passou a realizar viagens para receber o tratamento alternativo em Juiz de Fora, onde atua o cardiologista, nutrólogo e autor de livros de autoajuda Lair Ribeiro. O conceito por trás da dieta cetogênica é bastante simples: as células cancerosas precisam de glicose para crescer e, ao evitar o consumo de carboidratos e açúcares, o paciente cortaria a alimentação do tumor, fazendo-o regredir por inanição.” Aqui vamos abrir um parêntese. Que a maioria dos tumores depende de glicose para crescer, é fato. Então, in vitro… E tubo de ensaio, células normais conseguem crescer bem na presença de glicose e conseguem crescer bem na ausência de glicose se houver gordura como substrato. As células da maior parte das variedades de câncer só conseguem crescer se houver glicose no meio. Isso é fato. Se a dieta cetogênica é capaz de inibir o crescimento das células de câncer, isso não está provado ainda para a maior parte dos tipos de câncer. Não tem ensaios clínicos randomizados em humanos. Parte disse provavelmente é porque no ser humano… Mesmo que a pessoa não consuma glicose, sempre vai haver glicose no sangue, de modo que é diferente do tubo de ensaio. Em roedores, por exemplo, existem estudos mostrando que parece haver benefício. Não é uma coisa completamente absurda. “O oncologista clínico André Sasse, coordenador do Centro de Evidências em Oncologia em Campinas, é taxativo: esse tratamento simplesmente não funciona.” Ele não pode dizer isso. Eu não estou afirmando que funciona. Você, Rodrigo, também não afirmou. Mas ele não pode afirmar que não funciona, porque isso não foi testado em ensaios clínicos randomizados. A frase correta ele seria não ser taxado e dizer… Não se sabe se isso é eficaz ou não, portanto não é uma coisa que possa ser indicada baseada em evidências. “A dieta cetogência é totalmente anticientífica.” Da onde pode ter saído essa frase? É coisa espantosa. Basta alguém que está nos ouvindo que tem alguma formação na área de saúde colocar no PubMed: “ketogenic diet cancer”. Vê quantos artigos vão surgir ali. É bizarra essa frase. Seria totalmente anticientífico eu afirmar aqui que “a dieta cetogência cura o câncer, parem os seus tratamentos e usem a dieta cetogência”. Isso seria completamente anticientífico e criminoso. Agora, existe um número grande de estudo científicos avaliando se a dieta cetogência seria um adjuvante no tratamento de determinados tipos de câncer.
Rodrigo Polesso: Dr. Souto, sabe o que me preocupa muito? É que quem está dizendo isso não é uma dona de casa. Não é um engenheiro mecânico. É um oncologista na Unicamp. Esse tipo de frase que mostra que claramente falta pesquisa da parte dele é dita por uma pessoa que aparentemente é uma referência. Isso me preocupa muito.
Dr. Souto: Concordo com você. “A opinião é compartilhada pelo também oncologista clínico Felipe Ades, do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele lembra que a ideia da dieta cetogênica foi proposta pela primeira vez pelo americano Raymond Rife, em 1931. ‘Ele foi genial ao seu tempo, mas lhe faltava conhecimento, como da estrutura do DNA, só descoberta em 1953. Mais tarde foi provado que alterações celulares – e não a glicose – causam o câncer. Se o paciente para de comer açúcares, o corpo vai produzir glicose do mesmo jeito”. Sim, ele está certo. O corpo vai produzir glicose do mesmo jeito. Quando a gente consome uma quantidade grande de carboidratos isso vai produzir picos de glicemia muito acima dos níveis de glicose de quem está fazendo uma dieta cetogênica. Talvez eu ter uma glicemia média de 110 ou 120 estimule mais o câncer a crescer do que eu ter uma glicemia média de 70. Mais uma vez. Não se sabe. Mas dizer que isso não tem fundamento científico é um argumento de ignorância. É afirmar que algo não funciona… Que não foi estudado. Não estou afirmando que funciona. Mas quem disse que não funciona sem ter estudado está mais errado.
Rodrigo Polesso: Vou até adicionar um comentário sobre esse cidadão especificamente. Ele falou que lembra que a dieta cetogência foi proposta pela primeira vez pelo americano Raymond Rife, em 1931. Ele fala que não sabia do DNA… E que depois fala que o câncer foi causado por alterações celulares… Que é um negócio bizarro na minha opinião, porque não foi provado isso. Como eu tenho ódio de gente que fala de coisas sem embasamento. Por exemplo. Para começar, epilepsia vem sendo tratada com jejum, desde de por volta 500 anos antes de Cristo. Em 1921, uma década antes do que ele falou, foi descoberta que uma dieta bem baixa em carboidratos poderia ter efeitos semelhantes ao jejum completo e poderia, por isso, ser mantida por muito mais tempo. E quem cunhou o termo foi o Dr. Wilder da Mayo Clinic em 1921. Ele cunhou o termo da dieta cetogência. Nem essa questão de Raymond Rife, em 1931 está certa. Isso me deixa meio puto porque está no Estadão e as pessoas estão lendo isso.
Dr. Souto: É aquilo que a gente sempre fala. Médico não sabe nada de nutrição. Não aprende nada de nutrição na faculdade. Isso está absolutamente fora do radar. Mas até aí tudo bem, Rodrigo. O que eu acho é que a pessoa deveria simplesmente dizer que o tratamento comprovado, paliativo, para o câncer de pâncreas metastático avançado é a quimioterapia. Ela aumenta um número X de meses. É o que nós temos. Sobre dieta eu desconheço estudos. Pode ser que tenha algum estudo preliminar, eu desconheço. Essa seria a postura que eu espero das pessoas. E não falar aquele tipo de coisa. Vou colocar a minha opinião. Você chegou a questionar isso. Quando alguém chega no meu consultório… Marca uma consulta e diz assim… “Meu pai tem câncer e eu ouvi falar que dieta cetogência pode ser útil.” A primeira coisa que eu deixo claro para qualquer pessoa que vai lá consultar é que não tem evidência. Não existe evidência de ensaios clínicos randomizados. Aquela situação de pegar 50 pessoas com aquele tipo de tumor, sortear 25 para fazer o tratamento convencional e outros 25 para fazer outro tratamento convencional mais uma dieta cetogênica. Quem olhar no ClinicalTrials.gov, que é o site do governo americano onde estão registrados todos os ensaios clínicos randomizados… Vai ver que existem ensaios clínicos randomizados em andamento em vários locais testando isso que as pessoas na reportagem disseram que é uma coisa completamente anticientífica. Não só não é como está sendo testada atualmente em vários ensaios clínicos randomizados. Eu digo para as pessoas… Não existe nenhuma evidência. As evidências que existem vêm apenas de roedores. Vêm apenas de estudos em tubo de ensaio. E alguma coisa dos estudos fase 1, que são aquela primeira fase, para ver se é possível fazer ou não. Se as pessoas toleram ou não. Algumas coisas desse tipo de estudo bem preliminar já estão publicadas. Eu deixo bem claro para a pessoa que ela deve sim fazer seu tratamento que é baseado em evidência, convencional. Se a pessoa por conta própria leu o que existe publicado sobre o assunto e está convencida baseado nos estudos em roedores… De que possa ser benéfico fazer uma dieta cetogência juntamente com seu tratamento tradicional, eu acho que essa pessoa tem o direito de fazer sua dieta cetogência. Por que não? Assim coo ela teria o direito de fazer a sua atividade física, sua meditação ou tratamento complementares. Eu penso que há uma diferença muito grande entre uma medicação e simplesmente modificar sua dieta. Digamos que tenha uma medicação nova que não foi adequadamente testada, que não está liberada ainda. Realmente seria um absurdo que eu propusesse ou concordasse que a pessoa usasse uma medicação não aprovada para o tratamento da sua doença. Quando a ideia é que juntamente com o tratamento baseado em evidência… Tradicional, convencional… Ela vá substituir – como a gente brinca aqui – o pão pelo salmão… Qual é o problema? Tem tantas pessoas que fazem isso e obtêm uma série de benefícios. Nós já sabemos que uma dieta de baixo carboidrato, uma dieta cetogênica, pode produzir melhora de hipertensão, de diabetes, de síndrome metabólica, pode ajudar a perder gordura na região abdominal, pode diminuir marcadores inflamatórios. A pessoa vai estar fazendo uma intervenção que comprovadamente traz benefícios, mesmo que não traga benefícios para o câncer. Nesse sentido a gente pode e deve traçar o paralelo com coisas como exercício, por exemplo. Se fazer uma atividade física vai ajudar a combater o câncer… Talvez não tenha um estudo que comprove isso especificamente para o tipo de câncer que aquela pessoa tem. Mas o exercício vai fazer mal para a saúde dela? Não, não vai. Então, qual é o problema de ela fazer exercício concomitantemente com sua quimio ou radioterapia?
Rodrigo Polesso: Exato. Concordo plenamente. Dando um passinho para trás… Acho que o problema com o tratamento do câncer ao meu ver é o seguinte. Eu concordo plenamente com tudo o que você falou até agora. Não tenho nada a adicionar. Quimioterapia ou radioterapia e etc. vão atacar o problema. Vão atacar o tumor em si e seu corpo como todo. O tratamento vai quase destruir seu organismo para destruir o câncer. O problema é esse. O tratamento é focado em destruir o tumor, não curar a causa do problema que fez o câncer surgir em primeiro lugar. É como se você tivesse um problema nas costas e fosse no terapeuta para corrigir. Aí depois a dor volta, você vai de novo no fisioterapeuta para corrigir. Você continua tratando o sintoma e nunca focando na causa. Até que você se toca um dia que essa dor nas costas é causada pelo colchão em que você dorme todo dia. Você troca o colchão, raiz no problema resolvida, não tem mais dores nas costas. Sobre a causa do câncer, rios, cachoeiras inteiras e mares inteiros de dinheiro são investidos na pesquisa genética na esperança de achar a cura e causa do câncer. Bilhões de dólares depois, nada foi encontrado. Enquanto isso, do outro lado da moeda… Pessoas brilhantes, na minha opinião, como o Dr. Thomas Seyfried de Boston, com quem eu tive o prazer de conversar… Se você procurar “câncer emagrecer de vez” no YouTube você vai achar. Ele faz um trabalho genial e estuda o câncer como tendo causas endócrinas e metabólicas. Isso, na minha opinião, faz muito sentido. Imagine que as mesmas coisas que causam síndrome metabólica, como obesidade, problemas cardíacos, diabetes tipo 2 e etc., também colaborem para o surgimento do câncer também. Nas populações tradicionais de antigamente, câncer era algo extremamente raro. Isso é fato, é documentado. Hoje todo mundo conhece alguém que tem ou já teve câncer. Será que nossa genética mudou tanto assim em tão pouco tempo? Tem coisa aí. Tem coisa para ser descoberta ainda.
Dr. Souto: Com certeza. Eu volto a dizer. Não acredito que haja nada em 2017 que o Marcelo Rezende pudesse ter feito em qualquer lugar no mundo que evitasse que ele morresse em poucos meses. Talvez a quimioterapia fosse prolongar a vida dele em alguns meses. Talvez tivesse tornado a vida dele algo muito pior, nesses poucos meses que ele tem. Isso é uma coisa que ele teria que ter discutido com seu oncologista. Deve ter discutido com seu oncologista. A ideia de que uma dieta cetogência pudesse ter curado a doença é uma coisa que se ele Rezende, tinha… É uma dessas ilusões. O sujeito tem uma doença universalmente fatal. Ele vai se agarrar a qualquer ilusão. Na realidade, o que eu achei uma canalhice foi a mídia ter explorado o drama pessoal desse sujeito para aproveitar e falar mal de algo que eles não entendem. Oncologistas que não têm a mínima noção do que estão falando. Falar mal de uma estratégia que pode sim vir a ser útil como um tratamento coadjuvante do câncer. Daqui a 1 ou 2 anos pode ser que a gente esteja sentado no podcast falando do resultado de um desses ensaios clínicos randomizados que estão em andamento. Daqui a pouco pode ser que esteja comprovado que ajuda. Nós aqui nunca falamos que essa seria a alternativa que resolveria o problema e que as pessoas deveriam abandonar seus tratamentos. Isso que eles fizeram nessa reportagem eu achei uma canalhice. Eu achei aproveitar o drama de uma pessoa que tinha uma doença incurável para, através disso, falar mal de alo que eles não entendem e que não foi a causa da morte dele. Ele morreu porque tinha uma doença incurável.
Rodrigo Polesso: E nem comentando também… Alguém pode falar que é teoria da conspiração ou não, mas uma coisa que a gente não pode negar é que a indústria do câncer e muito grande. Esses tratamentos são muito grandes. Imagine se alguma coisa em a ameaçar esse tratamento corrente da quimio, da radiologia… Eu imagino que vai ter uma resistência do outro lado. Não estou falando que nesse caso foi. Estou colocando para o universo que pode ser outra coisa também que acaba motivando esse movimento tão feroz contra a mínima ideia de a pessoa querer comer um salmão com alface em vez de comer o pão integral.
Dr. Souto: Quem for da área de saúde… Quem for médico, especialmente… Eu recomendo dar uma olhada nos artigos do Dr. Vinay Prasad. É um oncologista americano que está remoendo nesse vespeiro… E verificando a disparidade entre quanto realmente a indústria farmacêutica gasta para descobrir novas drogas e o preço absurdo que eles cobram a mais por essas drogas. Eles justificam que essas drogas têm que custar uma fortuna porque custou muito caro para desenvolvê-las. Ele foi atrás e levantou os custos. E ele verificou que não. Na realidade, é como você disse. É uma mina de ouro. Eles lançam a medicação. Enquanto tiverem a patente podem cobrar o que quiserem. Como as agências reguladores mandam os planos de saúde pagarem, os planos não têm opção. Se tornou uma mina do ouro total para a indústria farmacêutica. A maioria das pessoas nos ouvindo já devem falar que a gente está numa situação complicada ano que diz respeito aos antibióticos. Não tem antibióticos novos surgindo, mas as bactérias estão cada vez mais resistentes. Um dos motivos é porque a indústria chegou à conclusão de que não é interessante investir em antibiótico. Antibiótico a gente usa uma semana ou duas, fica curado e está resolvido. É muito mais interessante investir em drogas que não curam nada, mas que nós podemos cobrar um valor absurdo por elas. A indústria está toda migrando para isso. Existe um interesse muito forte. Seria ingenuidade negar.
Rodrigo Polesso: Com certeza. Dr. Souto, vamos partir para a última parte. Você pode compartilhar o que você degustou na última refeição?
Dr. Souto: Foi uma coisa bem simples. Uma abobrinha redonda, dessas verdes… Recheada com carne moída temperada com várias coisas. Abobrinha recheada.
Rodrigo Polesso: Que beleza. Eu fiz um ovo com salame e avocado… Chucrute do lado e bacon. Eu comi um café da manhã no almoço. Um café da manhã dos campeões. Não precisa nem jantar com um almoço desse tipo. O que a gente pode fazer de melhor para nós mesmos é prevenir problemas futuros. Eu acredito plenamente que uma alimentação não tóxica, uma alimentação forte, saudável… Baseada em alimentos de verdade pode sim prevenir, inclusive, o câncer. Essa é a minha opinião. Eu não acho que o câncer seja, pelo menos em sua grande maioria, um problema genético. Essa é a minha opinião. Eu acho que a gente pode prevenir. Ao olhar para as populações tradicionais para mim fica muito claro que o câncer naquela época era uma coisa muito rara. Isso é documentado em várias partes do mundo, em vários tipos de povos. Eu acho que a gente pode tentar se livrar dessa grande maldição do século que a gente está vivendo… Se a gente começar a cuidar disso agora, se prevenir e tentar não intoxicar o corpo. Ajudar o corpo a funcionar bem e não atrapalhar ele. Dr. Souto, tem algumas palavras finais para a gente fechar isso?
Dr. Souto: Eu concordo. Eu diria, inclusive, o seguinte. É sabido… Qualquer oncologista sabe disso… Que a maioria dos tipos de câncer tem seu risco aumentado por obesidade, por exemplo. É evidente que existem coisas em termos de estilo de vida que podem diminuir o risco de câncer. Qualquer coisa, por exemplo, que diminua seu risco de obesidade.
Rodrigo Polesso: Perfeitamente. Você que está ouvindo, acredita em saúde? Prioriza performance humana? Quer viver bem, em forma? Faça parte da Tribo Forte. Faça parte dessa família incrível que cresce a cada dia. É só você entrar em TriboForte.com.br. Se você quer ver a gente ao vivo, ver o Dr. Souto, ver eu ao vivo e mais vários palestrantes… Provar os quitutes dos expositores, venha encontrar a gente no evento ao vivo da Tribo Forte. Estará acontecendo nos dias 21 e 22 de 2017. É só você entrar TriboForte.com.be/AoVivo. Você pode encontrar ingressos lá, se você tiver sorte de achar um disponível. Acho que foi um ótimo episódio. Espero que seja útil para o pessoal que está ouvindo. A gente se fala religiosamente na próxima terça-feira. Grande abraço. Até mais.
Dr. Souto: Maravilha. Abraço. Até lá.