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Neste episódio:

  • Ácido úrico, gota…
  • Bizarrice, leito morto para crianças;
  • E mais;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

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Caso de Sucesso do Dia

 

Referência

Artigo no Diabetes Care

Leite Morto Para Crianças

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Fala pessoal, bom dia, bem-vindos ao episódio número 243 aqui do podcast da Tribo Forte, sua dose semanal de ciência na saúde, estilo de vida saudável, emagrecimento e nutrição. Hoje a gente vai passar por dois tópicos, principalmente, um deles é ácido úrico/ gota, esse tipo de coisa, e depois uma coisa muito bizarra: “Leite morto para crianças”. Ô meu Deus do céu! Você vai entender um pouco mais o que tá acontecendo nesse mundo de hoje, por baixo dos panos, que a gente não vê por aí, não é verdade?! Bom, bem-vindo ao podcast de hoje! Doutor Souto, bem-vindo também! Como estamos?

Dr. Souto: Bom dia Rodrigo! Bom dia aos ouvintes!

Rodrigo Polesso: É isso pessoal, vamos começar com essa história do ácido úrico: a gente já falou disso antigamente, mais de uma vez tá, mas a questão é: o que ácido úrico e o impacto que uma dieta baixa em carboidratos pode ter nisso… seria um tratamento meio diferente do convencional, a gente vai entender um pouco mais. Atualmente a gente acredita que gota seja causada por elevados níveis de ácido úrico (quando eu falo “a gente” eu digo a norma por aí, é convencional, acha que gota é causada pelos níveis elevados de ácido úrico no sangue) e tipicamente uma dieta baixa em proteínas, baixa em purinas, é prescrita a pessoas que sofrem disso, já que se acredita que as purinas da carne contribuam para o aumento desses níveis de ácido úrico no sangue. No entanto, gota é fortemente associada a quê? A resistência à insulina, assim como muitas outras coisas. E quando prescrita uma dieta baixa em proteínas para as pessoas que é o tratamento convencional, como eu falei, as pessoas tendem a aumentar o quê? Tendem a compensar baixando a proteína e comendo mais carboidrato, e em essência piorando a resistência à insulina, e em essência também potencializando o problema e não curando o problema e resolvendo pela causa. Agora, uma reanálise do ensaio clínico randomizado Direct, que foi feito há uns anos atrás, foi publicada agora essa reanálise no Journal Diabetes Care, que fala sobre essa questão. O que eles fizeram? Eles pegaram amostras de sangue de 235 pessoas com obesidade moderada que participaram desse estudo randomizado aí, então, eles pegaram essas amostras (lembrando que esse estudo randomizou as pessoas para três tipos de dietas diferentes, uma delas foi a dieta low fat, baixa em gorduras, com restrição calórica; A segunda foi a dieta mediterrânea com restrição calórica; e o terceiro braço foi uma dieta low carb sem restrição calórica). Então, eles viram que nas três intervenções, quando eles analisaram essas amostras de sangue, houve uma queda no ácido úrico no sangue, porém a intervenção lowcarb é aquela que mais gerou queda nos níveis de ácido úrico no sangue, então eles postulam que a perda de peso e melhora na resistência à insulina ambos possam ser intervenções poderosas no tratamento de gota sem que seja necessário se focar na redução de proteínas, na redução de purinas na dieta. A gente acaba atacando a causa do problema, sem essa questão paliativa de não comer proteínas e compensar com carboidratos e etc… E vale enfatizar novamente aqui que a intervenção low carb, onde não houve restrição calórica, foi a que mais gerou queda nos níveis de ácido úrico das pessoas que participaram de disso aí…

Dr. Souto: Nem calórica e nem proteica né…

Rodrigo Polesso: Nenhuma restrição! Somente restrição, claro, no consumo de carboidratos. E eu não cheguei a ver, mas eu imagino que o consumo de proteínas também como você falou não foi reduzido, até provavelmente incentivado, uma vez que foi cortado e os carboidratos também… Que é uma coisa meio contra-intuitiva, quer dizer contra-intuitiva não, é contra a convenção né, é contra o convencional, o tratamento convencional do momento, Doutor Souto…

Dr. Souto: É, sabe Rodrigo, não é uma surpresa total para mim esse resultado porque eu já tinha, inclusive, incorporado em slides de aulas há alguns anos um resultado parcial disso que foi publicado agora, que tinha sido publicado na forma de pôster numa apresentação num congresso de endocrinologista de anos atrás. Posso estar errado, mas eu acho que 2014, então a pergunta que eu me faço é: Por que demorou tantos anos para ser aceito para publicação isso aí? Por que será? Então, o que foi apresentado naquele pôster era apenas os dados do grupo que fez a dieta low carb, e mostrando esses resultados que você falou agora, é muito legal que saiu publicado o estudo completo agora, não apenas em resumo, em apresentação de pôster, o estudo Direct é um estudo clássico, ele é um estudo que data se não me engano de 2008 e o Direct fez isso que você falou, randomizou para low carb, low fat e mediterrânea, e eu me lembro bem, porque isso eu também coloquei slide de aula, que embora os grupos tenham sido recomendados, no que diz respeito às características de cada dieta, não se fez uma recomendação específica de proteína, e uma coisa interessante é que o consumo de proteína foi aproximadamente o mesmo em todos os três grupos, o que ressalta, reforça aquilo que a gente costuma dizer: que existe uma fome específica por proteína e que a pessoa tende a continuar comendo até comer a quantidade de proteína necessária. Ora, o que acontece num estudo desses? O grupo low carb pode comer menos e atingir a necessidade de proteína necessária, enquanto um grupo logo fat, porque consome alimentos nos quais a proteína tá diluída, se você consome alimentos que são pobres em gordura, tipicamente eles são pobres em proteína também, você tá comendo pão, tá comendo batata, portanto você precisa comer mais quantidade, mais calorias, para chegar na quantidade de proteína, mas enfim, a resposta é: a quantidade de proteína nos três grupos foi a mesma, se a quantidade de proteína nos três grupos foi a mesma, por que o ácido úrico melhorou mais no grupo low carb?

Rodrigo Polesso: Pois é, se a proteína foi uma instante, por que variou os níveis de ácido úrico?

Dr. Souto: E aí você tocou na cruz do assunto Rodrigo, que é assim: a gota ela tá muito associada à síndrome metabólica e resistência a insulina, e nós sabemos que low carb é a estratégia mais eficaz para a melhora da síndrome metabólica e da resistência à insulina. Eu tenho uma história que eu costumo contar, eu já devo ter contado aqui no podcast, mas enfim, são duzentos e tantos episódios, nem todo mundo escutou, é uma história real pessoal: um paciente meu paciente de muitos anos, consultava comigo não por assuntos relacionados a alimentação, e aí esse paciente ele foi engordando com o passar dos anos e se tornou diabético diante dos meus olhos, cada ano ele vinha pior, e aí eu comecei a comentar com ele ano após ano “Olha, eu acho que tem que mudar alimentação, tem que fazer uma low carb…”, aí um belo dia ele volta 20 kg mais magro e com os exames todos os melhores, e eu disse para ele assim: “Nossa! Que incrível! O que tu fez?”, e aí ele disse: “eu finalmente resolvi seguir, comecei a tirar o açúcar, o carboidrato, o pão, essas coisas da minha dieta…”, mas aí Rodrigo ele me contou o que aconteceu que ele começou a engordar, e o problema é o seguinte: ele teve uma crise de gota no dedão do pé, e aí ele foi na nutricionista, e a nutricionista disse para ele que ele não podia mais comer carne vermelha, aliás, ele tinha que evitar todas as carnes, mas ele também não podia comer grande quantidade de feijão, não podia comer quase nada… O que sobrou para ele comer? Sobrou o pão, batata, arroz… então, ele foi buscar o auxílio do profissional de saúde que passou para ele a sabedoria convencional sobre o assunto, na realidade a burrice convencional né, e aí ele começou a comer só carboidrato, tirar a proteína da dieta, e aconteceu aquilo que era previsível: ele engordou. O que aconteceu? A resistência à insulina e a síndrome metabólica pioraram e ele passou a ter mais gota, agora que ele não consumia mais tanta proteína, por quê? Porque ele ficou diabético e obeso. E aí com a low-carb aconteceu exatamente o que este ensaio Clínico randomizado tá mostrando, ele emagreceu 20 kg, ele colocou o diabetes em remissão, a síndrome metabólica desapareceu e ele deixou de ter gota.

Rodrigo Polesso: Eu me pergunto o que aconteceria se ele tivesse feito que a nutricionista disse, na verdade ele fez, e depois voltasse lá: “Olha só, eu estou mais gordo, mais doente, mais diabético e a minha gota tá piorando. O que eu devo fazer agora?” O que você acha que ele ia dizer? “Ah, você não conseguindo que eu pedi para você fazer”.

Dr. Souto: É isso aí, ia dizer para fazer mais forte, tirar ainda mais, tem que se tornar vegano. Então pessoal, é interessante por quê? Porque se vocês pensarem no mecanismo, faz sentido essa história que se orienta tradicionalmente, porque o que acontece? O ácido úrico ele é o final de uma via metabólica de compostos chamados purinas, e as purinas estão presentes em tudo que tem DNA. E você vai dizer: “Ora, mas tudo a gente come tem DNA”. Não, tudo que você deveria comer tem DNA, mas muito dos que as pessoas comem não tem DNA. Procura ver quanto DNA você vai encontrar num salgadinho, quanto DNA você vai encontrar na farinha de trigo, ou no açúcar, então os alimentos altamente processados realmente eles são muito pobres em purinas e a lógica é se você comer menos purinas você vai produzir menos ácido úrico, acontece que o caminho para o inferno é pavimentado por bioplaubilidade, boas intenções e bioplausibilidade.

Rodrigo Polesso: Que é mais perigosa ainda…

Dr. Souto: Que é muito mais perigosa! Porque tudo pode fazer sentido, é realmente, então se eu tirar as purinas, mas faltava sabe o quê? O ensaio clínico randomizado. Então, por incrível que pareça, há décadas a profissão médica e a profissão da nutrição vem orientando as pessoas as tirar as purinas da dieta quando elas tem gota e isso nunca foi comprovado ser eficaz em ensaios clínicos randomizados, e aí sai esses tudo agora que, como eu disse, não é tão recente, mas só foi publicado agora, mostrando que uma dieta low carb… e a dieta low carb em questão era Atkins, então assim, mostrando que pessoas que foram orientadas e seguiram a dieta Atkins que segundo a burrice convencional deveria ser a pior coisa possível para gota, pois é, foi o grupo que se deu melhor. Então, a gente não toma condutas médicas ou de saúde pública baseado em bioplausibilidade, quando algo é plausível do ponto de vista biológico, isso significa que você vai partir dessa hipótese para testar ela tem, que testar pessoal.

Rodrigo Polesso: É, tem que testar. Esse assunto todo sobre isso proteínas me fez lembrar de uma coisa que eu vi recentemente, de uma estatística que não tem nada a ver com isso na verdade, mas só a nível de curiosidade: saiu no USA Today, isso foi em 2015 ainda, mas alguém mencionou recentemente, é engraçado e eu não sabia, quando eles fizeram uma pesquisa no Reino Unido com os britânicos lá, quase 1.800 pessoas que diziam ser vegetarianas, eles perguntaram com que frequência, quando assim, que eles quebravam, saíam da linha e comiam carne, então 34% ou seja 1 em cada 3 vegetarianos disse que toda vez que eles bebiam, eles furavam a dieta e comiam carne. E 26% dizia que quebrava a filosofia vegetariana regularmente, até com uma boa regularidade, então ¼. E 22% raramente. E 18% ocasionalmente. Então, é uma coisa que eu lembrei, foi interessante né, então já pensou um em cada três diz que come carne quando bebe, beleza… E na verdade, lembrando né, se você é uma pessoa vegana, por exemplo, se você comer um filézinho de salmão a cada duas semanas pode salvar muita coisa né. Então, faz uma grande diferença você ser de fato 100% ou você “furar”, digamos assim, a tua ideologia aqui e ali. O problema é quando você passa para tua audiência, se você for influenciador, por exemplo, a ideia de que você é 100%, porque as pessoas que seguem você vão achar que você é 100%, você não mostra aquele momento onde você tá comendo carne, porque é uma ideologia, se você quebrar aquilo você tá ferrado, você perde o respeito das pessoas, e tá cheio de gente fazendo isso, vivendo essa estatística, quebrando a dieta aqui e ali, e não contando para a audiência que continua acreditando que 100% é possível.

Dr. Souto: E aí audiência vê resultados que não são tão ruins, e aí eles se sentem fracos, se sentem desnutridos, efetivamente ficam desnutridos e não entendem porque eles fracassam se as pessoas que eles seguem não fracassam, é porque as pessoas que eles seguem não fazem da forma como dizem que fazem, né. Então, é bem complicado esse negócio da mídia social. Dois comentários ainda sobre o assunto da gota: primeira coisa é assim ó, não raro as pessoas que tenham ácido úrico bem elevado e tem histórico de gota, quando elas começam uma alimentação pobre em carboidratos elas podem ter uma elevação inicial do ácido úrico, que depois cai e aí fica em níveis inferiores do que era antes, então do ponto de vista médico, isso significa que às vezes a gente vai prescrever um alopurinol, uma medicação para baixar o ácido úrico, por uns 90 dias, para depois retirar o medicamento quando a pessoa já tiver na fase em que o ácido úrico já está mais baixo do que era antes, então não significa que eventualmente não possa precisar um manejo medicamentoso no início. E o outro comentário é assim, da onde afinal vem o ácido úrico das pessoas que estão comendo açúcar e farinha? (Porque essas coisas não tem DNA) sabe de onde vem? Vem do próprio fígado do indivíduo, é muito parecido com aquilo que já aconteceu muitas outras vezes na nutrição: mandaram as pessoas não comer ovos porque ovo tem colesterol, sendo que praticamente todo o colesterol que a gente tem no sangue vem do nosso próprio fígado, pois bem, a maior fonte de purinas de ácido úrico no corpo humano, 80%, é endógeno e por isso que quando você melhora do ponto de vista metabólico, que você emagreceu e tá com menos resistência à insulina a produção total de ácido úrico do seu corpo diminui, embora você esteja comendo mais carne, peixe e frutos do mar…

Rodrigo Polesso: Lembrando que o ácido úrico também não é uma coisa maligna, o corpo produz porque ele também tem função importante de antioxidante, entre outras coisas…

Dr. Souto: Isso! É, então, na verdade como sempre, muitas vezes o que acontece é: aquela coisa que tá sendo produzida, que não é maligna, que faz parte, você tá bagunçando porque você tá comendo coisas que você não deveria, aí você fica com insulina permanentemente elevada o que interfere com a excreção do ácido úrico, é muito parecido com outro mito que é a história do sal… Então, quando você tem insulina permanentemente elevada e tem resistência à insulina o corpo retém mais sal, mas sódio nos rins, e aí o pessoal ao invés de fazer você mudar o estilo de vida para baixar os níveis de insulina, diz para você comer menos sal. Vocês veem que é muito parecido como os erros se repetem, e se repetem na nutrição e parece que as pessoas, como diz aquele ditado: “não aprendem nada, também não esquecem nada”.

Rodrigo Polesso: É verdade, realmente, a inércia é muito forte nessa questão, a burrice na nutrição é uma força muito inerte. Caramba! Agora, assunto bizarro do dia, vamos lá: Leite morto para crianças. “Ah Rodrigo, mas já alimentam crianças com leite morto”, eu sei o leite uht,  zero gorduras, isso não é mais leite, a vaca não reconheceria aquilo como algo que saiu dela, só que bom, olhando aqui agora publicado dia 18 de outubro agora, poucos dias atrás, é fogo, tem tanta coisa bizarra acontecendo nesse mundo que a gente não sabe mais o que é exagero, parece que a gente perdeu total noção do que é realmente possível ou aceitável nesse mundo. Existe um projeto apresentado pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, que é da Ivy League, que é uma das principais universidades Estados Unidos e tal, que foi aprovado no estado de Nova York onde o intuito desse projeto é tornar o leite mais apetitoso e mais estável, mais durável para ser servido nas escolas para crianças, e a ideia “jenial” (genial com J) nesse caso deles é primeiramente retirar a lactose, então eles tiram a lactose do leite e a sacada genial deles aqui é adicionar açúcar no lugar, então você tira a lactose, tira aquela quantidade de açúcar natural e aquela quantidade de caloria e carboidrato da lactose, e para compensar na mesma quantidade você adiciona açúcar, sacarose. Por quê? Porque segundo eles, segundo eles não, a gente sabe, ela é mais doce, mas segundo eles por ser mais doce vai deixar o leite mais apetitoso às crianças sem aumentar a quantidade total de carboidratos, né. Que genial!

Dr. Souto: Porque afinal, calorias é só o que importa né.

Rodrigo Polesso: Exato! Caloria é só o que importa. Outro ponto muito genial deles também, é retirar o Whey do leite para deixa-lo mais estável na prateleira. O Whey do leite é onde se concentra boa parte da nutrição do , as proteínas, Whey Protein que a gente fala, é aquela parte translúcida que você vê quando você tá fazendo o queijo, por exemplo, aquela parte que tem muita nutrição concentrada…

Dr. Souto: A proteína do soro do leite é uma das proteínas mais biodisponíveis, uma das proteínas de melhor qualidade que a natureza tem, aí você tira…

Rodrigo Polesso: É, só que infelizmente ela não é prática para indústria, porque ela faz o leite não ser tão estável, não durar tanto na prateleira. Então, em suma, eles pegam o leite, pasteurizam o bendito, como já fazem, matando todas as coisas vivas que podem existir no leite, retira-se a lactose, adiciona-se açúcar no lugar e reduz-se a sua nutrição retirando o whey para aumentar a estabilidade, e por fim retirar as crianças, que são pessoas que vão ser a nova geração para mudar o mundo. Então pessoal, que planeta nos estamos vivendo, que esse tipo de coisa é aprovada, por baixo dos panos, a gente não vê isso muito na mídia, a gente viu um artigo ali, que até o doutor Souto que passou, mas que tipo de coisa está acontecendo? E qual o nível de preocupação que a gente tem que ter? Que nível de ceticismo que a gente tem que ter no mundo de hoje para não permitir uma coisa dessas? O que vai acontecer?

Dr. Souto: É tudo tão, mas tão errado, a primeira coisa é o seguinte: leite é um negócio que, enfim, da forma que ele é, ele foi bolado pela natureza e tal, e é uma coisa que por milhões de anos foi adaptado por seleção natural, e a gente deve suspeitar como hipótese inicial que a formulação deles seja uma coisa adequada. Então, digamos que o fato dele não ter sacarose, originalmente, significa que a lactose é melhor para você. Aí assim: “Tá, mas olha o raciocínio deles, a gente tira a lactose e bota a mesma quantidade de sacarose, então as calorias são as mesmas”. Pessoal, não é só caloria a questão, sacarose é a droga do açúcar de mesa, é uma coisa tóxica que você tá colocando ali, que o fígado não foi preparado para receber de forma líquida, mas o fígado foi preparado para receber de forma líquida à lactose. Tá bem que tem gente que é intolerante à lactose, mas vamos falar um pouquinho qual é a diferença dos dois açúcares, vamos falar um pouquinho desses dois açúcares: a sacarose, açúcar de mesa, é metade glicose e metade frutose, algo que você não deveria beber na forma refinada, a frutose ela é metabolizada especificamente no fígado, onde ela costuma produzir resistência à insulina, esteatose, boa parte dela é convertida em gordura… Já a lactose ela é composta também de glicose e a outra metade é galactose, a galactose é um açúcar de índice glicêmico baixíssimo, que não tá associado com desfechos metabólicos ruins, então se a natureza achasse que era bom ter sacarose no leite, teria sacarose no leite, não por acaso não tem. Então, essa é uma troca burra, absurda, e o que tá se alegando ali é que se você não adoçar o leite com açúcar “nossa, as crianças não vão beber, não vão gostar, então vamos botar açúcar”. Tá transformando o troço num refrigerante basicamente. Bom, aí não satisfeitos com essa mudança bizarra, então, vamos tirar o whey. Pessoal, quem tá nos ouvindo aqui compra whey, porque você quer o whey, porque pelo valor nutricional que ele tem, por ser uma proteína de alto valor biológico, sabe que não custa muito barato, justamente porque ele precisa de um processo para ser extraído e purificado…

Rodrigo Polesso: É porque é nutritivo.

Dr. Souto: Nutritivo para caramba! Então você tirou um açúcar natural de baixo índice glicêmico e substituiu por açúcar de cana ou de milho, aí você pega basicamente uma das melhores coisas que tem no raio do leite, que é o whey e tira fora. Qual é o objetivo? “ah, porque a gente observou que é uma das coisas que deixa o gosto que as crianças não gostam tanto”…

Rodrigo Polesso: E mais estável na prateleira também…

Dr. Souto: É, o argumento fundamental é esse, estabilidade de prateleira, eles querem transformar esse negócio num Frankenstein, que dure muito mais do que normalmente já dura na prateleira, é tudo tão errado, mas o artigo comenta ainda né Rodrigo, sobre a questão de que foram realizados testes de palatabilidade… Comenta essa parte aí que a genial…

Rodrigo Polesso: Então, relacionado a questão do açúcar né, que é como as crianças classificam o quão gostoso é o leite, eles viram que com açúcar elas classificam melhor, inclusive com chocolate também no leite.

Dr. Souto: Exatamente! Então, lá pelas tantas eles falam ali no artigo, que essas modificações elas continuam se conformando às diretrizes nutricionais. Então o que as diretrizes dizem? Que o leite tem que ser desnatado, ou no máximo semidesnatado, com no máximo 1% de gordura. Bom, então esse Frankenstein aí vai ser assim. E como as diretrizes não falam nada de proteína e nem nada você pode tirar o Whey e não tem problema, e como as diretrizes falam apenas que a quantidade de carboidrato no leite padronizado é x, então que diferença faz? Troca a lactose por sacarose e a quantidade continua a mesma. Então esse nutricionismo, essa ideia de que basta a gente se preocupar só com os macronutrientes e os percentuais é uma coisa abominável, e esse exemplo aí é incrível né.

Rodrigo Polesso: Incrível! E é UHT também tá, só para lembrar, é uht, ou seja, eles vão matar tudo que tem vivo, qualquer enzima que ajuda na digestão, como já acontece hoje em dia vai ser morta também, e claro que é o que eles falam para o público, que assim é muito mais higiênica, muito menor a chance de contaminação, e tal, claro, você tá dando suco de gesso para as crianças basicamente e colocando chocolate.

Dr. Souto: Assim, até eu, particularmente, não me preocupa se é uht ou não, mas o resto, o resto é muito bizarro.

Rodrigo Polesso: É a parte mais bizarra né.

Dr. Souto: E outra, eles comentam em algum momento da reportagem que houve um estudo no qual se testou em crianças numa escola lá, fizeram um estudo cego, e o que as crianças preferiam consumir foi leite integral, olha só, elas preferiram consumir o leite integral e inclusive preferiram leite integral quando comparado com outras opções que incluíam leite desnatado, semidesnatado e bebidas que eram menos saudáveis, tava escrito assim, ou seja, sucos e coisas do tipo… Então, basicamente o problema é que as crianças estão consumindo cada vez menos leite porque elas estão consumindo leite desnatado, agora se você oferecesse a coisa original elas beberiam mais, mas não, o que eles estão querendo oferecer é uma coisa que não é mais leite, que você tirou a lactose e substituiu por açúcar, tirou o Whey, mas como tem açúcar e tá adoçado, bom, aí você vicia as pessoas pelo gosto doce né…

Rodrigo Polesso: Eles escolheram a cada três escolhas era o leite integral e uma só era o leite low-fat, aberração deles aqui, então eles estão falando inclusive, que as crianças preferem os leite integral, como a mãe natureza fez, e depois no final do artigo eles dizem também que as crianças não tem nada a ver com a história, que eles querem realmente é criar uma coisa para eles venderem em grande escala, que beneficia esse projeto, beneficia as indústrias, não tem nada a ver com as crianças. Isso é o que eles falam na maquiagem do marketing deles, mas é assustador se a gente permitir esse tipo de coisa. Acontece que não tem mais fronteira do que é aceitável, não tem mais ponderação do que é sentido parece…

Dr. Souto: É, então assim, o nutricionismo sempre ajudou muito esse tipo de maquinação, a margarina só surgiu por causa do nutricionismo, quer dizer “as pessoas sempre comeram manteiga, ah, mas é claro, agora a gordura saturada faz mal, então vamos arranjar uma forma de transformar o óleo vegetal em algo que se parece manteiga. O que poderia dar errado?”. Então, por isso que no outro episódio quando nós comentamos do guia alimentar , vocês veem que por esse critério do guia alimentar brasileiro uma coisa dessa jamais passaria, porque você pegaria um alimento não processado ou minimamente processado que é o leite e vai comparar com esse Frankstein, que  é uma coisa assim… existe o ultraprocessado e deveria existir o hiper blaster processado que é esse negócio…

Rodrigo Polesso: Esse é outro que nome tem que dar mesmo, suco de gesso mesmo. Mas quando você não se perde com essas besteiras e faz as coisas certas, baseadas em ciência, você vê coisas misteriosas acontecendo no espelho, quem mandou para gente aqui foi a nossa amiga de hoje que falou: “Vim te agradecer por essa grande conquista no qual estou conseguindo. Sigo suas dicas de alimentação forte e jejum intermitente e perdi 23 kg. Obrigada!” Parabéns para você! Ela não colocou o nome aqui, ela mandou a foto do antes e depois, 23 kg faz muita diferença numa pessoa, a gente consegue ver bastante aqui, seguindo o que? Uma alimentação gostosa, nutritiva, baseada em alimentos de verdade, com base em alimentos de origem animal, enfim, nada como a mãe natureza sempre fez, sem se perder nesse nutricionismo e todas essas balas. Então, parabéns para ela aqui! Se você quer ajuda para seguir esse passo a passo você já sabe é codigoemagrecerdevez.com.br focado em emagrecimento, pessoas que querem emagrecer permanentemente, focado em ciência, ok?!  Maravilha! Doutor Souto, vamos lá para o que você está pensando em degustar agora? Vai ser um achocolatado desses frankestein? O que vai ser?

Dr. Souto: Não, vai ser um peixe mesmo, que já está sendo marinado…

Rodrigo Polesso: Que maravilha! Um peixinho é sensacional! Bom, eu não sei o que eu vou fazer aqui ainda… ah, vou fazer um steak hoje, tem um steak na geladeira, vou fazer um steak hoje… Como eu sempre falo, um acervo com 600 receitas, com receitas novas selecionadas semanalmente no portal da Tribo Forte, você pode ter acesso, só você entrar em triboforte.com.br tem bastante coisa interessante, inclusive semana passada eu compartilhei umas coisas que a Poliana compartilhou como, por exemplo, omelete de chocolate. Pois é, meu Deus do céu! Tem coisas bem interessantes e diferentes lá dentro, inclusive muitas sobremesas também, que vem da criatividade da Polly. Então, se você quer ter acesso a + de 600 receitas entre em triboforte.com.br. No mais, sigam a gente aí nas mídias sociais, Rodrigo Polesso estou em todos os lugares, no Instagram, Doutor Souto no telegrama, Dr Souto, tem também a ablc.org.br Associação Brasileira Low Carb, você pode seguir também, para nós juntos andarmos em frente nos protegendo desse nutricionismo e servir de exemplo para tentar inspirar outras pessoas a seguirem a boa prática da ciência, ao invés deste monte de balela, né. Dr Souto é isso então! Obrigado aí pela atenção e no podcast que vem a gente tá aí de novo!

Dr. Souto: Obrigado! Um abraço! Até a próxima!