Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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Neste Podcast falaremos sobre:
- Café da manhã é realmente a refeição mais importante?!!
- Fibras;
Escute e passe adiante!!?
Saúde é importante!
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Ouça o Episódio De Hoje:
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Caso de Sucesso do Dia
Referências
Meta-análise Sobre Café da Manhã
Matéria no The Guardian Sobre Fibras
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: É isso aí! Eu e o dr. Souto estávamos conversando aqui antes de começar o episódio sobre como é incrível o que a gente vê nesse mundo da nutrição. Como uma área científica pode ser tão maluca como essa área da nutrição. E comentando também que quanto mais a gente estuda, quanto mais a gente entende e está em contato com esse tipo de coisa, mais esperto a gente fica a respeito das balelas que surgem, a gente consegue identificar rapidamente erros críticos que outras pessoas não conseguem e insistem em não conseguir identificar. Enfim, pessoal, a coisa é dura mesmo. Bem-vindo ao episódio número 155 do podcast oficial da Tribo Forte, a sua dose semanal de estilo de vida saudável na lata, sem balelas, baseada em ciência. Hoje, pessoal, a gente vai falar de café da manhã. A gente já falou disso antes, mas saiu uma revisão nova agora que meio que coloca os pregos no caixão desse assunto sobre café da manhã. Vocês precisam saber disso. E depois também um problema grande com low carb que saiu em um jornal da Inglaterra. Agora lascou tudo! A gente vai ver isso também no podcast de hoje, pessoal. No mais, bem-vindo, dr. Souto a esse episódio de hoje.
Dr. Souto: Obrigado! Boa tarde, boa tarde aos ouvintes, vamos começar.
Rodrigo Polesso: Vamos que vamos! Pessoal, só um lembrete antes… Estamos no mês de lançamento do livro, obviamente vou mencionar de novo o meu novo livro. O nome dele é Este Não É Mais Um Livro De Dieta. É um livro, como o nome diz, não é de dieta, ele mostra e embasa um novo estilo de vida alimentar para a saúde, bem-estar e sim, emagrecimento também, baseado em ciência. Você pode encontrar em qualquer livraria da sua preferência e ainda tem online na Amazon versão Kindle. O site oficial é EsteNaoEMaisUmLivroDeDieta.com.br. Vá lá! Adquira o seu livro, dê de presente, espalhe essa boa mensagem, espalhe ciência, nutrição baseada em ciência. Beleza, pessoal? É isso aí! Vamos lá! Metanálise nova sobre café da manhã. Ô, assuntinho polêmico esse que parece que todo mundo tem certeza do que está falando, não é verdade? E a evidência? O que a evidência diz? Cada um diz uma coisa, mas o que a evidência nos diz? Será que o café da manhã é de fato a refeição mais importante do dia? E se fosse, na verdade eu estaria meio lascado, porque eu não tomo café da manhã, não como café da manhã há anos. Eu não estaria nem fazendo esse podcast. Mas às evidências… Vamos lá! Uma nova revisão sistemática e metanálise de todos 11 ensaios clínicos randomizados já publicados sobre se pular o café da manhã foi publicada recentemente no British Medical Journal. As conclusões foram as mesmas que a gente já vinha falando aqui há muito tempo. Ou seja, não existe evidência nenhuma para se continuar dizendo que pular o café irá fazer você ganhar peso ou reduzir o seu metabolismo. Isso é besteira. Mas essa revisão mostrou que as pessoas que comem o café da manhã, comem ao contrário do que se diz por aí, mais durante o dia em média, do que as pessoas que pulam o café da manhã. Eles falam, inclusive, em uma média de 270 calorias a mais das pessoas que comem café da manhã, mas essa média pode variar bastante. As conclusões exatas dessa metanálise são as seguintes: “Este estudo sugere que a adição do café da manhã pode não ser uma boa estratégia para perda de peso, independente do hábito já existente de se comer no café da manhã. Cuidado se faz necessário ao se recomendar café da manhã para perda de peso em adultos, já que isso pode ter efeito contrário.” Uau! Isso significa que você precisa parar de comer café da manhã? Claro que não, não é, pessoal? Se você está bem, se sente bem, ótimo. Isso tudo significa que não existe motivo algum para se recomendar por aí que alguém comece a comer no café da manhã para emagrecer. Então, vamos lá! Bomba nessa casa aí, dr. Souto! Nova evidência… compilação de evidências, não tem, no momento, evidência melhor do que essa. Ou você discorda dela, ou você deve ter acesso a algum estudo que ninguém mais no mundo tem acesso.
Dr. Souto: Sabe, Rodrigo, que eu escrevi sobre esse artigo no meu Instagram, no @jcsouto. E o viés que eu dei lá… No fundo, eu pouco me importo se as pessoas tomam café da manhã ou não, porque o que esse estudo mostra é que isso é irrelevante. Está certo? Então, não é como se eu e o Rodrigo fôssemos contra você consumir alimentos no café da manhã. Ou assim…
Rodrigo Polesso: De forma alguma!
Dr. Souto: Por exemplo, dentro do Código Emagrecer de Vez não está proibido o café da manhã. Dentro de uma formulação de uma alimentação low carb, de uma alimentação forte, tanto faz se uma pessoa toma café da manhã. O que importa mais é o que ela come do que quando. Bom, mas aí o que eu escrevi? O que eu coloquei lá na minha postagem é que me espanta que algo que tenha tão poucas evidências, ou como nós estamos vendo aqui, não tenha nenhuma evidência, seja afirmado, afirmado por quase todo mundo…
Rodrigo Polesso: Categoricamente!
Dr. Souto: Categoricamente como se fosse uma verdade, como se fosse uma lei bíblica. Isso é muito espantoso. E aí, por casualidade eu estava lendo esses dias… Estava num voo e estava lendo uma postagem grande da esposa do Gary Fatkin. Só para dar um background, nós já falamos sobre eles aqui uma vez no podcast. O Gary Fatkin é um cirurgião ortopédico da Tasmânia, da Austrália. Uma das coisas que ele mais fazia era amputar pernas de diabéticos, porque os diabéticos às vezes têm problemas vasculares que obstruem as artérias e vai necrosando primeiro o pé, depois a perna… E o ortopedista vai tendo que cortar aquilo ali por causa do diabetes. E o diabetes tipo 2, como a gente sabe, é uma doença evitável, uma doença de estilo de vida, uma doença que pode ser bem controlada e, eventualmente, em alguns casos pode ser até revertida com uma alimentação low carb. E o Gary Fatkin começou a fazer o que um bom profissional deve fazer, ele foi estudar. Ele descobriu que ao invés de cortar as pernas das pessoas, ele podia cortar o carboidrato das pessoas.
Rodrigo Polesso: E manter as pernas!
Dr. Souto: E manter as pernas! É uma boa troca! E aí aconteceu algo muito bizarro. Eu acho que foi em 2016, não me lembro direito. Ele sofreu uma censura do órgão regulador da saúde lá na Austrália… Na Austrália o mesmo órgão regula médicos, nutricionistas e dentistas. Ele sofreu uma censura na qual ele foi proibido de mandar os seus pacientes diabéticos cortar o açúcar.
Rodrigo Polesso: É incrível, não é?
Dr. Souto: Caso você esteja dirigindo e tenha perdido essa parte, não precisa voltar, vou repetir. O sujeito estava tentando salvar as pernas dos indivíduos, então, ao invés de cortar as pernas estava mandando eles cortar o açúcar. E ele recebeu uma sanção disciplinar do ó´rgão regulador da Austrália dizendo que ele como ortopedista estava proibido de mandar os seus pacientes diabéticos cortarem o açúcar. Isso gerou muita celeuma nas redes sociais, porque, afinal, ele tinha um grande número de seguidores, ele tornou isso público. E acabou sendo revertido. O senado da Austrália chamou esse órgão regulador a dar um depoimento no senado. Então quer dizer, o senado teve que intervir para que o órgão regulador da saúde na Austrália revertesse e ao final o dr. Gary Fatkin recebeu um pedido de desculpas por escrito e agora ele pode mandar os diabéticos cortar o açúcar. Por que eu estou falando isso? Durante todo esse período que o dr. Gary Fatkin ficou proibido de falar no assunto, a esposa dele assumiu as mídias sociais dele e o blog, porque, afinal, como ela não era profissional da saúde ela podia continuar falando. E ela investigou e descobriu que existe uma influência muito grande da Igreja Adventista sobre a questão do consumo de produtos animais nas diretrizes nutricionais. E aí, lendo esse artigo longo que ela escreveu sobre o assunto das investigações dela, nós chegamos em um assunto que nós já tocamos aqui no podcast também que é a influência lá no início do século XX do dr. Kellogg. Para quem não ouviu aquele episódio, o dr. Kellogg é o inventor dos corn flakes, dos flocos de milho, dos sucrilhos, essas coisas. Mas ele inventou isso aí porque ele era um sujeito que pertencia a essa religião, que pregava o vegetarianismo como um princípio religioso e eles achavam que a carne era um estimulante, assim como o álcool e o cigarro. E que a carne fazia as pessoas terem desejos sexuais e se masturbarem, portanto elas deveriam comer menos carne por causa disso, para inibir o desejo sexual. Lembrem disso quando vocês forem consumir os seus cereais matinais.
Rodrigo Polesso: Exato!
Dr. Souto: O que acontece, uma das discípulas do dr. Kellogg foi uma das primeiras nutricionistas dos Estados Unidos. Então, essa pessoa (cujo nome eu não me lembro agora) foi uma das fundadoras daquilo que viria a ser a Associação Americana de Nutrição. Ela era também oriunda dessa igreja, também era adventista, também era vegetariana e essa pessoa foi a primeira pessoa que disse a frase: o café da manhã é a refeição mais importante do dia.
Rodrigo Polesso: Ela que escreveu nas pedras, então!
Dr. Souto: Isso! Finalmente depois de anos eu consegui descobrir de onde veio essa frase! Pessoal, isso não veio de um estudo científico, isso não veio de um ensaio clínico randomizado, isso não veio de coisa nenhuma. Isso era opinião desta pessoa que era uma discípula do dr. Kellogg…
Rodrigo Polesso: Que vendia café da manhã!
Dr. Souto: Lá em… entre 1910 e 1915. Veja bem, ela era discípula de alguém que vivia de vender cereais no café da manhã. Esta pessoa, o dr. Kellogg que era o dono da Kellogg’s que vivia de vender cereais para o café da manhã. Pois bem, chegou à conclusão que o café da manhã era a refeição mais importante do dia.
Rodrigo Polesso: Que conveniente, não é?
Dr. Souto: Conveniente! Então, sim, os nutricionistas aprendem na faculdade que existem estudos observacionais que mostram que pessoas que consomem café da manhã têm uma incidência maior de diabetes ou são mais magras. Mas aí, pessoal, são os estudos observacionais, aqueles que não estabelecem causa e efeito. Qual é o problema? Se por décadas se ensinou… Décadas não, no caso aqui é um século! Faz 100 anos que essa senhora disse que o café da manhã era a refeição mais importante do dia. Então faz 100 anos que isso é repetido, repetido. Aquelas pessoas que se preocupam mais com a saúde, aquelas que não fumam, que cuidam o peso, que fazem exercício, toda aquela ladainha que a gente sempre repete aqui.
Rodrigo Polesso: Que têm uma rotina matinal.
Dr. Souto: Essas pessoas tendem a tomar café da manhã, porque elas tendem a fazer tudo aquilo que dizem para elas que é o certo. Então, esta metanálise que nós estamos falando, que o Rodrigo falou para vocês, ela é uma metanálise de ensaios clínicos randomizados. Aqui foram pessoas que foram sorteadas ou para tomar o café da manhã ou para não tomar o café da manhã. Nesses, que são os estudos, que são os experimentos que é realmente ciência, nesses aí não se viu diferença. Então é a milésima vez que nós estamos dando um exemplo para vocês que estudos observacionais mostram uma coisa, mas a ciência bem feita, os estudos experimentais, aquilo que realmente importa, mostram que isso era tudo produto de confusão, de vieses. E que quando a gente faz realmente os experimentos, na realidade, quem não consome café da manhã tende a consumir 250, 270 calorias a menos por dia. Claro, porque está comendo uma refeição a menos!
Rodrigo Polesso: Exato!
Dr. Souto: Mas aí as pessoas dizem assim: Ah, mas o professor da faculdade disse que se a pessoa não consumir o café da manhã, ela vai ficar morta de fome e vai comer o dobro depois.
Rodrigo Polesso: Mentira!
Dr. Souto: Cadê o ensaio clínico randomizado para mostrar essa informação? Porque o papel aceita qualquer coisa, como o papel higiênico deixa bem claro. Não se trata de… A gente não simplesmente afirma coisas. A gente tem que ter um ensaio clínico randomizado que mostra. Pois bem, aqui nós temos uma metanálise de ensaios clínicos, salvo confusão minha, são 19 ensaios clínicos randomizados diferentes… 13. E o conjunto deles mostra o contrário disso. Então, sim, existe até uma certa compensação. A pessoa que consome café da manhã almoça menos. Mas essa compensação é parcial. A pessoa que não consome café da manhã come um pouco mais no almoço, mas não chega a ser tanto a ponto de compensar o tanto menos que ela consumiu no café da manhã. Eu posso afirmar isso porque eu estou lendo o estudo que está aqui na minha frente, que é uma metanálise de ensaios clínicos randomizados. Quem quiser dizer o contrário, vai ter que encontrar ou fazer novos estudos. A gente não afirma coisas daquilo que a gente acha. Essa é a diferença desse podcast.
Rodrigo Polesso: Exatamente! Então, pessoal, resumindo, se você já faz café da manhã e se sente bem, tudo bem, ótimo. Agora, se você acha que precisa começar a comer no café da manhã porque alguém te disse que vai acelerar o teu metabolismo, alguém te disse que vai ajudar a emagrecer, isso é balela. Isso não está embasado em ciência, está baseado na opinião dessa pessoa. Sobre a questão dos cereais matinais que você falou, para o pessoal que tiver curiosidade essa história é muito bacana. Eu fiz um vídeo até sobre isso, o nome é A História Macabra dos Cereais Matinais. Você pode ver no Youtube, é só digitar A História Macabra dos Cereais Matinais e você vai ver essa história do Kellogg. É bizarro! E você nunca mais vai olhar para uma caixa de cereal com a mesma cara, com certeza. Bom, vamos lá! Antes da gente falar do próximo assunto aqui que bombou low carb, ferrou low carb, estão dizendo que lascou por causa de um motivo que a gente já vai te contar. O caso de sucesso de hoje é muito bacana. Olha só que legal! Achei bem legal isso aqui. Foi o filho dessa senhora que escreveu, ele escreveu o seguinte: “A minha mãe é um exemplo de força de vontade. Durante muito tempo ela sempre teve dificuldades para emagrecer e isso sempre a deixava com baixa autoestima, sentia dificuldades até para fazer uma pequena caminhada, quem a conhece sabe muito bem disso. Então, certo dia resolvi que iria fazer de tudo para ajudá-la a emagrecer, quando pesquisando bastante sobre alimentação correta, encontrei o trabalho do Rodrigo Polesso. Foi a melhor coisa que aconteceu. Mudamos totalmente a nossa alimentação. A minha mãe perdeu 35 kg sem precisar fazer nenhum exercício, apenas mudou a alimentação. Hoje ela é muito feliz e pediu para compartilhar essa história com vocês. Se você deseja começar uma alimentação saudável, convido você a conhecer o trabalho.” E ela mandou a foto do antes e depois. Sensacional! Mandei um parabéns pelo Instagram, mandei um abraço para ela através do filho dela. Eu achei espetacular, dr. Souto, o poder da alimentação que a gente consegue ver nas pessoas. É incrível, de fato!
Dr. Souto: É incrível e é emocionante! Eu inclusive vou contar uma historinha de sucesso também que eu recebi no e-mail do blog. Olha que interessante, eu chamo atenção para a idade do rapaz, porque veja quantos anos de qualidade de vida ele deve ter ganho simplesmente pelo poder da alimentação. Ele escreveu assim: “Dr. Souto, boa noite. Tenho 22 anos e acompanho o teu blog há mais ou menos 1 ano. Eu passei metade da minha vida acima do peso, desde os meus 10 anos de idade, em uma situação que parecia incontrolável, porque de tempos em tempos o peso voltava a subir e nada do que fazíamos parecia ter efeito ou ser sustentável. Já cheguei aos 110 kg em um determinado momento. Sou de Porto Alegre também…” E aí ele conta que começou a seguir uma dieta low carb orientada por uma empresa, inclusive, que tem aqui na cidade que prescreve isso. Então, eles prescreveram uma dieta cetogênica e o fato é que ele perdeu peso, mas aí escreve o seguinte: “Eu sempre ouvia das nutricionistas…” Porque depois ele consultou nutricionistas. “Eu sempre ouvia das nutricionistas que depois que conseguisse perder o peso era para botar carboidratos de volta, porque era insustentável fazer isso no longo prazo. Depois de alguns meses e com 17 kg a menos, um resultado que eu JAMAIS havia conseguido obter antes, comecei a me perguntar se a alimentação era assim realmente insustentável como os nutricionistas sugeriam e comecei a procurar informações sobre isso. Cheguei no blog e comecei a ler os materiais. Como alguém da área da ciência e que respeita bastante o método científico, tudo fez bastante sentido e deu bastante confiança. Hoje faz um ano e meio que estou nesse peso e o peso segue bem controlado. Talvez eu não teria persistido em uma alimentação low carb se não tivesse achado um material de qualidade. Mesmo mais de um ano depois sigo vendo melhoras graduais nos meus comportamentos e naquelas vontades descontroladas, os binges que a gente chama em inglês, de consumir alimentos de péssimo valor nutricional. Não tenho nenhuma melhora impressionante de um quadro de síndrome metabólica por ser muito novo para ter desenvolvido um problema assim.” Agora eu acrescento, até aqui era ele escrevendo. Sim, ele era muito novo, mas com certeza daqui a 10 anos ele ia ter síndrome metabólica, talvez diabetes. Então, que maravilha poder intervir antes que essas coisas surjam. E aí ele termina aqui: “Mas eu estava claramente no caminho e poderia ter voltado para ele. Hoje em dia vejo esses hábitos alimentares como algo definitivo.” Então, o comentário, Rodrigo, é primeiro parabéns para ele e segundo, o poder que a boa informação tem, mas o poder que a má informação poderia ter tido, não é?
Rodrigo Polesso: Meu Deus! Uma vida! O custo seria uma vida!
Dr. Souto: Um rapaz de 22 anos que está com o peso normal, sem esforço pela primeira vez na vida e os profissionais de saúde estavam dizendo para ele que ele tinha que reintroduzir aquilo que fez ele engordar, aquilo que quando ele tirou fez ele emagrecer. Por que isso? Baseado em quê? Baseado em nada! Porque os ensaios clínicos são muito claros, não tem risco, os marcadores de risco cardiovascular melhoram. O sujeito perdeu quase 20 kg! E ele estava bem, ele estava se sentindo bem. Por isso, pessoal, que a gente briga. A gente insiste, a gente luta pela mudança das diretrizes. Porque ao fim, ao cabo são vidas. São vidas que dependem disso e a diferença entre uma vida de sofrimento e problemas… sem falar em outras coisas, autoestima, por exemplo. Então, que dependem às vezes só da diferença entre boa informação e má informação.
Rodrigo Polesso: É verdade. E se vocês, pessoal, continuarem achando que tem alguém mais que se importa com a sua saúde mais que você e sua mãe, não acredite nisso. La garantía soy yo, como diriam. Você tem que tomar as rédeas e a melhor arma é a informação. Você está rodeado de informação aqui na Tribo Forte. Tem a gente no Instagram para seguir, siga o dr. Souto @jcsouto, me segue lá, é @rodrigopolesso e se você quer uma estrutura passo a passo em três fases, entre no Programa Código Emagrece de Vez (CodigoEmagrecerDeVez.com.br). Não tem desculpa para não obter a saúde e o peso que você quer para você para o resto da vida. Bom, saiu no jornal… Saiu no jornal então tem que ser verdade! Saiu no The Guardian, da Inglaterra… Se for jornal de fora é pior ainda, é mais verdade ainda! Agora em janeiro de 2019. a manchete foi a seguinte: “Um furo nas dietas low carb: porque um grande estudo encontrou que dietas altas em fibras reduzem o risco de doenças cardíacas.” Se você já acompanha aqui, você deve estar notando um paradoxo na própria manchete. Eles falando que ferrou com low carb, porque um novo estudo descobriu que uma dieta alta em fibras ao invés, reduz o risco cardíaco. Pessoal, comer mais fibras encontradas… E aí eles falam o seguinte, essa é a parte interessante, dr. Souto: “Comer mais fibras encontradas em grãos integrais, macarrão e pão e também em nozes e leguminosas, irá cortar as chances das pessoas desenvolverem doenças cardíacas e mortes prematuras, segundo uma nova revisão feita pela Organização Mundial da Saúde.” Isso é loucura, pessoal! As maiores fontes de fibra são o que? Legumes, folhas, não é pão, não é macarrão, não é grão integral. Olha o ataque direto dessa manchete à low carb, com intenção de atacar low carb. Todo mundo que tem metade do cérebro funcionando e sabe o que é uma dieta low carb também sabe que ela é uma das mais generosas em folhas, legumes de baixo amido. Ambas essas são as melhores fontes de fibra do planeta Terra. É absurdamente ridículo dizer que low carb é um problema com essa revisão, quando na verdade, essa revisão só reforça o quão bom low carb é nesse sentido de ter fibras generosas. Agora, o outro ponto aqui, falando só para completar essa questão das fibras, o outro tópico na verdade é essa questão toda de fibras serem saudáveis. Na minha opinião pessoal e pelos estudos que eu vi, no contexto de uma alimentação forte baseada em alimentos nutritivos de fonte animal, fibras não só são desnecessárias, mas também contraprodutivas ao organismo. Mas essa é uma opinião minha. Mas o assunto aqui é diferente. Eles estão falando que uma dieta alta em fibras é relacionada a melhor saúde cardíaca. E o low carb é uma dieta assim. Por que eles colocam low carb na manchete, então? Eles vão além para dizer o seguinte… Essa revisão concluiu que devemos todos estar comendo no mínimo 25 a 29 gramas de fibras por dia, dizendo que comer mais de 30 gramas é ainda melhor. Souto, eu acho que eles querem que a gente comece a virar herbívoro, não é? Ou que a gente passe mais tempo no banheiro, só pode. Não sei, no mínimo… Quanto mais fibra melhor, vou começar a comer feno, então. Porque esse é o segredo.
Dr. Souto: Assim, o espantoso desse caso todo é que o estudo não era sobre low carb. Então, tipo, se fibra é importante ou não nós podemos debater. São estudos observacionais… Toda aquela história que a gente sempre fala aqui. Mas a questão é: o que diabos isso tem a ver com low carb ou não low carb?
Rodrigo Polesso: Inclusive em citar. De novo, em citar que tem grãos integrais, macarrão e pão, nozes e leguminosas. Essas são as fontes de fibras que ajudam você a cortar, não a do legume e da folha?
Dr. Souto: Sim, veja bem, se o importante mesmo é comer fibra, tem que comer um pratão de salada, que é onde te bastante fibra. E a fibra a um custo calórico baixo, está certo? Então, assim , para quê que eu vou comer uma cacetada de amido com um pouquinho de fibra se eu posso comer um monte de fibra quase sem amido. Se o meu objetivo é fibra, bom, vou na salada. A Associação Brasileira Low Carb, a ABLC no Instagram escreveu sobre isso quando saiu o estudo. São dois ou três parágrafos bem curtinhos, vou até ler para vocês: “Recentemente, a mídia publicou matérias sobre um novo relatório da OMS a respeito dos benefícios do consumo de fibras para a saúde. O estudo sugere que o consumo de fibras deveria ser de pelo menos 25 a 29 gramas, idealmente acima de 30g. Tal consumo estaria ASSOCIADO com redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e câncer colorretal. Há que se salientar 3 pontos. 1) O relatório em questão não estudou dietas de baixo carboidrato. O assunto não era esse, e é bastante bizarro que low carb tenha surgido no contexto dessa notícia. 2) Este tipo de estudo (de natureza observacional/epidemiológica) não é capaz de estabelecer causa e efeito. Em outras palavras, não é possível saber se comer mais fibras reduz o risco dessas doenças, ou se pessoas mais preocupadas com sua própria saúde (e que, portanto, têm menor risco de adoecer) optam por comer mais fibras. Pode ser isto. E por fim, quem disse que uma alimentação low carb é pobre em fibras? O item 3, acima, é talvez o mais importante. Porque, mesmo que a fibra alimentar efetivamente fornecesse proteção contra doenças (o que a gente não sabe), este seria um motivo A MAIS para adotar uma alimentação low-carb, que tipicamente contém MAIS fibras do que a alimentação ocidental padrão. Pode parecer chocante para muita gente, mas pão integral e aveia são formas ineficientes de consumir fibras quando comparadas com vegetais de baixo amido, abundantemente presentes em dietas de baixo carboidrato.” E aí a gente cita ali o estudo que compara dois cardápios low carb distintos e um deles tem 44 e o outro tem 45 gramas de fibra alimentar por dia. Ou seja, em low carb se supera e se supera muito a quantidade de fibra que eles recomendam. Então, se fibra… Último parágrafo, se fibra realmente fosse importante, não apenas associada com desfechos, a Organização Mundial da Saúde deveria recomendar low carb como a primeira opção.
Rodrigo Polesso: Exato! Muito boa!
Dr. Souto: O que eu acho incrível, viu Rodrigo, é que eles não conseguem ser apenas errados, eles têm que ser muito errados! Têm que ser diametralmente oposto. Eu escrevi esses dias em uma outra postagem que se tu jogar uma moeda para cima, tu vai estar errado ou certo 50% das vezes. As diretrizes estão erradas muito mais do que 50% das vezes. Parece algo com o objetivo determinado de errar.
Rodrigo Polesso: É! Exatamente! Então, pessoal, está dito! Mais uma vez um contra-ataque… Um ataque, na verdade. Não importa se é um jornal da Inglaterra, se é o The Guardian, qualquer um, o pessoal está colocando palavras onde não deveria existir. Fiquem alertas! Beleza! Almoço! Dr. Souto, almoço, rango, o que você degustou na última refeição?
Dr. Souto: Eu degustei alguns bifes, bifes acebolados, grossos, que o meio está meio vermelhinho. O resto eu vou ter que pensar, porque o que ficou na minha memória foram os bifes que eram a melhor parte.
Rodrigo Polesso: O que importa, não é?
Dr. Souto: Tinha uma saladinha que eu comi com uma maionese caseira. Maionese feita com azeite de oliva e ovo cru. Com um pouco de alho… uma maionese com gostinho de alho. Porque assim, os vegetais, esses que nós estamos falando de baixo amido, que têm fibras e tal… Se fibra for importante eu estou comendo, mas eu estou comendo eles não porque têm fibras, eu estou comendo porque eles são um bom veículo para levar a maionese do prato até a boca. Então, acho que realmente eles prestam para isso, são muito gostosos. E tinha mais alguma coisa, que agora não estou lembrando, porque o bife estava excelente.
Rodrigo Polesso: A minha já foi diametralmente oposta à sua no sentido das fibras, porque a minha refeição hoje basicamente teve 0 fibras. Eu peguei um filé de tilápia e também um surf and turf, que a gente fala, e um bife. Um filé de tilápia, um bife e um queijo de cabra. Para mim foi espetacular. Aliás, pessoal, se você tem problema de inchaço, constipação, prisão de ventre, esse tipo de coisa, tente… Faça uma tentativa, se você quiser, temporária de reduzir a quantidade de fibras da sua dieta e veja como o seu corpo se comporta. Existem boas evidências favorecendo esse tipo de sugestão, mas basta você tentar para ver. Existem mil e uma formas de se fazer uma alimentação forte, de forma que se adapte ao seu estilo de vida, à sua preferência também. Não existe nenhum xiitismo aqui. Bom, siga a gente (novamente falando) no Instagram: @rodrigopolesso, @jcsouto, @ablc.org. Rodeie-se de informação, se proteja e ajude-nos a espalhar isso aí! Ok? E você pode fazer parte da Tribo Forte também, ter acesso a um incrível acervo de receitas e palestras de todos os eventos ao vivo lá em TriboForte.com.br. Tem muita coisa, pessoal, que você pode aproveitar e tirar proveito. No mais a gente se fala na semana que vem. Dr. Souto, obrigado pelo teu tempo e é isso até o próximo.
Dr. Souto: Obrigado e até a semana que vem!