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Neste Podcast:

  •   Falaremos mais sobre a carne;
  •   Pergunta da comunidade;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Matéria no The Guardian Sobre Veganismo

Vídeo do Rodrigo Polesso Sobre a Carne Vermelha

Vídeo no TED Sobre Recuperar o Solo

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá pessoal, bom dia! Bem vindo ao podcast número 196 aqui do seu podcast semanal da Tribo Forte. Eu sou o Rodrigo Polesso, e você está ouvindo, como eu falei, a sua dose semanal de nutrição baseada em evidência, estilo de vida, emagrecimento, alimentação. E hoje o título é coma a carne para salvar o planeta e a sua saúde. A gente vai falar de carne sim, porque a carne é uma das coisas que mais está sobre ataque atualmente de todos os lados. Então porque não a gente falar um pouco mais sobre isso?!! Não tem como evitar muito esse assunto porque ele está, como eu falei, em todos os lugares. Enfim, Dr. Souto, bem vindo a esse podcast, como está por aí?

 

Dr. Souto: Tudo ótimo Rodrigo! Bom dia, e bom dia aos ouvintes!

 

Rodrigo Polesso: Olha só pessoal, eu e o Dr. Souto, ambos somos gaúchos tá? E a primeira pergunta aqui, eu vou fazer uma pergunta pra aquecer esse assunto, que também é bastante pertinente pro assunto do podcast hoje Dr. Souto, eu vou mandar pra você, quem pergunta é a Suelen Souza, ela fala: o churrasco do gaúcho aqui tá liberado a vontade então?

 

Dr. Souto: É claro que sim.

 

Rodrigo Polesso: Só o churrasco do sul né, não o resto… hehe…

 

Dr. Souto: Exatamente… mas então olha só…

 

Rodrigo Polesso: É que as pessoas não acreditam, como que pode o churrasco ser liberado por mais de décadas aí, e o pessoal fala que a gente vai ter uma morte súbita do coração se comer muito…

 

Dr. Souto: Eu acho que por trás disso tem também um outro, uma outra coisa que é quase um mecanismo psicológico sabe, que age na nossa cabeça que é; se algo faz bem tem que ser ruim. Tem que ser sofrido, tem que ser doloroso. Então, no fundo parte do ceticismo que as pessoas tem em relação a uma abordagem alimentar que produz melhora da resistência a insulina, melhora da gordura no fígado, perda de peso, sem que a pessoa passe fome e tenha que sofrer e comer coisas com gosto horroroso, a pessoa diz assim, tá isso aí obviamente é balela, é a mesma coisa que esses esquemas do tipo fique só sentado em casa vendo televisão e fique milionário. Então, a pessoa meio que tem aquela ideia assim, em troca de um benefício precisa haver um sofrimento árduo. Aí vem o Polesso e o Souto e diz assim; mas pode comer churrasco. Então eu acho que assim, de um lado você tem razão, a anos e anos a gente ouvindo que carne faz mal, que carne dá câncer, que carne vai entupir suas artérias. Mas tem esse outro lado também, eu tenho certeza, que é assim; cara, mas churrasco, aquela coisa maravilhosa, aquele prazer compartilhado entre amigos e familiares, quer dizer que isso pode?!! Então essas são as boas novas que a gente tá tentando trazer a anos aqui, que você não precisa ter um tremendo sofrimento pra obter resultados. Você precisa ter é inteligência nas suas escolhas alimentares.

 

Rodrigo Polesso: E ser muito cético a respeito do que dizem pra você por aí. Um ponto interessante que eu sempre trago, a questão de toda espécie de animal ser atraído pelo alimento que mais é bom pra essa espécie. O cachorro baba com carne, a vaca baba por grama, e nós babamos por churrasco. Então toda espécie é atraída pelo alimento que mais lhe faz bem. O sexo é tão bom porque a gente precisa, prioridade da natureza, por isso a gente é atraído por ele. A carne é tão boa pra gente pelo mesmo motivo, porque sustenta a nossa vida, é preciso ter sexo pra se reproduzir. Enfim, é tudo bom pra gente nesse sentido. Agora o que você falou, que há, o que é bom não pode ser bom… isso se aplica infelizmente a muitos alimentos da atualidade. Esses processados, esses manipulados, onde se faz uma combinação artificial de macronutrientes e sabores, onde é realmente muito bom pra ser verdade, e nesse caso faz mal. Mas o churrasco é uma coisa natural, feita de foto e de carne só…

 

Dr. Souto: Tem uma grande diferença. Esses alimentos não existiam na natureza durante a evolução da espécie humana. Não tinha pizza na natureza, não tinha açúcar na natureza, não tinha farinha na natureza, não tinha donuts, não tinha croassant na natureza. Então eu concordo em gênero, número e grau. A gente é atraído por aquelas coisas que, na forma como a gente encontra na natureza, se nós comermos isso aumenta nossa chance de saúde e de reprodução. Então sim, carne está entre elas. Agora, bom, todo mundo é atraído por croassant… sim, mas não tinha croassant na natureza. Não havia risco de o fato de que a gente gosta de croassant diminuir a nossa chance de sobreviver e passar os genes adiante, porque croassant não existia. Então é só a gente reunir essa sabedoria evolutiva do tipo, buscar aquelas coisas que a gente gosta, mas que ao mesmo tempo são compatíveis com a forma como o ser humano evoluiu. É isso aí, esse é o segredo. E portanto o churrasco entra.

 

Rodrigo Polesso: Entra, com certeza. E outra né pessoal, você pensa que todo mundo que vai em churrascaria é gordo, não é por causa da carne tá pessoal. A churrascaria tem muito mais coisa do que carne…

 

Dr. Souto: Tem cerveja, tem pastelzinho, tem massa, tem polenta… até porque, vamos pensar assim ó, que que é barato na cadeia alimentar produtiva? Na cadeia econômica da produção de alimentos, que que é barato? Amido né?!! É amido e óleo vegetal, é as duas coisas mais baratas que tem e tudo vem de planta. O que é caro? Proteína. Então a churrascaria, que não é burra, faz as contas e diz assim ó; vamos fazer uns carboidratos deliciosos pra encher a pança desse pessoal antes de servir a carne. Então vai pastelzinho, vai coisa frita, vai polenta e todas aquelas coisas…

 

Rodrigo Polesso: Lasanha 4 queijos, essa é a maior matadora…

 

Dr. Souto: Isso, rondeli não sei das quantas… de modo que quando finalmente vem a proteína, que é a parte nobre e cara da refeição a fome já diminuiu muito né?!! Isso aí é clássico.

 

Rodrigo Polesso: É clássico. Mas mesmo com toda essa reflexão meio óbvia evolutiva que deveria deixar qualquer ciência pra investigar isso, uma coisa opcional e por diversão, e não por necessidade. Enfim, apesar de tudo isso que deveria ser óbvio a gente tem essa onda gigantesca lutando contra o nosso instinto natural de comer carne. Por exemplo, o jornal The Economist postou agora uma headline: carne vermelha é mais ou menos 35 vezes mais causadora de danos ao meio ambiente do que um pouco de verdes, diz novo estudo. Essa foi a manchete pessoal, é uma agenda gigantesca atacando de vários ângulos. E eles falaram, ah, quanto que você vai ajudar o meio ambiente se largar mão da carne? Eles falam, ah, se você se tornar vegano, pelo menos 2 terços das refeições você vai cortar as emissões de carbono em 60%. Entendeu? Então eles escolheram o carbono aqui pra dizer pra você que a carne vermelha é 35 vezes mais causadora de danos ao meio ambiente. Todo mundo que tem a metade do cérebro e for fazer uma pesquisa rápida sobre essa questão do carbono, vai ver rapidamente que isso não reflete a ciência, da mesma forma que a carne não reflete a ciência que causa problema. Isso é um outro assunto tá? Mas é uma coisa que eles pegam muito forte. E é basicamente o tema que a gente vai falar hoje aqui. Então se não é a questão do meio ambiente que eles estão atacando, o carbono que é uma coisa que sempre existiu e sempre vai existir. A Nina Teicholz postou no Twitter também; adventistas acreditam que a bíblia favorece vegetarianismo. Por que ela falou isso? Porque saiu um artigo também falando que adventistas acreditam que a bíblia favorece vegetarianismo. Então esse é outro motivo, se você  não acredita no meio ambiente, não acredita na saúde, pelo menos acredita na bíblia. E ela nota que tem uma pessoa da igreja adventista do sétimo dia, que é uma igreja vegetariana desde sempre, e essa pessoa faz parte do comitê das diretrizes alimentares americanas. Então você acha que isso tem influência? Provavelmente sim. Então maravilha, só que saiu uma notícia bacana e quero contar pra vocês agora, no jornal The Guardian. Antes, como a gente vai discutir um pouco mais essa questão aqui do meio ambiente, digamos assim, em relação a carne, se você tem dúvida a respeito da saúde, qual evidência pra dizer que a carne causa problemas cardíacos, ou causa câncer? Tem evidência mais parruda mais moderna, mais completa, publicada na história, já está… eu contei essa evidência no meu vídeo novo que eu postei hoje na verdade, que eu to gravando esse podcast, que se chama “celebre a carne”, onde eu mostro uma meta análise, um análise de toda evidência disponível sobre carne, câncer, problemas cardíacos, e a conclusão delas. Você pode entrar no Youtube e procurar “celebre a carne Rodrigo Polesso” lá que você vai achar. Mas um artigo bacana que eu vi no The Guardian, Dr. Souto, e o The Guardian, jornal britânico, ele sempre se orgulha de ser independente né, não ser pago, aí massa de manobra das empresas. E ele postou a seguinte manchete: Veganismo não é a resposta. Ao invés de ser seduzido pela propaganda vegana, a comer mais produtos feitos de soja, milho e grãos comerciais, nós deveríamos encorajar formas sustentáveis de produção de carne e laticínios, baseados em sistemas tradicionais de rotação e pastagens. Nós deveríamos no mínimo questionar a ética de continuar aumentando a demanda de grãos que requerem alto uso de fertilizantes, fungicidas, pesticidas e herbicidas. Enquanto demonizando formas sustentáveis de criação e gado que podem recuperar o solo, a biodiversidade e sequestrar carbono. Lembrando que o Brasil é o maior exportador de carne do mundo, e 80% do gado pelo menos, como a Dra. Anna Flavia falou, zootecnista de Brasília, ela falou que 80% da criação de gado no Brasil é de pasto, é pastagem como foi feita na evolução antes de Cristo ainda tá? Eles continuam no artigo, os animais vivem em grupos naturais e andam por onde quiserem. Eles descansam onde quiserem e comem o que quiserem. O gado come as gramíneas, flores selvagens, mas também anda entre arbustos e árvores. Os porcos também fazem a mesma coisa. A forma como eles pastam e vivem estimula a vegetação em formas diferentes, o que acaba criando oportunidades para outras espécies, incluindo pequenos mamíferos e pássaros. Os excrementos desses animais alimentam minhocas, bactérias, fungos e invertebrados, como besouros, os quais levam os excrementos para baixo da terra. Esse é um processo vital para a restauração do eco sistema, retornando nutrientes e estrutura para o solo. Empobrecimento do solo é uma das grandes catástrofes do mundo acontecendo hoje. De acordo com o relatório de 2015 das Nações Unidas, de 25 a 40 bilhões de toneladas de solo são perdidas anualmente por erosão, primordialmente causada pelo processo de arar o solo e agricultura intensiva. É engraçado que justamente a Nações Unidas, que essa organização que continua propagando esse besteirol todo de carbono, promovendo o consumo de plantas e demonizando o consumo de carnes. Sobre desertificação de solo, bom, eu vou deixar isso pra segunda parte, a gente pode falar depois. Dr. Souto, você vendo que eles estão falando basicamente que… na verdade deixa eu continuar. Deixa eu continuar porque vai fazer mais sentido, deixa eu falar o seguinte. Essa outra parte eu acho muito interessante, olha só; nossa ecologia evoluiu com grandes herbívoros, com grupos livres de auroques, que é a vaca ancestral, cavalos selvagens, veados, bisão, javalis e muitos outros animais. Essas são espécies que interagem com o meio ambiente para sustentar e promover a vida, usando herbívoros como parte do ciclo agropecuário pode nos levar muito longe e tornar a agricultura realmente sustentável. Então o que eu queria dizer basicamente o que eles estão dizendo. Que a gente voltar a deixar o gado viver como a mãe natureza quis que existisse, como no passado, como ainda existe nessas áreas, grasslands, as áreas de pastagem natural, etc. Os animais vivem livres comendo as gramíneas, soltando excrementos, que são alimentos depois para bactérias depois… e acaba reciclando e mantendo esse eco sistema, prevenindo desertificação do solo e tudo mais. Eles dizem que é uma forma sustentável de acontecer. Eu tendo a acreditar por que? Porque é assim que sempre aconteceu no planeta Terra, por 4,5 bilhões de anos, a gente está aqui ainda. Existem solo, animais ainda, e tem sido feito dessa forma. O que eles tão demonizando aqui, é o real problema que parece ser, e é na verdade, se a gente olhar na estatística, desertificação de solo tem países sofrendo bem mais com isso do que outros. Mas é principalmente causado por essa cultura intensiva, que é o que? É a base da alimentação que eles querem promover pra gente pra salvar o planeta, digamos, vegetarianismo e veganismo. Então Dr. Souto, um monte de informação a mais aí de alto nível digamos assim, em relação ao consumo de carnes, consumo de grãos, etc. Enfim, a gente pode fazer uma reflexão aí sobre o assunto.

 

Dr. Souto: O que a gente tá vendo, a gente é repetitivo porque tem que ser. Porque como você disse os ataques são diários agora, e basicamente as pessoas só ouvem o outro lado aqui. Então o que a gente tá vendo é uma grande ideologia. Uma ideologia que evidentemente está sendo patrocinada, avançada pela indústria alimentícia. A indústria alimentícia, como a gente tava dizendo antes aqui, tem todo interesse em favorecer que as pessoas consumam cada vez mais aquilo que são insumos extremamente baratos dentro da cadeia de produção. Então é muito barato produzir amido, é bastante caro produzir proteína. E aí o que acontece? Se as pessoas demandarem proteína isso significa que os produtos vão encarecer. Se as pessoas demonizarem a proteína e acreditarem que a proteína é responsável desde os infartos e câncer, até o aquecimento global e a extinção da vida no planeta, bem, aí casa tudo, fica tudo perfeito. As pessoas vão ficar pagando relativamente caro porque tem um selo de V postado, a letra V postada na embalagem…

 

Rodrigo Polesso: A margem é muito maior né?!!

 

Dr. Souto: A margem é muito maior. Presta atenção nisso que o Rodrigo falou, a margem é muito maior. Porque hoje em dia a margem da proteína ela é muito pequena. O que significa isso? O produtor rural que produz leite, produz carne, produz ovos, ele recebe muito pouco, ele basicamente é uma coisa de subsistência. Quando eu pego algo produzido em larga escala, como grãos, como óleo vegetal, eu transformo aquilo na indústria em margarina, em sucrilhos, em hambúrguer vegano, eu posso vender uma coisa que custou centavos por muitos reais. Então a margem ela é gigantesca, ela é estupenda. E aí a única coisa é o seguinte, se em 1950 alguém propusesse que uma pessoa fosse comer um hambúrguer vegano a pessoa ia dizer “mas tá louco”. Porque a pessoas ia experimentar os dois e ia dizer mas esse aqui de carne é muito melhor, por que eu vou comer um negócio que é uma imitação? E ainda por cima custa praticamente o mesmo preço, senão mais caro… agora, veja que interessante, o pessoal cria o problema pra vender a solução. Tá certo? Cria o problema, cria dificuldades pra vender facilidades. Isso sempre foi o modelo. Então eu vou criando uma ideia que faz mal, que aumenta a incidência de câncer em 18% risco relativo, estudos observacionais. De que faz mal pro planeta, poxa vida, você tem filhos, você tem netos, você quer deixar o que, um planeta destruído pra eles? E aí a pessoa fica louca de culpa. E você diz assim, mas eu tenho a solução. Vocês entenderam? Aquilo que seria invendável antes da disseminação dessa ideologia, dessa história, dessa religião, se torna agora facilmente vendável, e com uma margem gigantesca. Onde eu pego insumos baratos e consigo transformar em produtos altamente processados e industrializados. E as pessoas estão convencidas de que isso é bom pra saúde e para o planeta. Isso é realmente incrível, quando a gente imagina que o capitalismo não tem mais como se reinventar, ele se reinventa big time.

 

Rodrigo Polesso: Muito. E as pessoas se sentem… é uma reação visceral pra muitas pessoas quando você fala mal do veganismo ou você defende a carne. As pessoas não chegam a pensar de tão boa que foi essa propaganda, de tanto que essas pessoas foram marteladas na cabeça com essa ideia, elas aceitam como verdade absoluta e elas reagem imediatamente quando você fala contra isso, imediatamente sem pensar, de tanto que elas compram essa ideia.

 

Dr. Souto: Sim, porque ta surgindo uma geração agora que aprendeu essas coisas junto com a tabuada. Tá certo… sabe, a pessoa diz assim, quanto é 6×7. A segunda pergunta é comer carne é bom pro ambiente? As duas respostas vem no automático, foram aprendidas no mesmo período. Então é extremamente pernicioso. E aquele negócio que você falou antes, que a Nina Teicholz salientou, e quem trouxe isso foi a Belinda Fettke. A Belinda é esposa do Gary Fettke, que era um cirurgião da Tasmânia da Austrália, um cirurgião ortopédico, que o cara tava cada vez amputando mais pernas porque o diabetes tava se tornando um problema cada vez maior. E aí o Gary Fettke resolveu fazer o impensável, dizer pra essas pessoas comerem menos açúcar, menos farinha, e aí as pessoas começaram a melhorar. Ele foi processado pelo órgão que é o mesmo lá que cuida de nutrição e medicina. Foi proibido de falar no assunto, ele foi literalmente proibido de dizer pra diabéticos que eles não deveriam comer açúcar. E daí nesse meio tempo a Belinda assumiu o site dele e continuou postando. Já que ele não podia falar, bom, como ela não era profissional de saúde ela poderia falar o que ela quisesse. E daí a Belinda foi atrás e descobriu que a denúncia tinha sido feita por um corpo de nutricionistas lá na Austrália e que esse corpo de nutricionistas estava semeado de adventistas do sétimo dia. E aí ela foi fuçando na história e ela viu que desde o início da Associação Americana de Nutrição, a Associação Americana de Nutrição já tinha pessoas, a fundadora da AAN era uma adventista do sétimo dia. E esse pessoal tem uma posição religiosa contra a carne.

 

Rodrigo Polesso: Literalmente.

 

Dr. Souto: É, exatamente. E eles tem universidades inteiras, e uma das famosas universidades é a de Loma Linda, na Califórnia, que é uma universidade adventista, que basicamente tudo que sai de lá é pra dizer que carne faz mal e tal. Mas seria mais ou menos como você esperar, enfim, que qualquer outra… vamos imaginar que tem 2 times de futebol, aí você tem um eles que é dono de uma universidade, e você vai esperar que saiam estudos falando bem do time rival? É um nível de conflito de interesses gigante, é um nível de conflito de interesse gigante. Então existe um componente, quando a gente diz religioso, é religioso de verdade por trás disso aí. E ao mesmo tempo alia-se a indústria alimentícia porque pra indústria isso caiu do céu. Mas caiu do céu. Então quando vocês forem olhar lá quem são os patrocinadores da escola de saúde pública de Harvard, onde Willet e o Frank Hu passam falando mal da carne, é a Kellogs, a Nestlé, estão todos lá patrocinando. Então é complicado, porque a gente parece as vezes meio maluco, como se a gente tivesse falando de teorias da conspiração. A única coisa é que tudo isso que a gente ta falando é verificável né, e a Belinda Fettke gosta de botar as referências bibliográficas, ela mostra os estudos. É muito interessante os estudos que você olha lá no final. Fulano é professor e tal na universidade de Loma Linda. Então ela mostra, olha aqui as vinculações dessas pessoas. E essa história de que, se não me engando foi a Ellen White que foi a fundadora da Associação Americana de Nutrição, que ela era adventista, isso não é segredo, isso tem biografias explicando e tal. Como a gente já falou aqui no podcast, ela era pupila do Kellog e o Kellog foi o cara que inventou o cereal matinal porque ele tava convencido que a carne ia fazer as pessoas se masturbarem muito. Porque elas precisavam comer algo que tirasse o desejo delas, e aí ele inventou o cereal né…

 

Rodrigo Polesso: É, se colocar no Youtube “a verdade sobre o cereal matinal”, acho que é a pura verdade, eu gravei um vídeo sobre isso contando a história do Kellog… pra quem não acredita vocês nunca mais vai olhar o cereal matinal com os mesmos olhos. Digita cereal matinal Rodrigo Polesso lá.

 

Dr. Souto: Rodrigo, tu sabe que o mais curioso é o seguinte, eu não sou religioso, mas assim, pra quem der uma estudada na bíblia tem algumas coisas que vão contra isso aí. Então eu vou ler ara vocês ouvintes o capítulo 4 do Gênesis. Gênesis capítulo 4, versículo 1. Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou. E deu a luz a Caim. Disse ela, com auxílio do Senhor, tive um filho homem. Voltou a dar a luz, dessa vez a Abel, irmão dele. Abel tornou-se pastor de ovelhas, e Caim agricultor. Presta atenção pessoal, Abel tornou-se pastor de ovelhas, e Caim agricultor. Passado algum tempo Caim, que era o que, agricultor, trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta. Mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e seu rosto se transtornou. E aí o resto da história vocês conhecem, Caim que era vegano e agricultor matou o Abel, porque esse pessoal é meio furioso, tá certo?!! Eu não entendo exatamente porque os adventistas são contra a carne, se Deus deixou claro já no capítulo 4 da bíblia que Ele preferia carne gorda de ovelha.

 

Rodrigo Polesso: Verdade, esse é um ótimo ponto.

 

Dr. Souto: Bem mais adiante, no Romanos 14, diz assim, Romanos 14 versículo 1; Aceitem o que é fraco na fé sem discutir assuntos controvertidos. Aí vem o versículo 2; um crê que pode comer de tudo, já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais.

 

Rodrigo Polesso: Ô, essa eu não conhecia.

 

Dr. Souto: Versículo 3, aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come. E aquele que não come de tudo não deve condenar o que come, pois Deus o aceitou. Daí segue o negócio. Mas eu repito, o versículo 2 de Romanos 14 diz; um crê que pode comer de tudo, já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais. Eu não sou religioso, mas se quiser usar a bíblia como justificativa… esse pessoal aí que escreveu esses livros na era do bronze, a 3 mil ano atrás, eles eram pastores, então assim, eles criavam ovelha, criavam cabra. Não existe nenhuma sociedade de estilo de vida tradicional, nenhum povo antigo que jamais tenha sido vegano. Então assim, brincadeiras a parte, é só pra dizer o seguinte, na hora que a discussão se tornou uma discussão religiosa, a gente devia pular fora e dizer, só um pouquinho, a gente tá aqui falando de ciência. Bom, mas é que a ciência está sendo contaminada por posturas religiosas. Então pessoas que se baseiam nesse tipo de coisa, em livros sagrados, estão determinando ao fim e ao cabo o que vai ser publicado e o que não vai ser publicado no American Journal of Clinical Nutrition, e estão sendo patrocinados por empresas gigantescas que produzem amido, e essas empresas tem todo interessa que as pessoas demonizem a carne, porque daí essas empresas trarão a solução. Que são produtos substitutos, que vão utilizar a monocultura e tal, essa sim usando fertilizantes com base em petróleo. É desesperador Rodrigo, é difícil…

 

Rodrigo Polesso: É por isso que a gente fala tanto sobre isso. É como você falou, vai levar a saúde das pessoas para o fundo do poço. Vai aumentar muito a margem dessas empresas, vão ter mais poder de marketing para continuar propagando esse besteirol. Vai ser muito pior para o meio ambiente como a gente tá vendo, empobrecendo o solo e tudo mais. Tem uma coisa interessante de se mencionar, tem o Alan Seiver, que ele é um ecologista da África do Sul, ele é um especialista nessa questão de recuperação de solo, fez uma Ted Talk um tempo atrás, eu vou deixar o link aqui, dizendo que a única forma, e ele falou bem isso, a única forma é fazer o impensável. A única forma de se recuperar o solo é com criação sustentável de animais de pastagem, de pasto. Ele já fez isso em várias áreas, em várias terras lá na África, onde terras eram completamente desertas, ele continuou a propagar isso. A criação e consumo de carne para aumentar a demanda é a única forma de continuar tendo terras férteis é com sistemas completos. Vou deixar o link da Ted Talk aqui. Novamente, para recuperar o ecossistema, para recuperar a terra, é simples, é só voltar a fazer o que a natureza sempre fez, criar animais livres em cima dessa terra. Nem nada novo, nem carne de laboratório, nada…

 

Dr. Souto: Não deixem de assistir essa Ted Talk, é sensacional! Quem não entende inglês dá pra clicar ali embaixo do vídeo, tem a opção de botar legenda em português, ele tá legendado, é só selecionar para ter a legenda. E ele conta a história pessoas dele, que é um negócio incrível. Ele trabalhava para o governo da África do Sul e tava ocorrendo desertificação. E o que as pessoas diziam? Diziam essa asneira que dizem hoje, que o problema é o seguinte, que é os mamíferos que tão pastando demais e tão provocando desertificação. E ele por acreditar nisso ele disse que ele fez aquilo que ele achava certo, que ele vai levar essa culpa pro túmulo, pra o resto da vida, que ele mandou matar alguns milhares de elefantes, porque com isso diminuiria o problema da desertificação. E o que aconteceu? Só piorou o problema da desertificação. E aí ele descobriu o que? Que os ruminantes são essenciais para reverter a desertificação. Ou seja, se você quer melhorar o ambiente, diminuir a desertificação, fixar carbono no solo, tudo isso, você precisa de mais animais, de mais ruminantes. E ele explica, e ele tem uma fundação dedicada a isso, e as imagens do Ted Talk diárias que tavam desertificadas, e de como essas áreas se recuperaram depois que o gado foi pra lá. Esse gado, que parece que tá destruindo o mundo, vocês olhem a Ted Talk e vejam o que é a realidade. E outra coisa, você que tá nos ouvindo aí, ta escutando o podcast dentro do carro, dentro do Uber, na cidade, você olha pra tudo que tá ao seu redor, vê os escapamentos todos, guarde isso. Aí quando você viajar, for pra praia, for pra serra, for para o interior, vocês veem as vaquinhas pastando lá e aí vocês digam pra si mesmo, o que está causando poluição e degradação ambiental são esses bichinhos e não os carros onde nós tamos andando. Só isso, só quero que você pense.

 

Rodrigo Polesso: É, é um pensamento bom, é um pensamento bom. Enfim, só pra deixar a sementinha aí, não é o CO2 que ta causando problema. Vamos pra próxima aqui. Continuar aqui, mas é verdade. Ah, e outra coisa pessoal, as vacas estão causando problema, todo ser humano quando ele respira e expira ele expira CO2, todo ser humano. E vegano na minha opinião expira mais, hehe. Mas todo ser humano faz isso. Todo animal, o cachorro, todo animal que respira expira CO2. Isso é a coisa mais natural do mundo, agora a culpa é da bendita da vaquinha, pelo amor de Deus né pessoal. É que isso fecha muito bem com essa agenda entendeu? Vários ângulos a gente consegue fechar isso nessa propaganda enganosa. Antes da gente falar do que a gente degustou na última refeição aqui, deixa eu contar pra você que o Guilherme dos Santos mandou pra mim. Ele falou: “meus 30 dias do desafio acabaram domingo. Muito feliz, alcancei a minha meta, ultrapassei inclusive. Perdi sensacionais 11,8 kg, foco na missão”. Em 30 dias só pessoal, não sendo vegano, comendo de forma que salva o planeta e salva a saúde dele, como está salvando aí, está mostrando os números, 11,8 kg em 30 dias somente, seguindo uma Alimentação Forte otimizada para emagrecimento. Se você quiser seguir passo a passo é só você entrar no programa Código Emagrecer de Vez entrando em codigoemagrecerdevez.com.br . Maravilha, Dr. Souto, compartilha com a gente o que você degustou na última refeição ou que você vai degustar agora, não sei…

 

Dr. Souto: Então, hoje de manhã eu abri a geladeira e vi que tinha sobrado ainda costelas de porco. E elas me chamaram, eu ouvi a voz. Quem me acompanha no Instagram, no @jcsouto, vai ver a foto das costelinhas lá, elas tavam com uma cara boa. Então aí vocês vão dizer assim, mas costelas de porco de manhã? Ao que eu responderia: e daí, qual é o problema. Pelo menos naquelas partes ali onde eu li no Gênesis e tal, não diz que não pode comer costela de porco de manhã. Mas tem partes que diz que não pode comer porco, mas enfim, eu não sou religioso. Então assim, tirando a brincadeira pessoal, sim, eu comi costelinha de porco agora de manhã, tava uma delícia. E se eu precisasse pular o almoço agora tava resolvido, porque eu to alimentado.

 

Rodrigo Polesso: Mas o que mais impressionou nessa história toda DR. Souto, eu vou confessar, foi que quem deu a luz a essa costelinha foi você né? Isso me impressionou muito.

 

Dr. Souto: É, porque eu disse assim, eu não posso ser derrotado por uma costela de porco. Então eu fui no Youtube, me instruí, enrolei a costela de porco no papel alumínio, e botei sal, toquei no forno e ela ficou uma delícia.

 

Rodrigo Polesso: É muito bom. É bom e fácil de fazer. Delícia. O que eu vou fazer na janta hoje eu já sei, já comprei uma perna de carneiro. Já veio junto empacotada com Rosemary, como fala isso em português Dr. Souto?

 

Dr. Souto: Sei lá…          

 

Rodrigo Polesso: Aquele tempero que usa uma erva, usa junto com o carneiro sempre. Veio junto embaladinho, fazer junto na penela de pressão isso aí…

 

Dr. Souto: Alecrim pode ser?

 

Rodrigo Polesso: Eu acho que é alecrim, combina bastante com carneiro. Então eu vou fazer isso também, por que? Por que eu vou fazer isso? Um, porque é uma delícia. Dois, porque a minha saúde agradece, eu sinto isso todo dia. Três, porque eu me importo com o planeta terra e com as próximas gerações. E quatro vai de bônus, porque eu não sou massa de manobra pra ficar sendo influenciado por mentiras e propaganda enganosa. E eu espero que o pessoal que tá ouvindo aí possa passar esse podcasts a frente. Já aviso, vocês vai ouvir resistência, como eu falei, aquela reação automática das pessoas negarem, falar que é balela. Isso é normal, mas se a gente causar essa reação umas 10 vezes, a pessoa vai começar a falar, pô, mas toda hora eu vejo, será que tem… deixa eu ver esse negócio tem algum sentido. Aí as pessoas talvez possam começar a considerar isso aí. Mas até lá né Dr. Souto, fala água mole em pedra dura tanto bate até que fura…

 

Dr. Souto: Essa dica do Ted do Alan Seiver é muito boa, porque eu acho que isso aí quebra um pouco a resistência das pessoas. Uma coisa é o Polesso e o Souto falando. O Seiver é um cientista reconhecido, é um Ted Talk. Todo mundo que fala no Ted Talk enfim, já dá uma noção assim de mais autoridade. E ele conta a história, ele conta tudo isso como eu falei. E mostra o antes e depois de diferentes ecossistemas com a reintrodução de animais. Então eu acho que talvez a primeira coisa que você deve fazer é mandar para os conhecidos, para os amigos o link desse Ted Talk. Eu botei esse Ted Talk no meu blog na época, tá lá ainda, mas eu acho que na época não tava legendado em português, mas agora tá. Então fica bem fácil.

 

Rodrigo Polesso: Ótimo, ótimo! É isso aí pessoal, siga lá no Instagram, siga @rodrigopolesso, siga @jcsouto, a ablc.org.br também. E faça parte aí desse grupo de energia positiva que eleva a ciência e não ideologia como prioridade. Maravilha pessoal, no mais é isso aí, uma abraço pra todo mundo, obrigado pela atenção. A gente se fala no próximo capítulo aqui do podcast. Dr. Souto, obrigado, a gente se fala.

 

Dr. Souto: Até lá!