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Neste podcast:

  • Fazer caminhada ou exercícios leves em jejum causa hipoglicemia?
  • Cortar a carne na dieta é o caminho para emagrecer?

Este são os 2 principais assuntos do podcast de hoje!

Compartilhe e vamos ajudar cada vez mais gente a ver as verdades sobre saúde, boa forma e estilo de vida!

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Referências

Site Tribo Forte

Estudo Publicado no Jornal PLOS

Artigo na Super Interessante Sobre Parar de Comer Carne Para Perder Peso

Estudo de 2011 Que Comparou, Em Diabéticos, As Diferenças Entre se Seguir Uma Dieta Vegetariana ou Uma Dieta Tradicional

A Dieta Utilizada Pelo Estudo Como “Dieta Padrão Sugerida para Diabeticos” é do Grupo De Estudo De Diabetes e Nutrição que Faz Parte da Associação Europeia Para o Estudo De Diabetes

Estudo Publicado no BMJ Comparando as Dietas

 

Casos de Sucesso do Dia

Nicássio

 

 

 

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, bom dia, boa tarde ou boa noite para você, dependendo de onde você está neste mundo tão grande. Você está ouvindo o podcast oficial da Tribo Forte. Este é o podcast de número 105. Aliás, no número 104 alguém postou um comentário falando que 104 completou dois anos exatamente. Dois anos exatamente de podcast no podcast 104. Boa observação, muito legal. Passa rápido mesmo o tempo. A gente estava até comentando no outro dia como a gente chegou aos 100 episódios. Parece que a gente começou o segundo ontem. Passa muito rápido esse tempo aí. Enfim… Os principais tópicos desse podcast específico… Primeiro a gente vai ter uma pergunta da comunidade. Acho que é interessante. Uma pergunta bacana que muita gente pode tirar proveito da resposta. Depois a gente vai falar um pouco sobre exercício em jejum. Será que ele causa hipoglicemia como dizem por aí? Um medo muito grande das pessoas de se exercitar sem comer… Nada no café da manhã… Com medo do açúcar no sangue baixar demais, você ficar tonto e ter problemas. Vamos ver um pouco mais sobre isso. E também… Quer emagrecer? Parece de comer carne. Saiu na mídia isso. O pessoal veio me bombardeando com isso aí essa semana. A gente vai discutir um pouquinho sobre esse assunto também para você entender da onde veio isso… Saber se tem base ou não tem base. Se você acompanha nosso trabalho, acho que a resposta é meio óbvia. Mas é legal saber o porquê das coisas e não realmente refutar de pronto sem saber a base de tudo. Afinal, a gente está aqui para falar sobre ciência… Embasar tudo em boa ciência. Deixa eu dar as boas-vindas ao Dr. Souto… Tudo bem, Dr. Souto?

Dr. Souto: Tudo bem, Rodrigo? Boa noite, bom dia para você e para os ouvintes.

Rodrigo Polesso: Primeiro, antes da gente começar, tem dois anúncios rápidos aqui. O primeiro muito importante sobre o Tribo Forte ao vivo 2018. Olha só, pessoal. Essa é a terceira edição do evento Tribo Forte Ao Vivo… Tribo Forte Ao Vivo 2018. Esse vai estar maior e mais espetacular do que os outros ainda. A gente via fazer história novamente. Acho que você vai se impressionar ao ver o evento deste ano. É o seguinte… Nenhum ingresso foi aberto à venda publicamente ainda, só que 250 ingressos já foram vendidos durante o próprio evento do ano passado. Então, já tem 250 ingressos a menos à venda. Agora está chegando a hora de abrir pela primeira vez um lote público de ingressos para o Tribo Forte 2018, só que vai ser somente por 48 horas – e você já vai entender o porquê disso. A página oficial vai ser publicada em breve. Você vai poder ver todos os detalhes do evento… Vai ser em setembro. Vai ser em São Paulo. Vai ser do dia 20… Fim de semana do dia 22 e 23 de setembro. Então, você já pode marcar no seu calendário aí para você não perder essa oportunidade. É o seguinte… Vai ter uma abertura relâmpago de ingressos… Um lote público de ingressos… Por apenas 48 horas começando nessa quinta-feira. Próxima quinta-feira, dia 15, até sexta-feira à noite somente. Então, os ingressos vão estar à venda somente durante a quinta-feira dia 15 até sexta-feira à noite. Então, 48 horas. Eu já aviso uma coisa também… Você provavelmente vai ficar de queixo caído com o preço que a gente está oferecendo nesse evento. A gente quer baixar a barreira de entrada o máximo possível. Realmente é inacreditável. Na verdade, tomando um prejuízo inicial grande para oferecer esses preços… Para motivar as pessoas a entrarem nesse evento… Fazer parte desse movimento… Transformarem as suas vidas. Então, já se prepare para se surpreender com isso aí. Esse lote inicial vai ao ar com 63% de desconto no preço. 63%. Novamente, por 48 horas somente. E tem uma restrição apenas. Cada pessoa pode comprar no máximo três ingressos. Três ingressos para ser justo. Então, se você quer levar esposa, namorada, amigo ou pessoa da família, agora é a hora. Novamente… Agende no seu celular um alarme, alguma coisa… Quinta-feira agora, de manhã, vai ao ar a página de vendas pública com esse lote de 48 horas apenas com 63% de desconto nos ingressos. Sua chance… Vão ter todos os detalhes de data e tudo mais lá. E também os palestrantes que estão confirmados até agora. Já tem 10 palestrantes confirmados até esse momento. Inclusive, palestrantes novos lá. Vai ser sensacional. Para você ver tudo isso, é só você acessar TriboForte.com.br na quinta-feira e clicar no menu “Evento Ao Vivo”. Quinta-feira você entra em TriboForte.com.br e clica em “Evento Ao Vivo”. Você pode ver essa página e já garantir seu ingresso dentro dessas 48 horas apenas. Se você perdeu tempo e entrar lá depois dessas 48 horas, você vai ver que os ingressos não vão estar à venda, mas você tem um campo para você colocar seu email. Aí, quando abrir de novo, com o preço diferente, eu vou poder te avisar por email que isso vai estar disponível novamente. Então, é dessa forma. Este é o aviso. Outro pequeno rápido aviso aqui. Brasileiros que moram em Sydney, na Austrália. Eu estou em Sydney agora nesse momento. Tem gente que me falou, “Ah, Rodrigo, por que você não faz um encontro, alguma coisa assim?” Eu pensei assim… Brasileiros que moram em Sydney, na Austrália… A gente vai fazer um encontro informal. Bater um papo aqui no parque no dia 24, sábado de manhã. Você vai ver os detalhes. Eu criei um evento na página do Facebook do Emagrecer de Vez. Entre no Facebook, vá na página do Emagrecer de Vez, clique em eventos. Lá você pode garantir, se você é brasileiro que mora aqui em Sydney, ou nos arredores… Para me encontrar lá e bater um papo sobre saúde, estilo de vida e o que você quiser. Maravilha. Ótimo. Então, os avisos estão dados. Vamos partir direto para a primeira pergunta da comunidade aqui, que vem do Luiz. O Luiz fala o seguinte: “Eu, sinceramente, depois de alguns anos a tentar entender cada vez mais sobre o assunto… Graças a vocês dois, principalmente… E como testemunha de uma dieta low carb… Penso que ainda mais importante do que uma dieta low carb é a qualidade, a origem dos alimentos. Isso vai um pouco ao encontro daquela ideia de que porque os orientais comem tanto arroz no geral no são gordos. Na verdade, sabemos que apesar de eles comerem bastante arroz a alimentação deles ainda é muito natural. E eu já gostaria de deixar uma pergunta. Eu sei que é um tema bastante complexo, mas é algo que me desperta bastante curiosidade. Até que ponto a fraca alimentação (pobre em nutrientes e rica em lixos comestíveis) pode influenciar em doenças como anomalias genéticas e outras deficiências nos fetos? Isso é algo que eu penso e não consigo separar. Péssima alimentação ao longo prazo e doenças genéticas. Obrigado e um grande abraço de Portugal.” O Luiz fala lá de Portugal e mandou essa pergunta para a gente. Basicamente, Dr. Souto, ele está falando que a qualidade parece ser mais importante do que os macronutrientes em si. A gente fala isso sempre… Comida de verdade… Mas como essa alimentação de qualidade ruim pode afetar talvez na qualidade do feto… Da saúde do feto… E também alguma anomalia genética digamos assim? Qual que seria sua opinião, já que é um campo que não tem nada conclusivo, digamos.

Dr. Souto: Algumas coisas se sabem. Nós falamos – acho que foi no episódio anterior – sobre deficiência de ácido fólico, de folato… Que pode produzir defeitos de tubo neural… Desde anencefalia, que é o mais grave… Até problemas de espinha bífida. Esse é um dos motivos que o governo manda reforçar o conteúdo de ácido fólico da farinha, já que a farinha é muito pobre em todo tipo de nutriente que não seja amido… Para diminuir o risco desses problemas. Ao contrário de pessoas que consomem vegetais… Que consomem bastante folato. Mas existe uma série de outras coisas. Por exemplo a deficiência de iodo na dieta pode levar a problemas de desenvolvimento do sistema nervoso do bebe. E a deficiência de iodo é uma dessas outras situações que foi corrigida também em termos de saúde pública pela adição do iodo, dessa vez no sal. Então, aqueles que consomem sal normalmente na sua dieta vão consumir iodo. Por esse motivo, todo o sal comercialmente disponível no Brasil contém iodo adicionado. Então, na realidade… Tem coisas que a gente sabe… Não estou esgotando o assunto. Não tenho a literatura na minha frente para citar todos. Mas ele tem toda a razão. Há uma série grande de deficiências. Provavelmente tem outras subclínicas que a gente não sabe… Que ainda não foram desvendadas. Então, talvez deficiências de alguns micronutrientes… E nem apenas deficiência, talvez o excesso de coisas ruins na dieta também provoque malformações e problemas. Nós já comentamos em algum podcast passado, mas não custa relembrar. Existem evidências bem interessantes em estudos animais de que uma dieta excessivamente carregada em alimentos refinados pode produzir alterações epigenéticas… Que embora não sejam mutações… Não sejam malformações… Mas elas são alterações que vão, por exemplo, tornar aquele filhote daquele roedor com uma tendência maior à obesidade e ao diabetes… E isso pode se propagar por até três gerações. Então, eu acho que como a gente já disse, né, Rodrigo… Cuidar da alimentação, especialmente na gestante é, com certeza, uma coisa muito inteligente para tentar mitigar problemas de saúde ali adiante.

Rodrigo Polesso: Concordo plenamente. Além disso, faz sentido. Faz sentido que um ser humano que está produzindo outra vida… Se este ser humano estiver com deficiências de nutrientes, essa nova vida potencialmente pode sofrer também. Então, cuidado especial com as mulheres grávidas. De vez em quando a gente vê em comentários de mulheres grávidas que vem me perguntar, “Posso fazer jejum intermitente? Tenho que fazer cetogênica? Tenho que fazer low carb?” Muito muito cuidado. É crucial que você faça acompanhamento com um profissional competente de saúde da sua área, que possa te acompanhar nesse processo. É muito importante para que você não faça uma coisa achando que está certo, e você acabe dando um tiro no pé. As coisas não são tão simples assim quando você tem uma vida dentro de você se desenvolvendo. Acho que é um aviso importante.

Dr. Souto: Muito embora… Vamos deixar claro… Duvido que algum obstetra vá sugerir que uma gestante fique consumindo grande quantidade de açúcar ou grande quantidade de doces, farináceos e processados. Obviamente só há benefícios numa gestante em consumir alimentos minimamente processados, animais e vegetais… Evitando, então, açúcar adicionado e farináceos.

Rodrigo Polesso: Perfeito. Acho que é exatamente isso. Focar em comida de verdade… Esqueça essas regras mais específicas. Foque em comida de verdade. Coma até você se satisfazer. Pelo menos eu faria isso. Mas é sempre importante nesses casos específicos, principalmente você ter um acompanhamento. Vamos lá, então. Primeiro tópico é fazer uma caminhada em jejum ou depois do café da manhã. Qual seria melhor? Qual seria o mais vantajoso? E olha só. Um estudo novo que foi publicado agora nos últimos dias no jornal PLOS e que teve como parte da equipe organizadora duas pessoas que já palestraram na Tribo Forte Ao Vivo. É a Fernanda Muller e também participação do Rafael Lund. Essas duas pessoas já palestraram e vão palestrar de novo. Já vou avisando, vão palestrar de novo agora em 2018 também no evento. Eles publicaram um estudo bacana, botinho no PLOS, contribuindo para a ciência mundial. Aliás… Exatamente isso. O estudo é basicamente o seguinte… O estudo em si tentou medir entre se exercitar com baixa intensidade… Uma caminhada, uma esteira… Em jejum ou depois de você tomar um café da manhã. O estudo analisou jovens em forma e fisicamente ativos. Primeiramente deixa eu dar os parabéns oficialmente para a Nanda Muller e para o Rafa Lund por contribuir com o mundo científico. Parabéns pela publicação desse artigo também.

Dr. Souto: Em um periódico científico de bastante peso. É bom salientar. O PLOS é um periódico que tem grande impacto.

Rodrigo Polesso: Com certeza. Parabéns para eles. Enquanto o estudo mediu basicamente mecanismos substitutos como glicose, cortisol, testosterona e etc… E não o peso e composição corporal em si pelo o que eu vi… O que mais chamou atenção foi o seguinte. Quando o grupo se exercitou em jejum, os níveis de glicose no sangue ficaram mais altos em todas as medições que eles fizeram ao longo do tempo do exercício. Em outras palavras… O grande mito de se exercitar em jejum causar hipoglicemia para não passar disso… De ser um mito. Acho que esse é um grande take-away desse estudo. Dr. Souto, o que você acha?

Dr. Souto: Porque é muito comum que as pessoas dizem assim… “Eu não posso me exercitar em jejum”. E nem digo jejum. “Não posso me exercitar sem comer um carboidrato. Sem comer banana, sem comer aveia. Porque senão minha glicose vai cair. Vou ter uma hipoglicemia. Eu vou desmaiar.” Nós já abordamos aqui no podcast, vocês devem lembrar… Um estudo no qual as pessoas tomaram um café da manhã placebo… Era um shake que tinha um gosto doce, mas na realidade não tinha açúcar, nem amido, nem caloria de nenhum tipo. E as pessoas tiveram um desempenho atlético superior ao consumir placebo. A pessoa porque comeu algo que ela acha que é carboidrato tem um desempenho melhor. Da mesma forma, se ela consumir apenas água, como naquele estudo lá foi feito num outro grupo, eles tiveram desempenho pior. Não é porque precisa de carboidrato, porque afinal o placebo era que nem a água. Era só gosto doce. Não tinha açúcar ali. Então, quando você ouve de mil pessoas, especialmente do treinador, do professor, do personal na academia, que se você não comer banana com aveia vai passar mal… Daqui a pouco você fica influenciado e passa mal. Aí você diz, “Viu? Teve uma hipoglicemia.” Então, esse estudo mediu isso. O que acontece é o que o Rodrigo falou. Não apenas não houve hipoglicemia, mas aqueles que fizeram a atividade física em jejum tiveram níveis mais estáveis e mais elevados de glicose. Da onde está vindo essa glicose, se a pessoa não comeu nada? Está vindo do fígado, pessoal. O fígado… Uma das coisas importantes que ele faz é isso. Eu já tive vários casos de pessoas… Inclusive no blog… Que diziam assim… “Mas se eu faço uma atividade física sem comer um carboidrato antes eu passo mal.” Aí eu disse assim… Então faz o seguinte. Compra um glicosímetro na farmácia. Custa 50 reais. Leva para a academia e quando der essa sensação, pica o dedo e me diz quanto deu. Sistematicamente dá 90, 80 e muitos. Ou seja, essa hipoglicemia aí, em quem não está usando insulina, em quem não está usando medicamentos que produzem hipoglicemia… Ela é uma coisa… É um mito. Na realidade, se o nosso corpo fosse tão mal desenhado assim, como os nossos antepassados iam sair com fome, em jejum para caçar? Eles iam ter hipoglicemia na hora que estavam perseguindo a caça?

Rodrigo Polesso: Eles iam pegar delivery.

Dr. Souto: Boa.

Rodrigo Polesso: Exatamente. Só que isso… Sensação ruim de ficar tonto, sem energia… Não sei o que você acha, mas acho que pode acontecer em pessoas que não são o caso desse estudo. Pessoas em forma, que já se exercitam, que são jovens. Mas pessoas que estão metabolicamente enroscadas, digamos assim. Com o metabolismo atrapalhado, pessoas que estão acima do peso, com síndrome metabólica, com o corpo viciado no consumo de carboidratos e com a gordura bem bloqueadinha lá nos estoques dela. Acho que esse tipo de pessoa pode vir a ter algum tipo de problema… Não se sentir muito bem se for de uma hora para a outra… Resolver fazer jejum e se exercitar… “Viu como é verdade? Viu como para mim não dá certo?”

Dr. Souto: Eu sempre sugiro que as pessoas esperem pelo menos duas semanas antes de se aventurarem com esse tipo de coisa para dar tempo que o corpo adapte a uma dieta low carb… A pessoa passe a usar gordura com desenvoltura do ponto de vista bioquímico. Mas o próprio Rafa Lund quando deu a palestra no Tribo Forte 2017 mostrou estudos nos quais o fazer exercício em jejum ou fazer o exercício alimentado não impactava de forma significativa na perda de gordura. Não estamos defendendo que a pessoa precise fazer exercício em jejum para emagrecer ou que ela vai emagrecer mais porque ela faz exercício em jejum… Porque aparentemente a literatura não dá suporte a essa ideia. Embora, de fato, a pessoa queime mais gordura quando está se exercitando em jejum – até porque não tem outra coisa para queimar. Mas depois, enfim… Ela tem fome, come, as coisas se compensam. Só estamos salientando isso aí para dizer o seguinte. Mitos precisam ser derrubados. Não vai dar hipoglicemia. Você come se você quiser, e não precisa ser carboidrato.

Rodrigo Polesso: É. Ótimo. E também o pessoal… Os marombeiros de plantão… Não tem nada de errado você tomar seu café da manhã… Você quer ir para a academia, está focando em ganho de massa, quer potencializar seus resultados… O que que seja. Se você controla a qualidade, não importa se você tem café da manhã ou não. É uma opção sua. Então, a gente sempre dá as diretrizes gerais. A gente está falando que é um mito achar que a falta do café da manhã vai causar hipoglicemia. Nem mesmo jejum de 385 dias causou hipoglicemia, Dr. Souto… O recorde mundial.

Dr. Souto: Naquele caso até causou, mas o interessante era que era hipoglicemia sem sintomas.

Rodrigo Polesso: Exatamente, então. Isso que eu digo.

Dr. Souto: Naquele caso… Acho que era 382 dias de jejum… Não me lembro se era do primeiro ou segundo mês em diante… O cara se manteve em torno de 30 de glicemia, que é um negócio que a maioria das pessoas acha que é incompatível com a vida. E seria incompatível com a vida de uma pessoa não adaptada. Mas como ele estava adaptado, o corpo dele estava em cetose, os corpos cetônicos estavam fornecendo a maior parte da energia para o cérebro. Existe um outro estudo que foi feito nos anos 70… No qual pessoas em jejum prolongado, de dois ou três dias, não me lembro… Foram submetidas a uma hipoglicemia provocada pelos pesquisadores, injetando insulina para fazer a glicose despencar. Num dos casos a glicose caiu a nove. Você ouviu bem, nove. Eu, na minha cabeça, imaginava que seria equivalente à morte cerebral. No entanto, o sujeito fiquei bem, consciente, não teve nada, porque ele estava em cetose. Não repitam isso em casa, porque daqui a pouco alguém morre mesmo. Esse estudo foi feito numa época que não existia comitê de ética em pesquisa e era possível fazer estudos bizarros. Mas estudos bizarros… O interessante é que eles nos ensinam coisas.

Rodrigo Polesso: É, exatamente. Para mostrar quão resiliente é o corpo… É incrível. Um corpo adaptado… No caso, com cetose, corpos cetônicos… Onde o cérebro pode utilizar eles também. Como o corpo consegue? O poder da vida é tão forte… Até com uma glicose nove… Até com você provocando uma hipoglicemia extrema o corpo consegue voltar ao normal. Impressionante. Sobre essa questão da perda de peso, como a gente falou… A literatura parece mostrar mesmo que não tem grande benefício em perda de peso… Se exercitar em jejum ou não… Porque você acaba compensando depois essas calorias. Só quero compartilhar uma visão que eu tenho. Acho que é positiva. É a razão, principalmente, pelo o que eu faço. Na verdade, eu faço por praticidade. Eu não tomo café da manhã, não sinto mais vontade e costumo exercitar em jejum também. Mas não é pela perda de peso. É pela questão que eu acho que… Eu tento priorizar flexibilidade metabólica. Não sei, Dr. Souto, o que você acha… Não é uma coisa que exista assim… Flexibilidade metabólica é X. Mas é um conceito que eu acho que vale a pena. Seu corpo, se ele consegue acessar essa gordura, metabolizar essa gordura… Corpos cetônicos quando ele precisa… De forma otimizada… Eu acho que isso é benéfico. Ao mesmo tempo, se você resolve se entupir de carboidrato um dia ou outro dia, o seu corpo também consegue processar esse carboidrato de forma otimizada. Ou seja, seu corpo é flexível a diversas circunstâncias – até mesmo extremas – no seu dia a dia. Eu acho que isso acaba tendo um benefício geral de saúde. É por isso que eu acabo estendendo o jejum, mais por essa flexibilidade metabólica, para manter essa habilidade do corpo de metabolizar essas gorduras, corpos cetônicos e não pela questão da perda de peso. Muita gente fala dessa questão da flexibilidade metabólica. Mas, enfim… Não sei o que você acha dessa questão… Se você acha útil ou não.

Dr. Souto: Eu acho útil. É o tipo da coisa que… Pode não ter um ensaio clínico randomizado sobre isso, mas o bom senso está do lado dessa opinião de estimular a flexibilidade metabólica. Eu vou fazer uma analogia com o exercício físico. O que o educador físico costuma fazer? É ir mudando o estímulo para continuar produzindo adaptação. Se eu quero produzir hipertrofia, eu tenho que ir mudando o estímulo. Eu tenho que ir aumentando o estímulo. Então porque a gente não estimular a capacidade do nosso metabolismo responder mudando os estímulos? De vez em quando fazendo um tipo de alimentação, de vez em quando mudando um pouquinho, de vez em quando fazendo um jejum. Eu acho interessante.

Rodrigo Polesso: Além de ser divertido. Deixa a rotina mais interessante.

Dr. Souto: Com certeza.

Rodrigo Polesso: Antes de pular para o segundo tópico, que é o da carne… Ai meu Deus do céu, olha só. Caso de sucesso, pessoal, para quebrar o gelo aqui. O Nicássio que mandou para a gente. Tem a foto do antes e depois lá na página do Emagrecer de Vez. Ele fala o seguinte. “Logo na primeira semana…” Ele seguiu o programa Código Emagrecer de Vez, no caso. “Logo na primeira semana eu perdi quatro quilos e muitos centímetros de cintura. Passei a fazer jejum intermitente e me surpreendi. Eu não sinto fome.” Ele teve muitos problemas antes, como depressão, problemas com a autoestima lá embaixo… Enfim, muita coisa que fez ele se sentir no fundo do poço, segundo o depoimento que ele mandou para a gente. Em apenas um mês ele eliminou nove quilos e muitas medidas. Olha só, parabéns para o Nicássio. Dr. Souto, mais um caso, olha só. Um mês, nove quilos. Naquele estudo que a gente viu no podcast passado… Dois podcasts passados a gente viu o mesmo estudo… As pessoas perderam em média seis quilos no final de um ano. Então, aquela questão que a gente falou de você tentar melhorar voluntariamente e não por causa de um estudo.

Dr. Souto: É, faz toda a diferença. Também, naquele estudo, é necessário lembrar que o pessoal teve a liberdade de aumentar a quantidade de carboidratos após o segundo mês do estudo, até atingirem um nível que elas considerassem sustentável para si no longo prazo. Bom, se a pessoa atinge um nível que é basicamente parecido com o que ela já comia antes… Ela basicamente vai ter o resultado que ela já tinha antes. Então, é um desenho de… Eu repito, aquele estudo não era para mostrar se low carb era melhor do low fat ou vice-versa. Era para outra coisa. Era para dizer se genética predizia alguma coisa. O pessoal trocou os pés pelas mãos ali.

Rodrigo Polesso: Verdade. Com certeza. Parabéns para o Nicássio. Obrigado por mandar seu depoimento e motivar mais gente. Se você que está ouvindo quer emagrecer, quer seguir um approach baseado em ciência, você pode entrar no CodigoEmagrecerDeVez.com.br para ver lá os detalhes. Maravilha, então segundo tópico, olha só. Manchete de um artigo publicado na revista Superinteressante. Na verdade, esse tópico é superinteressante mesmo. A manchete foi a seguinte. “Quer perder peso? Pare de comer carne.” É isso. Essa foi a manchete. Tinha uma foto de um prato com legumes e só o delineamento de uma coxa de frango. Como se tivesse só o delineamento da coxa de frango. “Retire isso do seu prato”. Então o artigo é muito curto, ele fala o seguinte: dietas com ênfase no consumo de proteínas têm caído no gosto de quem procura controlar o apetite para domar a silhueta. Estão aí a paleolítica que imita a dieta de nossos ancestrais, no referido período pré-histórico e a low carb que bane, aí eles colocaram… cortaram as palavras, que bane (cortaram) evita carboidratos. Para não me deixar mentir, de acordo com o estudo realizado por pesquisadores da República Tcheca, porém, a fama da carne e de outras fontes de proteína como promotora da magreza está com os dias contados. Olha só… Meu Deus… Pelo jeito, os louros deveriam ser compartilhados com os vegetais. Os cientistas tchecos dividiram 74 pessoas com diabetes tipo 2 em dois grupos. O primeiro a seguir por 6 meses uma dieta com baixo teor calórico e sem restrições a não ser com relação ao consumo de açúcar. O segundo grupo seguiu uma alimentação com os mesmos índices calóricos, mas vegetariana, rica em frutas, verduras, grãos e nozes. Ao final do período, quem passou sem alimentos de origem animal perdeu, em média, quase o dobro do peso, 6,2 em 6 meses, comparado ao grupo que comia de tudo (3,2).

Dr. Souto: Agora, Rodrigo, não entendi uma coisa. Cadê o braço que é low carb nesse estudo? Que tem mais carne e menos carboidrato? Não tem?

Rodrigo Polesso: Não! Exato… mais um exemplo… Não tem.

Dr. Souto: Se não tem como eles podem falar essa bobagem?

Rodrigo Polesso: É porque chama a atenção, não é?

Dr. Souto: Assim, imagina se fossem 3 braços. Um braço com a dieta, sei lá, pirâmide alimentar e restrição calórica. Um outro braço com uma dieta vegetariana, restrição calórica. E um terceiro braço com low carb, com carne a mais e carboidratos a menos. E aí mostrassem que a carne engordou. Eu ia dizer: poxa vida, agora vou ter que rever meus conceitos. Esse estudo não mostrou isso. O que esse estudo mostrou é que se eu tiver duas dietas restritivas, a que for mais restritiva emagrece mais.

Rodrigo Polesso: É! Basicamente! Eu vou falar para você um pouquinho mais sobre os detalhes desse estudo para a gente entender um pouco melhor. Primeiro, eu odeio de morte quando esses filhos da mãe colocam um artigo nessas revistas grandes e colocam como fonte uma coisa geral. Colocaram assim, fonte: Instituto Experimental de Medicina Clínica da República Tcheca. Tipo… é igual colocar: carne mata; fonte: Globo. Caramba, pelo amor de Deus! Então eu tive que achar o bendito desse…

Dr. Souto: Porque não coloca o raio do artigo? Porque não leram, por isso.

Rodrigo Polesso: Exatamente! Devem ter lido um outro artigo que repercutiu a mesma coisa e escrito.

Dr. Souto: É, traduziram um troço em inglês e nem leram.

Rodrigo Polesso: Sabe Deus! Enfim, fui me dar ao trabalho de achar o bendito estudo. O estudo não é nem novo, pessoal! Esse artigo foi publicado agora. O estudo que ele está se referindo é de 2011, ou seja, 7 anos atrás o bendito estudo foi publicado. E na verdade é um estudo assim até bem feito do jeito que ele é. É o seguinte: é um ensaio clínico randomizado que comparou em diabéticos a diferença de se seguir uma dieta vegetariana ou uma dieta tradicional para diabéticos. Ambas restritas igualmente em calorias, com menos de 500 calorias por dia. O legal foi também que eles proveram todas as refeições aos participantes. Então a dieta vegetariana foi de aproximadamente 60% carboidratos, 15% proteínas e 25% gordura, consistindo isso aí de legumes, folhas, grãos, leguminosas, frutas, nozes e castanhas. No entanto, eles poderiam consumir, olha só, uma porção de iogurte low fat por dia, o que obviamente não é vegetariano. Eles dizem ainda. Então é dieta vegetariana, mas podiam consumir uma porção de iogurte por dia, que não é vegetariano. Tudo bem. A dieta padrão para os diabéticos usada foi de 50% carboidratos, 20% proteínas e menos de 30% gordura. Então não é tão diferente assim em macronutrientes da vegetariana. Agora outras coisas curiosas é o seguinte: bebidas alcoólicas foram limitadas somente a uma por dia para as mulheres e duas por dia para os homens. Que beleza de dieta essa, não é? Você pode consumir até duas doses de bebida alcoólica por dia! Mas, enfim, para você saber que não é uma coisa restrita. E agora sabe quando você vai em um parque de diversões e tem aquele brinquedo que você entra, a casa do terror, que você é assustado a cada curva na casa? É assim que eu me senti à medida que eu ia lendo mais sobre esse assunto. Porque uma coisa refere-se a outra, você vai entrando e vai levando outro susto. E olha, eu fui procurar o que é essa dieta tradicional para diabéticos. Aqui eles falaram o seguinte: a dieta padrão sugerida para diabéticos do grupo de estudo de diabetes e nutrição que faz parte da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes. Então o título do documento com essas diretrizes, que está lá ainda público, está vigente, é o seguinte: intervenções dietéticas baseadas em evidências para o tratamento e prevenção de diabetes tipo 2. Algumas sugestões que eles dão nesse documento: sobre gorduras eles falam gorduras saturadas e gorduras trans devem prover menos de 10% da sua energia diária. O total de gordura não deve exceder 35% de energia. Para aqueles com sobrepeso o consumo de gordura menor de 30% da sua energia pode facilitar a perda de peso. O colesterol, a ingesta de colesterol não deve exceder 300 mg por dia. De novo, pessoal, isso está vigente.

Dr. Souto: Rodrigo, praticamente tudo que você acabou de dizer não é baseado em evidência.

Rodrigo Polesso: É exatamente isso que eu ia dizer!

Dr. Souto: É impressionante!

Rodrigo Polesso: É exatamente isso que eu ia dizer! Inclusive eles falam em carboidratos também. Eles têm que por macronutrientes sem sugestões. Carboidratos… a ingestão de carboidratos pode ficar entre 45% e 60% do total de energia. Eles falam que características metabólicas sugerem que a ingestão mais apropriada para pessoas com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2 está entre 45 e 60% de carboidratos por dia! Meu Deus do céu! E ninguém vai preso, não é? Isso que eu fico louco!

Dr. Souto: Ninguém vai preso! Tem uma meta-análise recente, a gente já citou, mostrando que quanto mais low carb melhor para o diabetes. O que é tipo óbvio e nem precisaria da meta-análise, mas, enfim…

Rodrigo Polesso: Eles falam, bom… vegetais, legumes, frutas e grãos integrais devem ser incorporados em uma dieta para pessoas com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2. Não existe justificativa para se recomendar (olha só, dr. Souto, se segura na cadeira) não existe justificativa para se recomendar uma dieta baixa em carboidratos para pessoas com diabetes. Eu fico maluco! Olha só!

Dr. Souto: Não adianta, esse pessoal vai ter que ser aquele princípio: só quando morrer. Só quando morrer e uma nova geração assumir, tomar o local. Porque isso é cegueira. Eu não sei como explicar mais isso. Quer dizer assim, a evidência a gente mostrou, a gente publicou. Lá no Tribo Forte botei o slide. Quando a gente bota o slide, a gente reproduz o artigo, a capa para a pessoa ver que a coisa existe. Não é uma coisa de ficção. Então o que acontece ali é uma necessidade de não ver, uma necessidade de não citar o artigo. É isso aí!

Rodrigo Polesso: É como se fosse um homicídio doloso, na verdade. Porque existem provas, está fazendo de propósito recomendando o contrário do que todo o poder da evidência mostra.

Dr. Souto: Digamos assim… Sim, existem artigos mostrando que é possível fazer dietas que ajudam a controlar o diabetes e que não são exatamente uma dieta very low carb. Então eu acho que o profissional, o nutricionista que lida com esse tipo de paciente deve ter no seu armamentário as várias opções. O sujeito não consegue seguir uma dieta low carb. Ele não consegue… sei lá, tem compulsões alimentares que o impedem de fazer isso aí. Bom, então vamos tentar uma mediterrânea, sabe? Agora, dizer que low carb não deve ser feito, isso eu acho um crime doloso contra a vida.

Rodrigo Polesso: Eu concordo plenamente.

Dr. Souto: Merecia sair algemado, não é?

Rodrigo Polesso: Exatamente! O problema é que é uma organização que escreve, não é uma pessoa só. Então é difícil de você focar em uma organização. Mas está lá vigente como dieta padrão para diabéticos vindo da Associação Europeia para quê? Para estudo da diabetes. Não é estudo de cosmologia não. É diabetes. É isso que eles fazem, este tipo de informação que eles estão divulgando. E sobre o açúcar, olha o que eles falam sobre o açúcar (lembrando, diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2). Se desejado e se os níveis de glicose no sangue são satisfatórios, ingestão moderada de açúcar até 50g por dia pode ser incorporada na dieta de indivíduos com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.

Dr. Souto: Eu não consumo 50g de açúcar em uma semana! Levando em conta o chocolate amargo que eu como. Levando em conta… Assim, eu não consumo 50g de açúcar em uma semana.

Rodrigo Polesso: E você não é diabético, não é?

Dr. Souto: Sim, e eu não sou diabético. Eu poderia consumir. Mas eu não consumo porque eu não sou diabético e não pretendo virar um. Eu não pretendo ter que me associar a essa associação dessa pesquisa do diabetes.

Rodrigo Polesso: É séria a situação. O pessoal sugerindo que até 50g por dia do veneno que está causando problemas, você pode colocar isso. Então, é triste…

Dr. Souto: É o exemplo que a gente sempre dá, não é? Quer dizer, porque não pega então os alérgicos a camarão e dá uma cota de camarão que ele deve comer? Alérgicos a amendoim… você consome, mas consome pouco amendoim. Toma esses remédios aqui que vão diminuir a intensidade da reação alérgica.

Rodrigo Polesso: Exato! É dureza. Agora, olha só. Infelizmente eu não consegui achar exatamente quais foram de fato os alimentos dados a esse grupo da dieta tradicional nesse estudo que a gente está falando. Em termo de macronutrientes, no entanto, ambas as intervenções diferem pouco. O resultado foi que o grupo que seguiu a dieta vegetariana teve melhores resultados de peso, sensibilidade à insulina, entre outros fatores do que quando comparado ao grupo padrão para diabéticos. Mas, enfim, se a gente for ver essas sugestões é bebida alcoólica, é açúcar até 50 gramas por dia, carboidrato é 60%, cortando gordura… Não é tão difícil entender porque o vegetariano, focando mais em legumes, esse tipo de coisa foi mais vantajoso. Ao analisar…

Dr. Souto: É que assim, ó… Deixa eu até me meter e dizer o seguinte: a dieta padrão para diabetes, seja a dieta padrão para diabetes da Sociedade Europeia, como a dieta padrão para diabetes da ADA, a Associação Americana de Diabetes são lamentáveis! Elas são dietas cheias de grãos, dietas cheias de amido. Então comparar qualquer coisa com a dieta da ADA é uma forma de mostrar que qualquer coisa é boa. Sabe?

Rodrigo Polesso: Exatamente!

Dr. Souto: É chutar o cachorro morto. Então, assim, eu tenho uma dieta X. Ela é péssima. Mas eu vou comparar ela com a da ADA. Bom, mesmo sendo péssima ela será melhor. Então, quer dizer, mostrar que a… Se eles quisessem realmente mostrar que a dieta deles é melhor do que uma dieta com carne, vai comparar com uma dieta com carne low carb! Compara uma dieta vegetariana com 60% de carboidratos em diabéticos e pega uma dieta Atkins do outro lado e compara. Aí vamos ver! Aí nós vamos conversar. Isso já foi feito, todo mundo já sabe o resultado, o low carb é melhor. Então, claro, se vocês… Vamos imaginar o seguinte: eu tenho um jogador de tênis. O cara é mediano, ele joga mais ou menos. Aí o sujeito vai jogar comigo. Eu não jogo tênis. Então ele vai conseguir mostrar que ele joga bem se ele jogar comigo. Vai jogar com o Nadal! Quer mostrar que é bom? Vai jogar com alguém que joga bem! Olha, vou te contar…

Rodrigo Polesso: É triste! Em que mundo vivemos? Para quem quer saber um pouco mais sobre diabetes tipo 2 e como você pode potencialmente reverter isso, você pode ver a entrevista que eu fiz com o dr. Jason Fung, exatamente sobre esse assunto. Se você procurar no YouTube por Rodrigo Polesso diabetes, você vai ver essa entrevista lá. Ela está legendada, inclusive. Para dar uma luz para o pessoal que precisa desse tipo de ajuda. Olha só, ao analisar os dados absolutos desse estudo, o grupo de maior sucesso (ou seja, a dieta vegetariana) no final de 6 meses… a gente vê a diferença foi até pequena. A perda de peso seria esperada de 13 quilos devido ao corte calórico de 500 calorias por dia, mas foi apenas de 6 quilos em 6 meses. Então é meio pouco. Se a gente for pensar, o nosso amigo do caso de sucesso perdeu 9 em um mês só. Então a gente vê mais uma vez que essa questão calórica não é o que mais vale. Os triglicérides…

Dr. Souto: Mas o nosso amigo do caso de sucesso cortou a carne, Rodrigo?

Rodrigo Polesso: É! Cortou… cortou o limite que ele tinha da carne, eu acho.

Dr. Souto: Porque se ele emagreceu tudo isso em um mês, ele deve ter cortado a carne, segundo a Superinteressante.

Rodrigo Polesso: Não, acho que bem o oposto disso, não é? E os triglicérides em 6 meses caíram 12%. É muito pouco 12%. A hemoglobina glicada caiu 9%. A hemoglobina glicada caiu 9%, que é uma quantidade meio média esperada. O HDL caiu no grupo do vegetariano, o que a gente sabe que é uma coisa ruim. E subiu um pouco no grupo da dieta tradicional, talvez porque eles estavam comendo um pouco de gordura animal, algo nesse sentido. Conclusão: o que você come importa mais do que quanto você come. As duas dietas foram isocalóricas e tiveram resultados diferentes. Mais uma vez: dietas reduzidas em substâncias comestíveis tendem a gerar mais resultado, mesmo em casos extremos como diabéticos consumindo uma dieta de 60% de carboidratos. É como a gente falou, em contrapartida em outros estudos, como o recente que a gente falou, o ensaio clínico que foi publicado no British Medical Journal também de 6 meses, que comparou uma dieta mais baixa em carboidrato (porém, ainda alta, na verdade, 40%) e uma alta em proteínas, com 30% de proteínas e 55% de carboidratos. Ah, não… Espera aí! Uma com 30% de carboidratos e a outra com 55% de carboidratos. Enfim, uma mais alta em proteína, uma com a metade de proteína. Ele conseguiu remissão em 6 meses, de diabetes, os 100% dos casos de pré-diabetes. Remissão de 100%. O peso caiu em média 10 quilos e os triglicerídeos caíram 35% em contrapartida (não 12, não é?), enquanto a hemoglobina glicada também mais ou menos 9%. Então a diferença de você fazer alguns ajustes na direção certa, não é, dr. Souto? Apesar de não ser o Nadal lá do tênis, ainda era uma pessoa que jogava bem.

Dr. Souto: É, e assim… vou contar um segredo. Esse grupo que comeu mais proteína nesse estudo, foi carne. Só para avisar.

Rodrigo Polesso: Não foi tofu não, não é?

Dr. Souto: É, não foi tofu, não foi proteína de arroz, não.

Rodrigo Polesso: Então alguma coisa está errada, não é? Então é superinteressante mesmo esse artigo da Superinteressante.

Dr. Souto: Então assim, pessoal, a grande mensagem é assim… não dá para ler essas coisas na imprensa. Escutem o podcast, leiam lá no blog, tem aí gente boa para seguir (se vocês preferem seguir em inglês). Tem o Jason Fung, tem o Ted Naiman, tem gente boa aí… Tem o Taubes, tem a Nina Teicholz. Vamos ler um livro ao invés de ler a Superinteressante. Pega lá o Gordura Sem Medo da Nina, que é um espetáculo. Tem um livro que está traduzido recentemente é o Wired to Eat do Robb Wolf, foi traduzido como Desenhado para Comer, se não me engano… Programado para Comer! Espetacular esse livro! Está nas bancas. Tem coisa boa para ler, pessoal. Eu acho que assim… entre ler esse tipo de reportagem… A Superinteressante, o problema qual é? Não tem uma linha editorial. De vez em quando sai um artigo sensacional, espetacular, bem escrito. Depois sai um lixo desses. Então, pelo menos, se a pessoa lê uma revista de moda, é menos arriscado.

Rodrigo Polesso: Com certeza! Os danos são menores!

Dr. Souto: É, os danos são menores. O máximo que pode ver é uma mulher feia ali… aquela mulher esquelética, usando uma roupa esquisita. Mas isso não vai trazer um dano para a sua saúde.

Rodrigo Polesso: Não necessariamente! Exatamente! Meu Deus do céu! Acho que a mensagem ficou bem clara. Pessoal, novamente… Ah, não! Antes disso, vamos falar o que você, dr. Souto, que teve um dia super corrido… Chegou a degustar almoço, ou janta? Vai comer alguma coisa agora? Como é que é?

Dr. Souto: Então, eu peguei uma fatia de um pão low carb que eu tenho na geladeira e comi antes de gravar o nosso podcast aqui, porque não deu tempo… E provavelmente essa vai ser a janta mesmo, porque agora já está em um horário que eu acho que não vou mais jantar.

Rodrigo Polesso: Cuidado com a hipoglicemia, não é?

Dr. Souto: Ah, é! Cuidado com a hipoglicemia… depois vou levar o cachorro para caminhar ali fora e como eu não comi carboidrato, eu tenho que cuidar.

Rodrigo Polesso: Ele que vai te levar passear, então! Sem carboidrato! Hoje eu tive um dia muito feliz porque eu achei fígado de galinha aqui no mercado. E como eu sempre falo, fígado é o alimento mais nutritivo do planeta Terra. A gente não sabe dos outros planetas, mas do planeta Terra ele é o mais nutritivo. Então eu sempre tento achar se eu encontro. Muita gente não gosta… Enfim, dr. Souto também não gosta. Mas enfim, um da talvez você veja a luz, não é, dr. Souto? Quem sabe, não é?

Dr. Souto: Eu só preciso que alguém faça para mim.

Rodrigo Polesso: Faça bem feito!

Dr. Souto: É! Acebolado e tal… Que dizem que acebolado e bem feito fica muito gostoso. O problema é que eu não tenho know how, entendeu?

Rodrigo Polesso: É, concordo. Minha namorada também não curte muito a ideia, mas ela viu esse patê de fígado… a gente achou um patê de fígado…

Dr. Souto: Ah, não! Patê eu mando sem problemas!

Rodrigo Polesso: É uma maneira boa de se adaptar.

Dr. Souto: Em termos de organ meats, a minha preferida continua sendo o coração de galinha.

Rodrigo Polesso: Ah, coraçãozinho também vai muito, muito bem. Moela também é muito gostoso. Enfim! Ah, eu estava assistindo um programa de TV que mostra a vida do pessoal no Alasca. Vida de subsistência no Alasca. E eu achei muito interessante. A gente fica pensando: ah, mas eu não quero comer isso ou aquilo. Eles matam esse… eles chamam de caribu. Caribu é tipo um veado, um alce… mais um tipo de veado lá do Ártico. Eles matam esse bicho na hora e já tiram o estômago e etc., para não estragar a carne, e eles tiram na hora ali o rim, eles pegam o rim na mão e com uma faca cortam uma fatia e mandam para dentro. Assim, na hora, tipo 5 minutos depois de matar o bicho.

Dr. Souto: Sabe porque, Rodrigo? Isso tem um motivo. Claro, para eles isso é tradição. Mas a gordura perirrenal e a suprarrenal desses bichos contém vitamina C.

Rodrigo Polesso: Ah! Olha só que interessante!

Dr. Souto: Então para esse pessoal que vive o Ártico, eles descobriram que comendo isso de preferência cru (porque o calor inativa a vitamina C), eles conseguem a vitamina C, já que eles realmente não têm vegetais, não têm frutas cítricas nem nada lá para cima. Isso aí está descrito direitinho no livro do Weston Price, Nutrition and Physical Degeneration. Então ele ficou muito espantado. Como que não tinha escorbuto nessas populações? E aí ele observou exatamente isso aí que você viu na TV.

Rodrigo Polesso: Impressionante! Outros benefícios que eles dizem é que está quente ainda! Você está no inverno, você acabou de matar o bicho, então você pega os órgãos quentes, tira uma fatia e manda para dentro. Isso aí, olha só que coisa! E a gente sabe que os estudos do Weston Price e outros estudos que a gente teve do Stephenson lá, eles mostram que essas populações são geralmente saudáveis. Então é uma outra maneira da gente ver isso aí. Ah, e outra coisa também que eu lembrei agora porque é do mesmo assunto. Eles falam na série que quando eles comem carne tipo de músculo, carne que é muito lean, sem gordura, eles sempre colocam seal blubber que é aquela gordura de foca por cima. Porque eles falavam assim: para aquecer. Eles falam assim, para aquecer. Eles não sabem nutricionalmente o que acontece, mas eles ao invés de comer essa carne lean, eles colocam essa gordura de foca por cima para aquecer e melhorar a digestão. E isso é outra coisa que a gente sabe também dos estudos, quando a pessoa come carne lean tipo rabbit fever lá que eles falam, que você come carne sem gordura e você acaba tendo problemas, não é? Porque a gente precisa de gordura. Então eles adicionam essa gordura de foca. Olha que interessante, não é?

Dr. Souto: Pelo menos parte das calorias tem que ser de gordura ou de carboidrato. Não pode ser só a proteína. Então proteína muito magra… o lean é magra, proteína realmente sem gordura… Porque vocês imaginem assim: o bicho está no Ártico, o bicho também não tem muita comida. Então esses animais no inverno lá no Ártico ficam carne, osso e pele, não tem gordura. E aí, por isso o pessoal aprendeu instintivamente, tradicionalmente, que alguma outra caloria tem que botar. E o que tem no Ártico é gordura, porque carboidrato no Ártico não faz assim… não rola, não é?

Rodrigo Polesso: Não rola, não rola. Então, maravilha! Isso aí! É um aviso final, pessoal, então quinta-feira que vem o lote público de ingressos vai ficar público de ingressos vai ficar aberto para o Tribo Forte ao vivo 2018, com preço super, hiper, mega especial. 63% de desconto somente por 48 horas e o limite de 3 ingressos por pessoa. É na quinta-feira, dia 15 e sexta-feira. É só você entrar aí na TriboForte.com.br lá na quinta-feira, clicar em Evento ao vivo lá, e você vai poder ter acesso a tudo isso e garantir o seu ingresso. Maravilha! Dr. Souto, fechamos esse episódio, então. Obrigado pelo teu tempo. Eu acho que foi um episódio bastante legal. E a gente se fala na próxima semana, como sempre.

Dr. Souto: Beleza! Obrigado, um abraço e um abraço aos ouvintes.