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Neste episódio:

  • Novo ataque contra gorduras saturadas;
  • O “leite impossível”;
  • E mais;

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Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Manchete no Daily Mail Sobre Gorduras Saturadas

Artigo no BMJ

O “leite impossível”, Publicado no NY Times

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá pessoal, bem vindo aqui ao episódio 179 do podcast oficial da Tribo Forte. Sou o Rodrigo Polesso e hoje a gente vai falar sobre um assunto que já falamos aqui 347 vezes que é gordura saturada. Mas tem uma novidade não positiva, infelizmente, e sobre isso a gente precisa manter você a par. E tentar deixar um pouco mais claro o que está acontecendo. E também leite de laboratório essa é nova pessoal, a gente está na era do laboratório né, na era da dissonância cognitiva, você vai entender isso um pouco melhor a medida que a gente segue nesse podcast hoje, eu acho que vai ser interessante e vai ser mais importante ainda, meio que um escudo que a gente tenta desenvolver aqui em você Episódio A Episódio para você conseguir se proteger um pouco mais dessa onda de irracionalidade científica que está acontecendo aí no mundo. E também dessas ideologias malucas que estão acontecendo, e na verdade o que acontece é que vai estar em risco sua saúde então quanto mais você consegui contestar esses céticos de forma inteligente a respeito disso, melhor será para você. Então a gente vai compartilhar o que a gente pode o máximo possível nessa questão.Dr.Souto, bem-vindo qual episódio de hoje, tudo bem?

 

Dr. Souto: Tudo bem Rodrigo! Bom dia! Bom dia aos ouvintes!

 

Rodrigo Polesso: Então pessoal, novo ataque contra as gorduras saturadas, as coitados já vem sendo atacadas há décadas, literalmente há décadas, e agora tem um novo ataque. E a gente está falando de gordura saturadas, esse mesmo tipo de gordura aqui sempre existiu na face da terra, esse mesmo tipo de gordura que está presente em todo alimento que contém qualquer tipo de gordura. Essa mesma gordura que em grande parte forma grande parte da própria gordura do leite materno, e também está presente nos alimentos mais nutritivos do mundo. Essa é a gordura mesmo, a gordura saturada. O sinal dos tempos está acontecendo, a gente fala isso nos últimos podcasts também, em um mundo onde uma ideologia forte existe agora em que uma alimentação baseada em plantas é mais saudável, fica difícil para o pessoal que propõe esse tipo de coisa não condenar a gordura saturada. Mesmo que por isso tenho que passar de pateta por cima de toda a evidência científica Clara e Cristalina que existe. Agora a bola da vez foi um artigo novo que saiu aqui no Daily mail no Reino Unido. A manchete foi a seguinte: Um painel do governo decidiu que a gordura saturada em manteiga, queijo e carne é ruim para você e deve ser limitada, entretanto experts estão nervosos e dizem que esse tipo de conselho está desatualizado e é incompetente. Eles falam que um comitê científico, de conselho, ele sugeriu contra qualquer mudança das diretrizes alimentares vigentes desde 1994 em relação a gordura saturada. Eles sugerem que se mantenha dessa forma, o que é isso? Se mantenha a restrição, se mantenha a diretriz de quê gordura saturada não deve formar mais do que 10% das calorias ingeridas no dia. Eles dizem que as pessoas precisam cortar manteiga, queijo e cortar carne vermelha, por que a gordura saturada que contém nesses alimentos é ruim para o coração, diz o comitê governamental lá do Reino Unido. Esse maravilhoso comitê científico o governo utilizou diz também que gorduras saturadas devem ser substituídas por gorduras não saturadas, furadas, como encontradas em peixes, oleaginosas, azeitonas, avocados, e também óleo vegetal. Isso mesmo pessoal, eles estão pedindo para você trocar gordura saturada por óleo vegetal e outras coisas. Um exemplo desse tipo de substituição e inclui, Dr. Souto se Segure na cadeira, exemplo de como mudar, como melhorar e substituir a gordura saturada inclui usar margarina ao invés de manteiga. Olho vegetal ao invés de banha, e também peixe ao invés de carne vermelha, e fruta ao invés de bolo. Pessoal, e tem uma outra linha que eles falam o seguinte: biscoitos, bolos e coisas de panificadora, queijo, leite e carne são as maiores fontes de gordura saturada, e todos devem ser comidos em quantidades pequenas. Veja só pessoal, tentando colocar tudo no mesmo balaio, carne vermelha, biscoitos, coisas de panificadora, bolos, enfim… o que eles sugerem que seja uma alimentação saudável no Reino Unido, e tem também as diretrizes alimentares. Então as diretrizes alimentares do Reino Unido, que chamo carinhosamente de manual passo a passo para obesidade e doenças metabólicas, diz o seguinte: coma pelo menos 5 porções de uma variedade de frutas e legumes todos os dias, coisa que a gente está careca de saber, todas frescas, congeladas, secas e também as que estão em lata são bem vindas e contam. Só isso já é meio estranho. Eles falam baseie as suas refeições em batatas, pão, arroz, macarrão e outros carboidratos start, ricos em amido. De preferência integrais. E consuma algum laticínio ou alternativos a laticínios como por exemplo bebidas de soja. Literalmente escrito aqui. Preferindo aqueles que são baixo em açúcar e baixo em gordura também. Enfim, em contrapartida, apesar de obviamente esse artigo ter sido proponente dessa mensagem do governo contra gorduras saturadas, como um bom jornalismo, no caso mal jornalismo, eles tentam mostrar os dois lados da moeda. E nesse mesmo artigo teve participação de Assem Malhotra, o cardiologista que a gente fala as vezes aqui, do Reino Unido. E também a Nina Teicholz. Ela colocou no twitt dela que esse artigo sai no mundo onde existe muita evidência mostrando o contrário. Por exemplo, uma evidência que saiu esse mesmo ano agora em julho, basicamente junto com esse artigo que diz o seguinte, que revisa 17 revisões sistemáticas com a maior credibilidade científica possível. Os dados mais credíveis que temos disponíveis hoje, 17 revisões sistemáticas mostrando que não tem efeito nenhum dessas corduras em problemas cardíacos. Então, de fronte a essa evidência o governo vem com esse comitê científico colocando todo esse medo e sugerindo coisas que a gente sabe que são tóxicas para o corpo. Então continuam dizendo claramente para você diminuir a gordura saturada. Mas o que acho que eles querem fazer, é que a gente continue reduzindo o consumo de carne vermelhe e de comida de fonte animal, porque eles querem empurrar essa agenda do vegetarianismo e do veganismo. E quando eles citam fontes de gordura saturada ele enfatizam o queijo e a carne vermelha. Eu não sei o sentimento que você tem ao ver esse tipo de coisa no mundo atual, em 2019, é meio difícil de acreditar que isso é possível de estar na mídia hoje em dia. Que governos possam estar propagando esse tipo de ideia quando a gente tem do outro lado da moeda evidência fortíssima como acabei de falar, e outra base de evidência também que temos disponível hoje em dia. Então não sei o que a gente pode falar mais sobre esse assunto Dr. Souto. O que você acha?

 

Dr. Souto: Nossa! Vamos tentar quebrar isso nas várias formas que isso está errado. E são várias. A primeira começa assim; um comitê não é necessariamente a melhor forma de chegar próximo da verdade, do ponto de vista científico. Comitê vai decidir as coisas por uma votação de seus membros, e os seus membros vão colocar lá seus vieses. Então, definitivamente porque um determinado comitê chegou a uma conclusão não significa que aquilo seja mais próximo da verdade. O que importa é o tipo de estudo científico e o nível de evidência que foi utilizado. Então já começa por aí… o comitê tem aquela brincadeira que o camelo é um cavalo que foi desenhado por um comitê. Aí saiu todo esquisito. Esse é o primeiro aspecto, a segunda coisa é: de onde saiu esse 10% ? Por acaso existiu um ensaio clínico randomizado, um experimento no qual um grupo consumiu menos de 10% de gordura saturada e o outro mais, e isso redundou em menos mortes? Em algum desfecho concreto? A realidade é que não né…

 

Rodrigo Polesso: Saiu da cartola.

Dr. Souto: Saiu da cartola. Saiu de onde? Saiu da famosa hipótese lá do século passado, lá dos anos 60, de que como a gordura saturada produzia um aumento nominal maior do colesterol total e do LDL, ela deveria ser evitada, pois baseado nisso se supunha que ela aumentaria o risco de doença cardiovascular, infarto e morte. Acontece que como você bem salientou Rodrigo, já existem 17 revisões sistemáticas, e meta-análises. Ou seja, não é uma ou outra, são quase 20 meta-análises. Poucas coisas foram tão estudadas como isso, e uma recente revisão sistemática, das revisões sistemáticas, ou seja, resumindo tudo isso, não encontrou correlação entre o consumo de gordura total ou saturada com mortalidade total ou cardiovascular. De modo que nós já sabemos, baseado nos estudos epidemiológicos, que o que esse pessoal usa, que não tem essa evidência. E digo mais; o mais recente, maior, mais bem conduzido em vários países do mundo estudo epidemiológico é o “pure”. O estudo pure mostrou que quanto menos gordura saturada na dieta, mais mortes. Bom, ele é um estudo epidemiológico, ele é um estudo observacional, ele não pode estabelecer causa e efeito. A gente não pode afirmar que as pessoas estão morrendo mais porque elas estão comendo menos gordura saturada. Mas como a gente já falou aqui mais de uma vez, é difícil explicar que a gordura saturada deva ser reduzida na dieta porque em tese ela causa morte ou doença cardiovascular, se nos estudos observacionais ela ou está associada a coisa nenhuma, ou no estudo pure, que é o mais recente, ela está inversamente relacionada, quanto menos gordura satura mais morte. Pelo menos provisoriamente com as evidências que nós temos, dos estudos que nós temos, isso não tem cabimento. É muito louco isso. E alguém diria assim: “ah, mas ensaio clínico randomizado não tem”. Tem sim, a gente já citou aqui. Vou citar de novo, a gente fala tanto dele que eu tenho mais ou menos na ponta da língua. O autor principal chama-se Ramsden, foi publicado no British Medical Jornal em 2016. Que foi uma reavaliação do estudo coronariano de Minessota. Por que reavaliação? Porque é aquela história, ele era um estudo que foi um prospectivo randomizado com 9700 pacientes, que metade foi randomizado pra usar manteiga a outra metade pra usar óleo de milho. E o grupo que usou o óleo de milho, embora tivesse colesterol mais baixo, teve mais eventos cardiovasculares. E quando eles avaliaram um sub grupo de pacientes que fez necropsia, nesses que fizeram necropsia teve o dobro de infartos no grupo do óleo de milho do que no grupo da manteiga.

 

Rodrigo Polesso: Mas não é justamente isso que eles estão pedindo pra gente fazer? Que é pra substituir margarina por manteiga? Que é basicamente óleo vegetal?

 

Dr. Souto: Pois é… é aí que quero entender. Que a pessoa na rua, ou mesmo a maioria dos médicos que está na sua especialidade, que não estuda nutrição, que essas pessoas não saibam isso tá bem. Mas o sujeito que foi escolhido para um comitê, que vai escrever sobre o assunto de se a gordura saturada deve ou não ser restrita na dieta dos britânicos, é de se supor que ele conheça essa literatura. Isso não está escondido. Isso não precisa ser um arqueólogo da literatura médica pra ir lá procurar debaixo de escombros isso. Tá no Pubmed. Então, assim, qualquer um que pretenda revisar o predomínio, o groso da literatura, vai ter acesso a isso aí. É fácil, não ta escondido. De modo que eu acabo achando mesmo Rodrigo, que tem que ter, que tem que estar aliado com o interesse da indústria não é?!! Porque no momento que a gente demoniza gordura saturada, bem, isso coloca os alimentos processados sob uma luz melhor. Afinal, faça um experimento, você que está nos ouvindo, vá na seção de massas e biscoitos do supermercado, vá na seção dos pães do supermercado e leia nos rótulos não o que está na parte de trás, que é a parte escondida que está com letra miúda, veja o que ta com letra grande na parte da frente, as alegações que estão ali. Eu vou dizer algumas que vocês vão encontrar; sem colesterol, 0% colesterol,  sem gordura, sem gordura trans, sem gordura saturada, baixo em gordura… essas são as coisas que você vai encontrar. Então é óbvio que há um casamento entre essa filosofia que está sendo proposta, anticientífica, porque isso não tem base em ciência. E o interesse da indústria alimentícia, não precisa ser um gênio pra chegar a essa conclusão. Estou basicamente demonizando partes do supermercado em detrimento de outras. Eu to dizendo assim: “essa parte lá dos laticínios é perigosa pra você, a não ser que você vá nos laticínios processado, zero gordura, desnatados, tá certo?!! Eu vou demonizar a parte lá das carnes, do porco, do frango… e aí a gente, com exceção do peixe, que eles abrem um exceção ali, tirando o peixe, basicamente a pessoa vai ter que se alimentar de que? Ah, aí você vai dizer que tem salada… sim, ótimo, mas salada não tem calorias. Não dá pra um ser humano viver de salada.

 

Rodrigo Polesso: Eles recomendam fortemente que é pão, arroz, batata, esse tipo de coisa…

 

Dr. Souto: Então, é você criar um medo fictício de um determinado macronutriente, que em 17 revisões sistemática, e em um estudo pure foi demonstrado que não tem nenhum problema o seu consumo. Consumo da gordura saturada não está associado a mortalidade nem total nem cardiovascular. E o estudo pure sugere que a restrição da gordura saturada nesses níveis, menos que 10%, esteja associado com aumento da mortalidade. Mas você demoniza a coisa com base numa teoria lá dos anos 60… de que é porque isso aumenta o colesterol que você deve evitar, porque se aumentar o colesterol aumentaria o risco… é curioso isso, porque você já sabe o desfecho. O desfecho concreto já está medido, a gente já sabe que não aumenta a mortalidade. Mas você ainda manda não comer porque vai aumentar uma substância no sangue, que é o colesterol, e a sua preocupação com essa substância é de que aumentaria a mortalidade. Mas eu repito, a gente já sabe que não aumenta a mortalidade, porque esses estudos já foram feitos. Então a troco de que estamos falando isso? É bizarro né Rodrigo? É muito bizarro. Então lembrando  pessoal, por que houve esse comitê e se reuniu. Porque as diretrizes atuais do Reino Unido já recomendam restringir as gorduras saturadas. Eles então fizeram um comitê para tentar reavaliar essas diretrizes… o que? A luz de novas evidência científicas, que mostram que isso não tem muito cabimento.

 

Rodrigo Polesso: 25 anos depois.

 

Dr. Souto: Se reúnem 25 anos depois, pegam toda essa literatura e concluem o que? Que a conclusão de 25 anos atrás estava certa!! Tem 25 anos de estudos novos, de lá pra cá, a gente aqui pincelou e comentou. Volte nos episódios anteriores, muitos desses estudos individualmente nós comentamos, já falamos. Então isso aí se tornou religião. Não há quantidades de evidências que possam derrubar a fé dos indivíduos.

 

Rodrigo Polesso: Não, não há. E tem coisas assim que se veem que eles não entendem nada de nutrição. É realmente uma ideologia. Como sugeriu o azeite de oliva… o azeite de oliva, porque todo mundo gosta, faz parte da dieta mediterrânea, que todos governos parecem gostar. Mas 14% do azeite de oliva é gordura saturada. 100 gr de azeite de oliva tem a mesma quantidade de gordura saturada que 100 gr de bacon. Então se a gente for pensar gordura saturada por gordura saturada é ridículo que a gente chegue a pensar nesse sentido. Todo alimento que tem gordura tem gordura saturada também. Então não faz, é uma dissonância, é um conflito cognitivo que só consegue escapar usando ideologia. Vai chegar um ponto que vou falar assim: “É porque Deus não quer que você coma gordura saturada”. Entendeu? Esse vai ser o argumento. Quando tudo falhar esse vai ser o argumento.

 

Dr. Souto: E relembrando, nós comentamos acho que 2 episódios atrás, um artigo que também saiu no British Medical Journal. E nós até mencionamos que um dos autores era o Dr. Musafari. Que é um sujeito que gosta de um óleo vegetal. Mas naquele artigo eles comentam que ta tudo errado. Que demonizar a gordura saturada não tem base em evidência. Acho que são 18 autores de diferentes universidades de alto prestígio. E eles estavam dizendo que importa é a matriz alimentar onde a gordura está inserida. Coisa que nesse artigo que você leu é completamente ignorada. Que que eles falam? Gordura saturada que ta contida na carne, no bolo… sabe?

 

Rodrigo Polesso: Como se fosse a mesma coisa.

 

Dr. Souto: Poxa vida! A matriz alimentar da carne ou do frango é completamente diferente da matriz alimentar do bolo e do biscoito, né?! Então o problema não é a gordura saturada em si, é, e concordo com o artigo anterior lá do British, é a matriz alimentar na qual está envolvida. A gordura nunca foi problema.

 

Rodrigo Polesso: Nunca foi problema. Mas essa ideologia maluca, e tem mais… agora vamos dar uma pausa para parabenizar o Almir, que mandou pra gente um depoimento… ele falou que perdeu 22 kg e mandou a foto do antes e depois. Ele falou “prazer de poder voltar a se sentir bem consigo mesmo, de poder vestir aquela roupa que gostava mas que já não servia é inexplicável”. Vamos parabenizar… adoro pessoal que manda foto do antes e depois. Muito bacana, bacana… ele seguiu o que? Nada, nenhum segredo! Seguiu uma alimentação baseada em ciência, ele seguiu a Alimentação Forte. Especificamente para emagrecimento que eu ensino no programa Código Emagrecer De Vez. Se você tem interesse entra aí em codigoemagrecerdevez.com.br . Muito legal Almir!! A gente sempre fala aqui no caso de sucesso porque isso motiva outras pessoas também. A gente faz um lembrete pra você que ta ouvindo agora também, se você ainda não garantiu o seu ingresso pra vim ver a gente ao vivo agora no final de setembro, em São Paulo, ver o Dr. Souto palestrar, me ver palestrar e muitos outros palestrantes espetaculares falando a real sobre estilo de vida saudável, boa forma e saúde. Você precisa estar lá em São Paulo com a gente ao vivo dia 28 e 29 de setembro. É um final de semana, pode ser um investimento pequeno aí que pode mudar completamente o curso da sua vida e do seu entendimento sobre alimentação. Então entra aí em triboforte.com.br/aovivo e veja lá, garanta o seu ingresso e venha encontrar a gente lá em setembro. E nesse evento aí que já está fazendo história. Maravilha pessoal. Olha só, seguindo então, Dr. Souto, essa ideologia maluca, essa nova onde de irracionalidade propagando cada vez mais coisas processadas como a base da alimentação né?!! É aquela coisa que a gente falou recentemente, que parece que se tem um consenso no mundo é que coisa processada faz mal pra saúde. Só que agora, com essa propagação de veganismo e vegetarianismo, a maioria das coisas que esse pessoal come é processado. Então pera aí! A gente não pode continuar falando mal dos processados se a gente quer passar uma ideia de que vegetarianismo e veganismo é uma coisa boa, a gente tem que se decidir. Então eu imagino que é muito difícil viver com esse tipo de conflito na cabeça, por isso eu tenho um pouco de dó desse pessoal. Mas enfim, a indústria tenta alimentar a necessidade do mercado. E agora o que está acontecendo? Bom, a gente começou com essa maluquice de hambúrger vegetariano. Por sinal eu gravei um vídeo para o Youtube, não foi publicado ainda, onde eu sim, fiz o inimaginável, comprei o beyond burger, comprei o hambúrger impossível lá de vegetariano. E comprei hambúrger de verdade…cozinhei os dois e provei, Dr. Souto, provei os dois. E vou confessar, que dei duas mordidas no beyond burger, ele não é um gosto ruim, obviamente, se não não ia vender. Mas claro que não é carne, tem um gosto meio artificial, um cheiro extremamente artificial. Mas bastou duas mordidas pra ficar arrotando ele por várias horas depois de ter comido. Duas mordidas e joguei fora o resto, obviamente. Mas eu tive que tomar pela ciência e fiz esse vídeo que no futuro vai pro Youtube no canal do Emagrecer De Vez. Enfim, hambúrger já ta uma coisa vendida no mercado, ta uma coisa comum. Agora, o que ta começando é o seguinte; surfando essa onda de irracionalidade como eu falei, mais aberrações alimentares continuam surgindo. Agora é a vez do leite impossível… olha só… o próprio nome já diz é impossível. Por que insistem em tentar criar? Um leite impossível. É como publicar em manchete pelo New York Times. O leite impossível seria o leite da vaca sem a vaca. Que maravilha né?! Mas criado, ao invés, no laboratório, que é uma coisa muito mais natural né pessoal?!

 

Dr. Souto: Sim!

 

Rodrigo Polesso: Então a ideia é fabricar as mesmas proteínas do leite, principalmente a caseína, através do uso de bactérias, que criam, recriam… bactérias geneticamente modificadas com instrução genética de recriar a caseína. Ou seja, a gente está, em outras palavras, escravizando bactérias. Não sei por que os veganos não acham isso uma má ideia. Enfim, só porque é bactéria, que a gente não vê a olho nu, significa que a gente pode maltratá-las? Hummm… esse seria um outro assunto de ideologia. Mas eu acho que eles preferem ignorar. Mas enfim, a ideia principal da indústria, e tem duas empresas grandes trabalhando nisso já, é tentar recriar, como já falei, a caseína. Pra tentar dar uma textura boa ao leite impossível e criar, principalmente, queijo de laboratório. Porque segundo eles no artigo, o queijo vegano é uma porcaria, muito ruim. É, eu concordo, porque não é queijo, né pessoal? Não é queijo. Eles estão Dr. Souto, de tentar recriar em laboratório queijo, enfim, carne que já é feita com beyond burger, escravizando bactérias para tornar isso possível. Falando em matriz alimentar, eu acho que isso é o oposto de matriz alimentar, não é verdade? É isolar tudo que a gente pode e mudar completamente o conceito de alimento. Pra onde nós estamos caminhando hein?!!

 

Dr. Souto: Nossa, por onde começar? Primeiro que o leite é um estrutura extremamente complexa, muito muito complexa. As principais proteínas do leite sim, são a caseína e o whey. Mas existe um monte de outras proteínas, que se especula que tem uma série de efeitos benéficos né?! Inclusive, por exemplo, o pessoal que é contra a gordura saturada, fica muito perplexo com o fato de que o consumo de laticínios ta associado com bons desfechos. Que, afinal, os laticínios são os únicos alimentos de origem animal que tem mais gordura saturada que instaura. Porque, aquilo que o Rodrigo tava falando, quando ele falou do bacon lá, o bacon, por exemplo, tem mais gordura insaturada do que saturada. A carne tem mais gordura insaturada do que saturada. Mas os laticínios são uma exceção. Os laticínios, repito, dentre os produtos de origem animal, é o único que tem mais gordura saturada que insaturada. Não obstante, nos estudos observacionais, esses mesmos que o pessoal adora pra falar mal da carne vermelha, o mesmo tipo de estudo observacional mostra que o consumo de laticínios gordos, com a gordura saturada, ta associada com o menor risco de diabetes, menor risco de sobrepeso e obesidade. E aí o pessoal fica perplexo, porque na religião deles, na crença deles, a gordura saturada tem que fazer mal, obrigatoriamente tem que fazer mal. Então eles explicam que são essas outras proteínas do leite, lactoferrina e tantas outras. Que são responsáveis por esses maravilhosos efeitos benéficos. Provavelmente a gente nunca vai saber exatamente o que que é responsável, porque a gente não bebe lactoferrina, a gente bebe leite, ta certo?! Que é a coisa inteira, íntegra, na sua matriz alimentar original. Pois bem, eu vou fazer um experimento mental agora, vou sugerir para quem está nos ouvindo. Vamos imaginar os seguinte; que eu resolvesse criar um brócolis de laboratório. Então eu vou pegar e vou sintetizar, com a ajuda de bactérias transgênicas que eu vou ensinar a fabricar celulose. Vou fabricar celulose num tanque. Aí vou fabricar clorofila em outro tanque. Aí vou fabricar vários outros compostos do brócolis, mas eu que vou decidir quais são os principais, porque deve ter uns mil compostos diferentes, entre fito nutrientes e coisa assim no brócolis. Mas eu vou escolher que o que importa no brócolis é a fibra, caseína, desculpa, celulose. O que importa é a clorofila, a coisa verde. E eu vou escolher mais uma meia dúzia. E aí eu posso pegar, e depois de muitos milhões gastos, criar um brócolis completamente de laboratório. E aí você vai perguntar: “por que alguém faria isso? Não basta plantar o raio do brócolis que ele cresce sozinho na terra, com sol?” Pois é, você acabou de fazer meu argumento. Não basta pegar e dar capim pra ovelha que ela vai produzir leite? Dá capim pra vaca que ela vai produzir leite? E ela vai utilizar somente energia solar, água da chuva. Sim, água da chuva, porque a vaca criada no pasto que é a praticamente a totalidade do gado neste país que nós vivemos… então você que assiste propaganda vegana, que assiste what the health no Netflix, aquilo é propagando dos Estados Unidos, o único país do mundo que realmente sustenta a maior parte da sua pecuária baseada em confinamento, porque lá os grãos, milho e soja, são subsidiados pelo governo. E a estrutura essa toda do gado em confinamento é subsidiada. Agora, no resto do mundo você deixa chover, você bota o gado pra comer capim e ele produz essas coisas. E o que sai dali em termos de subprodutos é a urina do gado, que é água essa da chuva que ta retornando pro solo. Juntamente com nitrogênio, que está fertilizando o solo, juntamente com as fezes do gado que ta fertilizando o solo, e recompondo esse solo, fixando carbono no solo. Ah, mas e o CO2 e o metano que o gado coloca pra fora? Bem, eles voltam… o metano é um gás que permanece poucos anos na atmosfera, e depois ele acaba sendo convertido, e volta pra CO2, volta pro solo. E o CO2 que o gado libera é o CO2… eu sei que a gente é repetitivo, mas a gente tem que repetir Rodrigo.

 

Rodrigo Polesso: Sim sim

Dr. Souto: É o CO2 que foi produzido porque ele comeu capim, e esse CO2 vai ser captado pelo capim que era alto e agora está baixo. O capim era alto aí o gado foi lá e comeu, agora ficou um capim baixinho. Esse capim vai pegar água da chuva e o sol e o CO2, esse do ar que veio da vaca, e virar capim de novo, certo?!! CO2 vira o próximo capim que vai ser comido na próxima estação. Isso é um ciclo, isso não é um CO2 novo… o CO2… vamos voltar assim pra cosmologia, no início, no big bang… existia só hidrogênio e um pouco de hélio. Aí surgiram as primeiras gerações de estrela, essa estrelas vão fazendo fusão nos seus núcleos e gerando elementos mais pesados. Aí esses elementos pesados retornam pra galáxia a medida que essas estrelas chegam ao seu fim. E aí tem umas que são muito grandes, são supernovas, quando elas explodem elas geram esses outros 92 elementos da tabela periódica. Esse é o único momento em que o carbono e o oxigênio foi criado. Esse que ta na terra não é criado, ele é reciclado. Não surge carbono novo pessoal. O carbono que tem na terra foi criado bilhões de anos atrás no núcleo de alguma estrela que explodiu, e agora o carbono que tem é o que tem. É fato que tem carbono sequestrado lá em camadas geológicas do solo, que foram deixados lá na forma de carvão e petróleo por plantas e animais que viveram 200 milhões de anos atrás. Bom, esse aí quando você pega, tira do solo e queima aí você bota carbono novo na atmosfera. Novo no sentido de que já tava na terra, mas estava escondido, estava sequestrado. Se o homem não fosse tirar ele de lá ele não ia sair sozinho. Não é o caso da vaca e da grama. A vaca e a grama reciclam o mesmo carbono desde que o mundo é mundo, muito antes do homem existir. Agora, se eu quisesse criar leite de laboratório, eu precisaria aquecer grandes, gigantescos contêineres com milhões e milhões de litros de meio de cultura pra cultivar bactérias transgênicas. Porque olha só Rodrigo, o pessoal é contra transgênico, tem medo de transgênico, mas quando o transgênico é pra fazer leite vegano ai não tem problema, aí o transgênico é bom. Então você tem bactérias transgênicas que a engenharia genética vai fazer com que a bactéria produza caseína do leite de vaca. E aí você vai estar usando que tipo de energia pra aquecer esses gigantescos contêineres? Vai vim da onde essa energia? Eu aposto que parte dela vai ser dos combustíveis fósseis. Ou seja, aí você vai estar largando carbono que realmente tava quilômetros abaixo do solo. A vaca não fura poço de petróleo. Carbono que a vaca larga na atmosfera é  carbono do capim. E o carbono foi da atmosfera pro capim, e ele vai voltar pra atmosfera, e o capim vai pegar ele de novo. Isso é ecologia do colégio…

 

Rodrigo Polesso: Básica

 

Dr. Souto: Mas assim, do colégio. Então, é um pouco exasperante. É que quando você fala assim: “vou criar um brócolis de laboratório” daí a pessoa vê, é muito bizarro, quem faria isso? Pra que gastar toda essa energia e insumos? E depois todo o lixo gerado pelos meios de cultura que tu usou pra gerar aquelas células e que vai ter que ir pra onde? Para os oceanos? Pro lixão? Onde vai botar? Aí você pensa assim: “Pô, basta plantar sementes da planta e elas vão crescer e vão germinar com a água da chuva e do sol”.Pois é, então tá, o mesmo vale pro leite. Você tem formas bem mais simples de produzir o leite, basta dar capim para os bichinhos.

 

Rodrigo Polesso: Com certeza! Com Certeza! Eu acho interessante toda vez que a gente coloca as coisas em perspectiva e a gente percebe rapidamente quão ridículo são muitas coisas que a gente acha que são tecnológicas na verdade são. Então eu incentivo que as pessoas façam esse mesmo tipo de análise, voltando aos fundamentos, a base das coisas. Isso traz uma sobriedade muito boa que serve como argumento que sempre vai funcionar, quando alguém te propõe alguma coisa maluca como essa de criar em laboratório não é verdade pessoal? Então sempre se mantenha com as raízes no chão, eu acho que é uma ótima ideia, mantendo em mente os fundamentos, a base de tudo é o funcionamento básico da natureza. Isso sempre vai ajudar você a se reguiar, digamos assim, o pensamento, enfim, botar uma luz na direção correta e seguir em frente. Dr. Souto o que você degustou ontem na sua maior refeição, ou no café da manhã se você comeu café da manhã hoje, enfim?

 

Dr. Souto: Ah, então ontem de noite na verdade… é aquela coisa, as vezes a gente não tem nem saco nem tem nada na geladeira. Então eu peguei uns queijinhos fatiados, peguei salame fatiado, e fiz como se fosse um sanduichinho. Do salame dentro da fatia de queijo, e comi alguns desses ali, aquilo tava uma delícia. E aquilo foi o que jantei digamos assim, porque cada vez mais eu janto menos. Cada vez mais a minha refeição principal se tornou o almoço. Então é uma das vantagens da gente não estar sempre com fome né?!! É que a gente não precisa fazer uma refeição formal 3 vezes por dia.

 

Rodrigo Polesso: É verdade…

Dr. Souto: É mais prático… assim, eu as vezes escuto assim em consultório as pessoas dizendo “o que eu vou comer e tal e o trabalho que dá fazer uma comida de verdade?”. “Por que se fosse uma coisa pronta era mais fácil…”. Aí eu digo assim; tá mas você não pensou na possibilidade de que adotando um estilo de vida alimentar diferente, você pode ter menos trabalho. Você não precisa fazer, por exemplo, uma janta que tenha arroz, feijão, salada, mais uma carne e tal… daqui a pouco você janta um petisquinho de noite, porque você ta bem alimentado do almoço, não ta morto de fome…

 

Rodrigo Polesso: Sim, com certeza. Fico com dó as vezes de ver vídeos… enfim, não querendo de propósito pegar em veganos, mas já que você falou dessa questão se você ver esses vídeo de que que eu como no dia de veganos, você vê que basicamente cada refeição é um composto de 10 ingredientes de processados e refinados. Ou no Blender, ou com molhos, ou cozido de forma diferente, enfim, dá um trabalho desgramado, não só cada refeição, como você também tem que fazer várias refeições no dia, uma quantidade muito maior do que nós fazemos. Então dá um trabalho, eu acho, extra. E comer comida de verdade na minha opinião é o que dá menos trabalho, tem jeito muito preguiçoso de fazer, e funciona. Ontem a noite, por exemplo, eu peguei camarãozinho congelado, fiz na frigideira com manteiga, rápido, e depois uns carré de carneiro junto. Foi muito rápido. É um ingrediente digamos, camarão, coloquei um pouco de manteiga pra não grudar, dá pra fazer no gril sem manteiga também, e sal. É muito fácil, muito preguiçoso… rapidamente você tem uma refeição completa nutricionalmente falando e vai te manter saciado por muito mais tempo, vai requerer muito menos refeições durante o dia, muito menos trabalho, muito menos atenção com a alimentação. Então, com certeza, é praticidade sem a menor dúvida. Maravilha! Olha só, pessoal siga a gente no instagram, siga o Dr. Souto no @jcsouto, me siga lá no @rodrigopolesso e também ablc.org.br . A gente mantem esse círculo positivo aí em frente, e continue praticando e fortalecendo os músculos do ceticismo inteligente pessoal, porque como você ta vendo a gente vai ter mais dessas balelas chegando ai dia a dia pra gente. E quanto mais nós nos protegermos melhor, quanto mais incentivar as pessoas a serem céticas e voltarem a analisar o fundamento das coisas menos pessoas vão cair nessas armadilhas que estão tentando colocar aí pra gente. E quem ganha com isso é a nossa saúde. Dr. Souto, obrigado aí pelo podcast e a gente se fala no próximo com certeza.

 

Dr. Souto: Obrigado, abraço,  gente se fala no próximo episódio!