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Neste podcast de perguntas e respostas:

  • Será que café com açúcar atrapalha o emagrecimento?
  • Mulher precisa se preocupar com ganho excessivo de músculos?
  • Café turbo pode estar emperrando seu emagrecimento?
  • E mais perguntas respondidas no podcast de hoje!

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Saúde é importante!

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Casos de Sucesso do Dia

Marcos 2

 

 

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá! Bem-vindo a mais podcast da Tribo Forte. Você já sabe. Semanalmente a gente está aqui postando mais sobre alimentação saudável, estilo de vida saudável, de acordo com ciência, tudo baseado em ciência para te ajudar a viver a melhor vida, no melhor peso que você pode viver. Hoje é um podcast especial de perguntas e respostas. E tem um tema principal. A gente vai falar sobre credibilidade científica aqui. É um tópico bastante importante. Mas depois tem várias perguntas de vários assuntos variados. Tenho certeza que você pode tirar proveito. A gente vai dar nossa melhor resposta para essas indagações do pessoal aí, que a gente coleta pela internet. Então, sem mais delongas, Dr. Souto, bem-vindo a esse podcast. Tudo bem por aí com você?

Dr. Souto: Tudo tranquilo. Bom dia ou boa noite, Rodrigo, e um abraço para os ouvintes.

Rodrigo Polesso: Um abraço para todo mundo. Isso aí. Olha só. Vou começar direto com a corrupção científica aqui. Esse problema não é novo. Na minha opinião, a falta de integridade e clareza no meio científico é dos grandes motivos que a população continua sendo engada e levada na direção oposta do que quer. Recentemente, o Dr. David Ludwig, lá de Harvard… A gente já o mencionou várias vezes aqui… Postou um artigo curto e bacana sobre a grande tendência de resultados de estudos que são patrocinados pela indústria alimentícia de mostrarem resultados alinhados com os seus interesses. Como ele mesmo disse, várias reviews, várias revisões na literatura científica mostram que quando uma empresa de alimentos… Uma indústria de alimentos patrocina um estudo de nutrição, as conclusões são muito mais prováveis de saírem alinhadas aos interesses dessa indústria do que comparado ao mesmo tipo de estudo quando ele é independentemente patrocinado… Patrocinado não pela indústria, no caso. Eles fizeram um estudo exemplo… Deixa eu ler direito aqui, direto do artigo, para vocês entenderem direito o que aconteceu. Eles falam o seguinte. “Nós usamos a literatura sobre bebias adoçadas como um caso teste. Nós focamos num período de 13 anos, em que este campo saiu da incerteza para o consenso em termos dos efeitos danosos à saúde dessas bebidas açucaradas. Dentre os 133 estudos publicados na literatura em inglês, a proporção de estudos patrocinados pela indústria em 2001, era de 30% e caiu para menos de 5% em 2013, quando o consenso já estava sendo formado. No geral, 83% dos estudos independentes reportaram efeitos danosos à saúde das bebidas adoçadas, enquanto somente alguns 7% dos estudos patrocinados pela indústria reportaram isso. Ainda, os estudos patrocinados pela indústria foram primordialmente observacionais ou revisões – tipos de estudos que são fracos e suscetíveis a erros e más interpretações. Tendo em vista o consenso atual, esses achados indicam que as pesquisas patrocinadas pela indústria sistematicamente subestimam e disfarçam os verdadeiros efeitos danosos das bebidas açucaradas durante um período crítico da evolução da ciência no ramo. Esta literatura potencialmente tendenciosa foi usada pela indústria das bebidas açucaradas para minar as políticas que visavam limitar o consumo dessas bebidas, como impostos, sugerindo que esta é uma estratégia onde os produtores de alimentos não saudáveis usam ciência fraca e falha para tentar minimizar as ameaças aos lucros.” Que frase impactante, hein, Dr. Souto? Acho que esse é um problema bastante grave que a gente vê direto na literatura científica.

Dr. Souto: A diferença observada é um negócio bizarro. Não é uma coisa sutil. Não é como se 40% dos estudos patrocinados pela indústria mostraram problema com as bebidas açucaradas versus 60% dos estudos patrocinados com dinheiro público. Não. Foram 80 e poucos porcento dos patrocinados com dinheiro público mostraram problema versus 7% dos patrocinados pela indústria. É uma diferença bizarra, é uma diferença absurda. E é interessante porque isso não significa necessariamente fraude. Quem não trabalha diretamente com ciência daqui a pouco pensa… Os autores foram comprados. Pessoal, isso até pode acontecer, mas não é o mais comum. O mais comum é que o estudo seja desenhado de tal forma a produzir os resultados esperados por quem bolou o estudo. Então, é aquele negócio de fazer perguntas… Entrevistadores, jornalistas sabem muito como fazer isso. Fazer determinadas perguntas para produzir determinadas respostas. Então, essa aí é uma das técnicas. A outra é a seguinte… Se contrata um grupo de pesquisadores acadêmicos, mas quem faz a análise estatística, quem monta a parte importante mesmo do estudo é um cara ligado à indústria. Então, tem várias formas de se fazer isso. Agora, o fato é que com esse dinheiro fluindo da indústria para patrocinar esse tipo de estudo de ciência ruim, é como diz o Ludwig, vai poluindo a literatura. E aí o que acontece? Lá pelas tantas são feitas metanálises, revisões sistemáticas, que vão pegar esses estudos ruins e tendenciosos para chegar a conclusões ruins e tendenciosas. Eu não diria que automaticamente qualquer estudo patrocinado pela indústria deve ser descartado, mas eles têm que ser vistos com o ceticismo adequado.

Rodrigo Polesso: É. A gente falou recentemente sobre um estudo que saiu no Brasil… No Brasil não, repercutiu no Brasil também, sobre o macarrão… Dizendo que o macarrão, aliado a uma dieta saudável, não promove o ganho de peso. Esse é um artifício científico que não deveria ser científico, na verdade, que poderia ser usado aqui nas bebidas adoçadas. “Refrigerantes, aliados a uma dieta saudável, não promovem a perda de peso comparado com refrigerantes com uma dieta que não é saudável.” Esse tipo de conclusão pode ser um exemplo de interferência.

Dr. Souto: O grande viés que a indústria adotou no que diz respeito a bebidas com açúcar foi a ideia de que as calorias são todas iguais, de que o que importa é quanto exercício você faz. E vocês vão lembrar que isso não é uma coisa por acaso. Houve um lobby violento. Isso está bem documentado, mas bem documentado… De que o lobby fez a Michelle Obama mudar o programa original dela para botar a ênfase em movimento. Qual era o nome do programa que a Michelle Obama tinha? Era Let’s Move. Vamos nos mover. A ideia de que o problema da obesidade infantil era de que as crianças ficavam muito paradas, jogando videogame, não brincavam, não faziam esporte. E, na verdade, o objetivo claro e declarado… Isso é sabido, está documentado. Tem documentos dos lobistas. Isso é público. O objetivo é: vamos triar a ênfase do elefante na sala, que são os carboidratos refinados, em particular o açúcar, e vamos dizer que o problema é que é todo mundo preguiçoso e joga videogame demais. E a Coca-Cola tinha uma instituição chamada

Rodrigo Polesso: Acho que eles têm ainda, não tem?

Dr. Souto: Não, agora o troço foi fechado porque saiu no New York Times e virou um grande escândalo.

Rodrigo Polesso: Que bom. A gente já falou isso antes.

Dr. Souto: Nós já falamos sobre isso. Era o Energy Balance Foundation. A Fundação para o Balanço Calórico. Quer dizer uma instituição cujo objetivo era dar fundos de pesquisa a qualquer um que quisesse provar que só importa quantas calorias entrar e quantas saem. Porque essa é a grande mensagem que favorece a indústria. Quer dizer, o problema não é que o biscoito recheado é cheio de carboidrato refinado, açúcar e gordura trans. O problema são as calorias. Coma menos biscoito recheado, faça mais exercício, que você poderá incluir biscoito recheado dentro do seu estilo de vida saudável. Dois, três anos atrás tinha outdoor da Coca-Cola que mostrava mulheres bonitas, homens bonitos fazendo atividade esportiva, enfim, andando de skate, surfando, sei lá… E dizia ali que uma Coca-Cola correspondia a 30 minutos daquela atividade física. Então, pode você tomar sua Coca-Cola com açúcar, desde de que você ande tanto de skate como esse cara do outdoor. Está ficando gordinho? Está ficando diabético? O problema não é a Coca-Cola, é a falta do skate.

Rodrigo Polesso: Exato.

Dr. Souto: Isso não é por acaso, pessoal. Isso foi uma coisa orquestrada. Era uma fundação para o estudo do balanço calórico, patrocinado pela Coca-Cola.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Acho que o pessoal vai entender exatamente o que significa. Muito importante, pessoal. O pessoal na internet… Tem gente aí que fica publicando conhecimento sobre saúde… Falando sobre saúde no geral… E acaba postando estudos científicos. Agora um grande problema é você assumir que só porque a pessoa postou uma referência científica, que aquilo é verídico. A gente está vendo todo o tipo de problema que tem com evidência científica. Então, muito além disso o problema vai. Vai muito além. Você tem que ser crítico a respeito da literatura científica também. Então, o pior é falar sem base nenhuma. Agora, quando fala, começa outro problema. É uma base confiável ou não? Então, são muitos níveis de problema. É por isso que a gente fala do ceticismo inteligente. Tente manter assim porque é simplesmente uma arma de sobrevivência e proteção que você tem que ter. Bom, vamos partir para a primeira pergunta aqui, Dr. Souto. Perguntas de todos os tipos aqui. É para a gente discutir um pouco. São perguntas do pessoal que acompanha a gente, que posta na internet. A primeira pergunta… Eu adoro pergunta que tem a resposta já na pergunta. A pergunta da Nandi Gouvêa. É a seguinte. “Olá. Todos os dias eu tomo o café turbo. Eu tenho uma alimentação saudável e faço academia todos os dias, e não consigo perder peso. É normal? Obrigado.” Em vez de achar óbvio, vamos achar a resposta na pergunta. Ela falou que toma o café turbo todo dia. O pessoal que nunca ouviu… O café turbo… Eu criei um vídeo há muitos anos atrás… Que é basicamente você fazer café e colocar ou óleo de coco, ou óleo TCM, MCT… Ou manteiga dentro, como substituto de uma refeição, se for o caso. Ou para estender um período longo de jejum. Não para ser adicionado a sua dieta. Ela falou que toma isso todos os dias, mesmo assim não perde peso. De novo. Nada que você ingira vai causar perda de peso. Isso é fundamentalmente errado. Calorias a mais nunca vão causar calorias a menos. Então, se você está tomando isso todos os dias e você não mudou de acordo o resto, esse efeito pode sim estar pisando no efeito do emagrecimento. A primeira coisa que eu olharia é isso, claro, se você tiver certeza de que está seguindo uma alimentação forte de fato. Isso daí é outra coisa que eu fico meio em dúvida também. Dr. Souto, você tem algum input nesse sentido?

Dr. Souto: Ah sim. A ideia é a seguinte. Para algumas pessoas… Teoricamente, se a pessoa em jejum, de manhã, tomar um café, botar um pouco de gordura no café… Isso vai ter um efeito inibidor do apetite e fazer com que a pessoa não coma outras coisas. E se o efeito total for inibir o apetite, pode eventualmente ajudar. Na realidade, eu tenho claro para mim que se fome não fosse um problema, se bem-estar não fosse um problema, se eu simplesmente tivesse que desenhar a estratégia alimentar mais eficiente possível para a perda de peso, ela seria uma dieta pobre em carboidrato, pobre em gordura e rica em proteína. Pobre em carboidrato por quê? Porque sem carboidrato o corpo é obrigado a queimar gordura. E pobre em gordura porquê? Porque se eu não tiver gordura na dieta, o corpo vai ser obrigado a queimar a gordura minha. Por que eu digo só se não existisse fome e tal? Porque evidentemente, uma dieta basicamente só de proteínas magras, uma dieta de peito de frango, de atum em água, de clara de ovo… Ela não é sustentável. Ela é completamente insustentável. E ela é ruim. Ela não é gostosa. Ela não é saborosa e você fica com fome porque ela não é uma dieta suficientemente saciante. Agora, nós tentamos conseguir um meio termo. O que é o meio termo? Deixamos o carboidrato baixo para fazer o corpo queimar gordura. Mas nós vamos deixar a quantidade de gordura da nossa dieta suficiente para ficar saboroso. Suficiente para inibir o apetite. Mas não mais do que isso. Eu não preciso comer um monte de gordura só “porque eu posso”… Porque em low carb é permitido. Existe um equilíbrio simples, que é assim… A quantidade de gordura que meu corpo vai queimar, parte dela vai ser a minha própria, parte dela vai ser da dieta. Obviamente, se eu tiver uma quantidade muito grande na dieta, eu vou estar reduzindo a quantidade de gordura corporal que eu vou estar utilizando como fonte de energia. Está claro?

Rodrigo Polesso: Perfeito. Ótimo.

Dr. Souto: O Ted Naiman, que é alguém que eu sigo bastante no Twitter… Ele tem umas sacadas boas. Ele diz assim… Você, a pessoa… Você já é high fat. Você já tem bastante gordura no corpo. Ally you need is low carb. Tudo o que você precisa é low carb. Ele quer dizer com isso, em resumo, isso aí. Não adianta a pessoa se entupir de gordura e querer emagrecer ao mesmo tempo. “Mas vocês estão dizendo o contrário do que vocês disseram?” Não, veja bem. Eu não concebo comer uma asinha ou uma coxa de frango que não tenha pele. Para mim, tem que ter a pele. Agora, eu já não acho interessante eu ficar bebendo gordura em grande quantidade de manhã. Eu já não acho interessante, por exemplo, para mim. Pode ser que outras pessoas que estejam nos ouvindo aí… O cara faz isso que vou dizer agora e tenha sucesso, esteja perdendo peso. Está bem, se está funcionando, está ótimo. Mas aquela capa grossa de gordura da picanha… Eu removo aquele excesso. Não porque eu acho que vai me matar do coração. Eu definitivamente não penso isso, mas porque eu prefiro queimar a minha gordura do que a da vaca.

Rodrigo Polesso: Exatamente. Também concordo plenamente. Toda vez que você adiciona gordura no café, seja onde for, você vai queimar aquilo primeiro. É muito mais fácil para o corpo queimar essa gordura exógena que está vindo para dentro do corpo do que ter que metabolizar a gordura armazenada. Então, se você não está perdendo peso, é bom você prestar atenção nesses detalhes que podem ser bastante importantes. Bom… Próxima pergunta é da Thaís Oliveira. “Comecei a pedalar há 6 meses depois de uma cirurgia. De 30 dias para cá, eu adicionei aeróbico e exercício de grande esforço físico, como os que você mencionou. Melhorei um pouco na alimentação e diminuí medidas. Só que eu estava com 62, agora estou com 65. O que fazer? Será que vou continuar assim ganhando peso até ficar bombada? Me ajude, por favor.” Vou jogar a batata quente para você, Dr. Souto.

Dr. Souto: Bom… Primeiramente, é muito difícil a gente só com balança saber se a pessoa está ganhando ou perdendo gordura ou massa magra. A balança final mede peso. A maioria das vezes quando uma pessoa adota uma estratégia de perda de peso, é que essa pessoa está realmente interessada em perder gordura, né, Rodrigo? Em melhorar a composição corporal. Em ficar com menos gordura, ficar mais magro. Existe exceções. Por exemplo: vamos pensar num jóquei. Para que o cavalo dele ande mais rápido, cavalo dele precisa carregar menos peso. Então, o jóquei tem que ser mais leve. Não interessa muito para o jóquei se ele perdeu massa magra, massa gorda ou as duas coisas. Para o jóquei, interessa a balança. Mas é uma situação muito específica, vamos combinar. Na grande maioria das vezes, a pessoa está interessada na composição corporal. E, por incrível que pareça, coisas bem pouco tecnológicas às vezes são mais úteis. Por exemplo, uma fita métrica. Se a pessoa está perdendo medidas… E ela disse para nós que perdeu… Ela não pode estar engordando, em geral. Ela perdeu medidas, deve estar perdendo gordura. Com certeza deve estar perdendo gordura na região abdominal, na região dos órgãos, na barriga. A segunda coisa é a questão da massa magra. Ela nos falou ali que ela está treinando bastante, que está treinando forte, que está fazendo exercício de força. Bom, ela deve estar ganhando massa magra, e a massa magra pesa. Então, se a pessoa… Eu estava falando das coisas pouco tecnológicas… Uma das são as medidas. A outra é o espelho. Se a pessoa está com um aspecto melhor no espelho… Está se achando melhor… Se a roupa está servindo melhor… Se aquela calça que estava apertada agora está entrando frouxinha, esse número da balança é irrelevante – a não ser que a pessoa, como eu disse antes, seja um jóquei.

Rodrigo Polesso: É verdade.

Dr. Souto: Uma coisa que ajuda muito e eu acho que vale para todo mundo que está querendo acompanhar sua evolução, é foto. Vai na frente no espelho, bata uma foto… Uma selfie na frente do espelho só com a roupa de baixo. Uma foto só para si, não precisa ficar mostrando para ninguém. E repita isso uma vez por mês, tentando manter a câmera na mesma distância, na mesma altura, para que seja comparável. De frente e de lado. Isso daí vale muito mais do que muita bioimpedância, ou qualquer outro método mais tecnológico. Porque, afinal, o objetivo da pessoa quando embarcou numa mudança de estilo de vida, não era ter mais saúde? Mais saúde a gente vai ver no bem-estar que ela está sentindo e vai ver nos seus exames, talvez. Outro objetivo é estético. Bom, se o objetivo é estético, a balança elogia você quando você pisa nela?

Rodrigo Polesso: Algumas devem fazer isso…

Dr. Souto: É. Mas provavelmente vai estar mentido. É melhor você se olhar no espelho, ver a foto, ver como a roupa serve. Pela descrição que ela nos colocou, a impressão que me dá é que ela provavelmente perdeu gordura e ganhou massa magra, por isso o peso até aumentou um pouquinho, mas ela está com menos medidas.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Outra preocupação dela é se ela vai continuar ganhando massa até ficar bombada. Aqui é aquela questão… Mulher… Você pode ficar com o comprometimento do Arnold Schwarzenegger na academia. Todo dia… Pesadíssimo, suar… Devotar sua vida a isso. Naturalmente você vai ter muita dificuldade em ficar bombada. É muito pouco provável que você fique. Está fisiculturistas mulheres sabem o quanto de esforço elas precisam para ter uma physique um pouco bombada, digamos assim, naturalmente. Até porque elas não conseguem muitas vezes. Tem que usar suplementos um pouco menos ortodoxos para chegar nesse nível. Mulher, no geral, não precisa ter essa preocupação de ficar bombada. É muito difícil de passar desse ponto. Você pode ficar atlética, com um corpo que você goste, com muito esforço. Agora, ficar bombada vai ser muito difícil. Muita gente acaba achando que… É sedentário, começa a se exercitar, ganhou peso muscular, acha que a tendência de crescimento muscular vai continuar. Não, não vai! Vai se adaptar de acordo com seu potencial genético.

Dr. Souto: Com certeza. Não é assim, conseguir sem querer aquilo que outros querem e não conseguem. Então, não é bem assim que funciona.

Rodrigo Polesso: Exatamente. Bom, para quebrar o gelo aqui, caso de sucesso do dia. Marcos perdeu menos 5,2 quilos. Ele mandou a foto lá no fórum. Ele faz parte do Código Emagrecer de Vez. Foi bem objetivo nos detalhes dele. Ele emagreceu 5,2 em apenas 3 semanas, que faz parte do Desafio 30 Dias do Código Emagrecer de Vez, que é a primeira fase. Então, antes de acabar os 30 dias, ele já quis postar a foto do antes e depois dele, sorrindo aqui… Que perdeu 5,2 quilos. Bem legal. Muito legal. Se você tem interesse em aplicar a alimentação forte para emagrecimento, fazer parte do fórum do Código Emagrecer de Vez, é só você entrar em CodigoEmagrecerDeVez.com.br e ver com seus próprios olhos como esse programa pode te ajudar a chegar nos seus objetivos de boa forma e também saúde. Muito importante. Maravilha. Próxima pergunta vem na Nati Anjos. “Eu estou fazendo jejum intermitente. Eu não tomo café da manhã. Só almoço e janto bem pouco, mas não consigo ficar sem o cafezinho preto. Eu amo demais e tomo café com açúcar. Isso vai prejudicar meu emagrecimento? Eu não consumo açúcar em nada, se não no café. Mesmo assim, por favor, me responda. Amo seus vídeos.” Dr. Souto, o que você acha?

Dr. Souto: Pois é. A gente não gosta de açúcar aqui.

Rodrigo Polesso: A gente gosta do sabor, a gente só não come.

Dr. Souto: É, isso aí. A gente não gosta do que ele produz no corpo da gente. Quantos cafezinhos será que ela toma? Ela não deixa claro. E se for vários? Ele é docinho. Ele é um copinho pequeno. A pessoa toma um, toma dois, toma quatro. Daqui a pouco, se ela pudesse visualizar o açúcar… Só o açúcar, sem o café, ela viria que está tomando uma quantidade significativa de açúcar. Mas pode ser que ela esteja nos dizendo que ela toma um cafezinho. Bom, se ela toma um cafezinho com açúcar, talvez a quantidade de açúcar seja pouco relevante. Mas eu me questiono… Será que esse açúcar não é um gatilho para comer outras coisas? Será que esse açúcar não desencadeia fome… E mesmo que o que ela vá comer depois não tenha açúcar, ela não acaba comendo mais porque ela teve um pico de insulina… Teve um pico de glicemia que ela não precisava ter tido? Como se diz… Será que isso não é a porta de entrada para drogas mais fortes? Então… Eu acho que é um negócio que… Vou colocar para ela de outra forma. A gente não sabe, a gente não tem como perguntar para ela se ela, por exemplo, bebe cerveja… Ou se bebia cerveja. Ou se ela bebe vinho… Se bebe vinho seco… Se bebe um vinho tinto seco… Se bebe um espumante brut… Normalmente, a maioria das pessoas vai ter alguns desses hábitos que são coisas que não são adoçadas. Então, a pessoa que bebe uma cerveja… A primeira vez que experimentou provavelmente não gostou, porque não é doce, é amarga. No entanto, essa pessoa treinou seu paladar. Uma pessoa que bebe um cabernet sauvignon seco, fino… Aquilo ali tem taninos. É uma bebida seca. É uma bebida amarga. E a primeira vez que a pessoa bebeu, não gostou. Mas qualquer um sabe que um vinho seco vai ser um vinho de uma qualidade superior a um vinho adoçado com açúcar. Eu não sou um conhecedor de café, especialista… Longe de mim. Mas hoje em dia, se eu for tomar um café adoçado, eu não consigo. Eu acho ruim, porque eu acostumei a beber café sem açúcar. Mas esse acostumar foi uma coisa de vontade. Em determinado momento eu me forcei a beber o café não adoçado e confesso que por umas duas semanas eu não gostei. Então, assim… Eu tenho certeza que ela que nos perguntou já teve alguma dessas experiências na vida, de ter forçado um pouquinho até aprender a desenvolver um paladar para aquilo. A minha sugestão é que faça o mesmo com o café. Depois que ela fizer isso, ela vai nos agradecer não apenas porque vai ser melhor para a saúde dela e talvez para a forma física dela, mas vai ser melhor para o paladar dela. Nunca mais ela vai querer tomar café de outra forma.

Rodrigo Polesso: Concordo plenamente. Essa inversão é muito clara. Eu também gostava de café doce antigamente. E quando comecei a me forçar no começo a tomar café sem açúcar, foi difícil. Mas, realmente, umas duas semanas é o máximo que você precisa sofrer para se adaptar a tomar café sem açúcar. Depois você não quer tomar com açúcar. Então, isso que eu ia dizer, dois pontos. O primeiro é que você diz que ama café. Bom, você não gosta de café. Você gosta de sobremesa. Esse é um ponto importante. Minha namorada não gosta de café também. Ela não costuma tomar. Só que recentemente a gente foi para uma viagem no Vietnam e lá tem o café vietnamita. O que é o café vietnamita? Você vai lá, eles fazem o café preto e enchem do quê? De leite condensado dentro. Daí mistura. Minha namorada tomou e adivinha? Adorou! Queria tomar de novo o café vietnamita, porque não é café. Isso é uma sobremesa adocicada e tem café como ingrediente, assim como o frappuccino do Starbucks que contém o café. Tem gente que às vezes fala assim… “Rodrigo, não estou emagrecendo, mas só tomo dois cafés por dia.” Por café, é o frappuccino do Starbucks, que usa o café como condimento. É uma sobremesa com gosto de café, na verdade. Então, você não gosta de café, gosta de sobremesa. Está na hora, talvez, de começar a gostar de café. Outro ponto aqui é que vai prejudicar emagrecimento, óbvio que sim. Toda vez que você toma o açúcar no café, é obvio que vai prejudicar o emagrecimento. Não vai te ajudar colocar açúcar. O açúcar vai reverter seu metabolismo para queima de açúcar. Vai bloquear o acesso à gordura. Quanto mais frequente você fizer isso, mais esse efeito metabólico vai acontecer. É óbvio que não vai te ajudar a perder peso. Vai te prejudicar sim. A questão é… Depende da frequência, depende do resto que você faz… Se esse prejuízo vai ser significativo ou não no seu estilo de vida. São coisas a considerar.

Dr. Souto: Perfeito. É mais ou menos como as pessoas que se dizem chocólatras e na verdade só comem chocolate 25% cacau. O que é o chocolate 25%? É um doce saborizado com cacau. Faz um doce, faz um monte de leite, leite condensado e tal e aí depois bota um gostinho de chocolate. Então, isso não é chocólatra, é “doçólatra”. É a pessoa viciada em açúcar. A melhor coisa a se fazer com vício não é alimentar o vício, é eliminar o vício.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Exatamente. Vamos acabar com alto astral com a pergunta da Aline Fraga. Vou jogar para você essa, Dr. Souto. Ela fala… “Eu trabalho com doces. Eu tenho uma loja de bolos e doces. Eu sou culinária. Não sei mais o que fazer. Tem alguma coisa para me ajudar? Na loja, quem faz todas as gordices sou eu.” O engraçado é que ela postou esse comentário num vídeo que eu fiz no YouTube sobre 12 dicas para destruir o vício por doces. Que situação, Dr. Souto… Que dica a gente pode dar para a Aline?

Dr. Souto: Eu tenho uma dica para ela. Eu tenho uma dica para ela que acho que vai mudar a vida dela. Ela pode começar a abrir seu cardápio de opções para um cardápio também oferecendo doces low carb. É um negócio que está na moda, que está crescendo… As pessoas que vêm consultar, que consultam nutricionistas low carb sempre perguntam… Onde posso conseguir uma torta low carb, um docinho low carb para quando eu tiver vontade? Às vezes as mulheres dizem assim, “Tem períodos do mês que eu preciso de um doce.” Aí tem aquele doce low carb que vai permitir que a pessoa faça uma redução de danos. Então, eu acho que pode ser bom para ela do ponto de vista de ter alternativas nas quais ela não se desvie tanto da dieta, mas pode ser bom para ela como uma alternativa de negócio. Algumas das pessoas que fabricam doces low carb e vendem fazem isso em casa, na cozinha de casa. Poxa vida, ela tem uma cozinha industrial. É o negócio dela. Ela tem uma estrutura para isso. Ela tem know-how para isso. Ela deve ter fornecedores. Então, ela tem a faca e o queijo na mão para não apenas fazer coisas que possam estar dentro de uma alimentação forte, mas para conseguir entrar num ramo de negócio que é um ramo que está crescendo, explodindo, duplicando a cada ano. Uma coisa interessante de lembrar é o seguinte. Para ela, pensando em termos de negócio… Ela faz as “gordices”, como ela diz, mas ela e todo mundo faz. Todo mundo faz quindim com açúcar. Todo mundo faz bolo de chocolate com farinha de trigo e Nescau. Ela pode fazer algo que os outros não fazem e vender por um preço premium. Eu não tenho dúvida que um pão low carb custa 3 ou 4 vezes mais caro do que um pão normal, pelo menos se a pessoa comprar pronto. Você que está nos ouvindo e não tem dinheiro, não tem problema. Primeiro, ninguém precisa comer pão, isso é bobagem. Segundo, se a pessoa quiser pode muito bem entrar na Tribo Forte e aprender a fazer um pão low carb e fazer em casa. Mas se você quer comprar pronto, esta nossa ouvinte pode, daqui um mês, estar ali fornecendo. Basta ela dominar as receitas e começar a fazer. Então, minha sugestão para ela é expandir o negócio. É começar a ter opções low carb também. Provavelmente, ela além de ficar magra vai ficar rica.

Rodrigo Polesso: Rica e magra… Olha só. Pediu dica nutricional e recebeu dica de negócios. É incrível a criatividade e a capacidade no Brasil… Dos brasileiros… Que eu vejo bastante as pessoas fazendo quitutes low carb, alternativas low carb para todos os tipos de coisas que você nem acredita que é low carb. Dentro do portal da Tribo Forte tem a Pati, tem a Poliana postando lá diariamente receitas. E muitas das receitas são sobremesas. Eu sei que essas meninas adoram sobremesas. Então, elas postam bastante sobremesas. Inclusive o quindim low carb fica uma delícia que você não acredita. Então, tem alternativas. Você pode fazer você mesmo em casa, tentar, explorar esse lado da culinária também. Se você não faz parte da Tribo Forte, você pode entrar em TriboForte.com.br e fazer parte lá. Você tem acesso a um acervo enorme de receitas de todos os tipos, inclusive sobremesas e um monte de outras coisas lá dentro também. Então, é espetacular. Tem chance de você crescer seu negócio e ainda perder peso. Um ponto importante sobre o vício… Independente se o doce vier de açúcar ou vier de xilitol ou eritritol, é lembrar que se você quer se livrar do vício, é razoável pensar que se você diminuir a frequência com que você sente o gosto doce, vai te ajudar nesse objetivo. Ao você começar a fazer low carb com esses doces, você vai minimizar o impacto que você tem no seu corpo, mas não necessariamente minimizar o impacto psicológico dessa retroalimentação do gosto doce. Então, depende do seu objetivo primário. Essa pode ser a primeira etapa, para depois você diminuir a frequência também. Mas com certeza eu acho que é um ótimo caminho que você sugeriu, Dr. Souto, de entrar nesse mundo low carb. Ela pode ficar, como você disse, rica e magra ao mesmo tempo.

Dr. Souto: É isso aí. Muito bom.

Rodrigo Polesso: Maravilha, pessoal. Com isso a gente via fechando esse podcast. Espero que tenha sido útil para você. Se você gosta desse tipo de pergunta e resposta, deixa nos comentários. A gente sempre tenta fazer um pouco mais do que o pessoal curte, deixar mais variado nosso conteúdo semanal para você. No mais, obrigado por sua atenção. A gente se fala com certeza na próxima semana. Obrigado, Dr. Souto. Até lá.

Dr. Souto: Obrigado. Um abraço. Até lá.